O coprocessamento é uma técnica eficiente para destinação final de resíduos industriais, através de um processo de valorização, que consiste no reaproveitamento / reciclagem de resíduos industriais ou misturas de resíduos (materiais secundários), como substitutos parciais do combustível e/ou da matéria-prima (na etapa de clinquerização), necessários ao processo de produção de cimento.
O uso de fornos de clínquer como opção para a destinação final de resíduos apresenta uma série de vantagens dentre as quais podemos citar:
• Solução definitiva sem geração de passivo ambiental (cinzas e efluentes líquidos);
• Baixo custo para a destinação final dos resíduos;
• Valorização de resíduos – através do reaproveitamento / reciclagem;
• Controle e monitoramento ambiental na fonte e entorno com geração de evidências de atendimento à legislação ambiental;
• Minimização e gestão de riscos potenciais a saúde e ao meio ambiente;
• Economia de combustível convencional no processo;
• Conservação de fontes energéticas não renováveis e dos recursos naturais finitos;
• Ganho social.



Esta atividade denomina-se coprocessamento, pois ao mesmo tempo em que está acontecendo a produção de clínquer, resíduos pré-transformados em substitutos parciais de combustível e/ou matéria-prima estão sendo alimentados ao processo de clinquerização, em vias e taxas de alimentação pré-definidas, onde a parte orgânica dos resíduos é destruída termicamente, havendo o aproveitamento energético e a inorgânica é inertizada e se combina com os elementos já existentes nas matérias-primas do cimento, não havendo geração de nenhum resíduo.
As características que tornam um forno de clínquer um ambiente apropriado para o tratamento de resíduos perigosos são listadas a seguir:
• Altas temperaturas;
• Longo tempo de residência dos resíduos e gases no sistema forno;
• Alta turbulência dos gases;
• Ambiente alcalino natural;
• Estabilidade térmica do processo;
• Alta eficiência dos ECP´s;
• Eliminação completa dos resíduos (incorporação das cinzas ao clínquer).
Áreas de blendagem (mistura e prepara dos resíduos).



Benefícios
Para o Meio Ambiente
• Economia de combustível fóssil não renovável;
• Economia de matéria-prima mineral finita;
• Redução da emissão de CO₂;
• Solução final e definitiva ambientalmente adequada para resíduos;
• Transforma resíduos em recursos;
• Elimina riscos de passivos ambientais;
• Poupa recursos naturais não renováveis;
• Ganho ambiental: destinação ambientalmente adequada com economia de recursos ambientais: 20% de substituição energética;
5% de substituição de matéria-prima;
12% de redução na emissão de CO₂.

Modo operacional em coprocessamento
Abaixo apresentamos as etapas relativas à gestão de coprocessamento:
• Especificações ambientais, legal e de processo para resíduos;
• Prospecção dos geradores de resíduos;
• Avaliação de viabilidade;
• Contrato com o gerador de resíduo;
• Processo de licenciamento ambiental;
• Obtenção da autorização ambiental;
• Plano de coprocessamento;
• Atividades realizadas no âmbito do gerador;
• Fichas técnica e de emergência do resíduo;
• Transporte do resíduo;
• Operações na indústria de cimento;
• O monitoramento ambiental;
• Certificado de destinação final.
Atividades realizadas no âmbito do gerador:
Características dos resíduos com o processo de pré-condicionamento e coprocessamento, realizamos algumas atividades no gerador, como: instalação de equipamentos para remoção, bombeamento do material; gerenciamento de resíduos no âmbito do processo gerador; fornecimento de mão de obra, estabelecimento de uma logística de transporte e operacional; segregação e preparo do resíduo; otimização de carregamentos, etc.

João Carlos Mucciacito Químico da CETESB, Mestre em Tecnologia Ambiental pelo IPT, professor nos cursos de Graduação em Engenharia e de pós Graduação em Gestão Ambiental - MBA na Fundação Santo André e USCS, bem como professor convidado no curso de pós graduação de Engenharia Sanitária e Ambiental no IPOG - Instituto de Pós Graduação.