A Verdadeira Qualidade

Artigo discute sobre a real qualidade de um produto ou projeto, além das certificações e controles de qualidade


Artigo discute sobre a real qualidade de um produto
ou projeto, além das certificações
e controles de qualidade.

A Verdadeira Qualidade

A verdadeira qualidade não se resume em meros procedimentos documentados, instruções de trabalho, tabelas de tolerância (geralmente pré-ajustadas por técnicos para serem coerentes aos documentos existentes nos setores de projetos ou processos), ou nos tão usuais relatórios com aceitação condicional (fora de tolerância), recheados de frases feitas para inglês ver, como: “Não afeta a qualidade do produto final”.
Mesmo a apresentação de certificados de qualidade não dá subsídios necessários à comprovação da verdadeira qualidade, pois estes, não raramente, são resultados de apressados pedidos do Controle de Qualidade aos seus fornecedores à véspera de uma auditoria, constituindo uma documentação fraca, feita para a satisfação do cliente e que nem sempre corresponde ao produto fornecido.
Na verdade a qualidade não deve ser o “passar colando numa prova” e sim o bom senso e a coragem em ouvir o seu cliente, e ouvi-lo de verdade, no real sentido do termo, e não por meio de relatórios de satisfação enviados por e-mail (que na maioria das vezes são indutivos, primando em apenas apresentar o bom trabalho da equipe de marketing), mas ouvi-lo através de relatórios feitos nas visitas do vendedor, ou melhor, nas visitas do pós-vendas ao cliente, e entenda-se aqui por cliente não o gerente da empresa, mas sim o operador que é quem de fato usa o seu produto na linha de montagem.
A verdadeira qualidade é a liberdade de mudança controlada de processo de produção ou prestação de serviço, onde as sugestões surgem naturalmente após a exposição de um problema, que em repetidas vezes se torna, numa empresa séria, a necessidade de uma melhoria, e numa empresa não tão séria, mais um problema a ser analisado.
Um empresário que pensa em ter um selo de qualidade porque os seus clientes mais rentáveis o exigem, ou por mero status, não consegue ter a verdadeira qualidade, porque se importa mais com diploma na parede no final do curso do que em aprender com a tentativa e erro a verdadeira solução do problema.
A verdadeira qualidade depende principalmente das ferramentas utilizadas e não do sistema em si.
Os pontos principais para a satisfação do cliente dependem de uma análise crítica de pedido ou de contrato muito bem feito, com um setor de vendas que entenda do produto em questão, dando aula sobre as características do que está vendendo (por que o cliente tem na maioria das vezes a necessidade, mas nem sempre sabe do quê), cabendo ao vendedor competente auxiliá-lo com destreza e honestidade nesta tarefa, algo que, podem crer, será recompensado.
Outro ponto crucial na indústria é o setor de suprimentos, e quando falo suprimentos não falo somente de “comprar bem”, ou seja, comprar o mais barato, isto é importante também, contanto que não se compare gato com lebre, pois, se ganha na compra, mas na maioria das vezes perde-se tempo de processo na devolução do produto defeituoso, no atraso da produção, na insatisfação ou perda do cliente ou no refugo já processado, processos custosos que constituem parâmetros difíceis de serem mensurados e controlados na empresa.
É importante também vender a idéia corretamente para seus funcionários tornando-os comprometidos, por que só sobrevive hoje a empresa em que todos são vendedores e consumidores, produzindo, vendendo e comprando os seus produtos, isto é a verdadeira qualidade.

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