Lucratividade

Fazer lucro é um imperativo na vida empresarial. Sem ele o empreendimento não se viabiliza. O desenvolvimento da empresa, das pessoas que nela trabalham e até mesmo a ...


por Flávio Carelli

Fazer lucro é um imperativo na vida empresarial. Sem ele o empreendimento não se viabiliza. O desenvolvimento da empresa, das pessoas que nela trabalham e até mesmo a satisfação dos consumidores de seus produtos ou serviços, dependem fundamentalmente da empresa ser lucrativa. Isso é quase um lugar comum. Qual deve ser o montante do resultado líquido operacional do negócio, necessário para remunerar adequadamente o capital aplicado, não comporta uma resposta trivial. Ter uma visão focada na lucratividade da atividade, seja ela de que natureza for (indústria, comércio, hotel, restaurante, empresa de transporte, etc.), é um exercício administrativo pouco usado, porém fundamental para que sócios, acionistas, ou gestores de uma empresa possam fazer uma análise crítica quantificada, da taxa de retorno do capital e do risco inerente à atividade explorada.

Entretanto, essa análise crítica quantitativa do lucro, ou melhor, uma análise criteriosa da lucratividade de uma empresa, não fornece só essa informação. Na medida em que um gestor começa a comparar a rentabilidade do seu negócio com outras oportunidades de remuneração de capital e risco, abre-se para esse analista um leque de percepções que poderão levá-lo a um questionamento muito amplo do seu negócio, desde a reformulação de seus custos, de sua política de preços de vendas, de seus volumes de produção, até mesmo à mudança total da estratégia da empresa, em função da pura e simples percepção de quanto capital está sendo empregado numa atividade "x" e quais as possibilidades que essa atividade "x" tem de remunerar adequadamente esse capital e esse risco.

Aqui no Brasil as idas e vindas da economia têm feito dessa questão o calvário dos empresários. A cruz que eles têm de carregar todos os dias, todos os meses, todos os anos, buscando freneticamente ajustar as variáveis de um modelo de "custo x volume x lucro", leva ao limite a sua capacidade de criar e inovar, para superar obstáculos. Nem sempre as empresas fazem esse exercício com uma boa metodologia, para quantificar bem essas diversas variáveis e, por conseguinte, nem sempre conseguem ver com clareza numérica os vários cenários econômicos e financeiros de seus negócios. Em geral, os relatórios gerados pelos setores financeiros são muito analíticos ou muito amplos (como o balanço contábil, por exemplo), e mostram fatos ocorridos, sobre os quais nada mais pode ser feito.

A força da simplicidade e da objetividade guarda uma semelhança com a precisão e eficácia de um raio-laser cortando uma chapa de aço. Da mesma forma, analisar a empresa e o negócio em si pela ótica da lucratividade, que é uma forma simples e precisa de ver a empresa, pode dar aos gestores menos afeitos aos complicados relatórios financeiros, uma visão clara e objetiva do que é o negócio, do que é a empresa, e em que posição relativa às demais oportunidades de aplicação de recursos a mesma se encontra. Pode também inserir essa técnica na hora de programar os "custos, os volumes e os lucros", inerentes à atividade de programar a produção, ou seja, pode antever que volumes, que custos, e que lucros a empresa vai ter, e quanto de capital estará envolvido no ciclo mensal de produção e vendas. E poderá responder: compensa?

Acho que essa palavra final, tão deslocada do mundo das finanças, é a pergunta chave a que leva uma investigação sobre Lucratividade.
COMPENSA? E para manter uma empresa continuamente próspera a resposta tem que ser necessariamente: "precisa compensar!".

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