Capa - História De Sucesso No Brasil
Por Mahle Meta
Edição Nº 21 - Julho/Agosto de 2006 - Ano 5
Há 6 anos no mercado nacional, a divisão de filtros do Grupo MAHLE comemora a expansão de seus negócios com inovação através da qualidade e tecnologia
Há 6 anos no mercado nacional, a divisão de filtros do Grupo MAHLE comemora a expansão de seus negócios com inovação através da qualidade e tecnologia
por Tiago Dias
Em 2000, uma empresa desembarcou no Brasil toda sua experiência centenária no mercado de filtros. Originária da Alemanha, a companhia focou-se em uma unidade fabril no interior de São Paulo, mais precisamente na cidade de Mogi Guaçu, onde já havia montado sua fábrica de pistões, comandos de válvulas, camisas e anéis. Na época, para a nova planta voltada para filtros automotivos, foram investidos US$ 12 milhões.
Essa empresa, em pouco tempo no país, ampliou seu trabalho em outros pontos do território nacional e garantiu uma grande participação no mercado nacional de filtros.
O nome dessa potência? Grupo MAHLE Brasil.
A empresa tem 7 fábricas no total, em São Paulo, São Bernardo do Campo, Mogi Guaçu, Indaiatuba e Itajubá (MG). Além do Centro de Distribuição do Aftermarket em Limeira, com um total de 10.000 colaboradores. Todas as plantas produtoras no Brasil são certificadas pela ISO/TS16949 e ISO14001, enquanto o Centro de Distribuição é certificado pela ISO9001 e ISO14001.
Se aqui os números são grandes, imagine lá fora. Ao redor do mundo, são 35 mil colaboradores, atuando em mais de 70 fábricas na Europa, Estados Unidos, México, China, Índia, Japão e Argentina. O faturamento mundial do Grupo MAHLE é de 4,1 bilhões de Euros.
Na divisão de filtros, são 33 unidades em todo o mundo atendendo clientes de alto potencial, como: DaimlerChrysler (Car+Truck), GM, Fiat, Iveco, VW, BMW, Renault/Nissan, Ford, PSA, Volvo Truck, Honda, Toyota, Porsche, Hyundai, Caterpillar, MAN, Stihl, Deutz e Scania. No Brasil, os parceiros também são grandes: Ford, VW, GM, Peugeot, Renault, Honda e DaimlerChrysler.
"A instalação da Divisão de Filtros no Brasil deve-se principalmente à solicitação das montadoras aqui instaladas. Já tínhamos contato com elas na Europa, mas havia o desejo de manter no Brasil a mesma qualidade que já possuíam nas matrizes", conta Alexandre Sikler, responsável pela engenharia do produto e testes da divisão de filtros da MAHLE Metal Leve.
Inicialmente, com o câmbio favorável, a empresa montou seu catálogo com uma gama de produtos importados vindos da matriz na Alemanha. O restante dos produtos eram fabricados internamente. Um dos pioneiros foi o módulo de combustível em alumínio, fornecido até hoje para a Mercedes-Benz do Brasil, inclusive para a Europa, devido ao seu alto padrão de qualidade e tecnologia de filtração.
Hoje, na fábrica de Mogi Guaçu, desenvolvem-se produtos e sistemas completos, de acordo com as exigências tecnológicas das montadoras, contando com uma equipe de especialistas ligada diretamente à matriz, com todo tipo de suporte para o desenvolvimento de novas soluções.
Tecnologia
Para toda essa expansão do Grupo MAHLE no país, diversos investimentos foram feitos nos últimos anos, principalmente na área fabril e no desenvolvimento de novas tecnologias. "Foram investidos quase US$ 4 milhões em 2005. Um montante semelhante está sendo aplicado em 2006. O faturamento dobrou consecutivamente nos anos de 2004 e 2005, devido aos trabalhos realizados internamente, visando aumentos na produtividade, otimização de estoques e implantação de tecnologias alternativas em filtros já comercializados", conta Alexandre Sikler.
Um exemplo dessa tecnologia alternativa foi a implantação do tubo helicoidal e a manta sintética de alta resistência nos filtros de ar para veículos pesados, como caminhões e ônibus. Essa tecnologia gerou uma redução de 40% do custo nos produtos. Outro exemplo é o filtro em plástico para veículos Flex, com tecnologia desenvolvida completamente na MAHLE Metal Leve, que fornece para quase todas as montadoras no país.
Devido a sua tecnologia de cura do papel, que evita as fibras do mesmo absorverem água, e que aumentaria a restrição do filtro antes do seu tempo estipulado para troca. Atualmente, os filtros em plástico com tecnologia Flex também estão sendo exportados para a França, no mercado original e no de reposição.
O departamento de engenharia e testes da Unidade de Filtros dispõe de dois laboratórios de testes funcionais, e outro recentemente montado voltado especificamente para a análise de polímeros. Neles, são realizados desde testes de verificação da viscosidade ou ponto de fusão dos granulados plásticos, até complexos testes de durabilidade à pulsação em filtros do óleo, combustível ou secadores de ar.
Todos os novos desenvolvimentos para o mercado original já estão voltados à norma européia, que restringe substâncias poluentes, tais como: chumbo, cromo, etc. Atualmente são utilizados materiais alternativos desenvolvidos para manter os custos competitivos sem danificar o meio ambiente.
Em 2005, foi montada uma ferramentaria interna para agilizar a limpeza, e se necessário até conserto, dos moldes de injeção de polímeros e das prensas localizadas na estamparia interna.
Unidade de Filtros
A Unidade de Filtros, que conta com mais de 350 colaboradores entre pessoal operacional e administrativo, trabalha nos segmentos do mercado de equipamento original, mercado de reposição e filtros industriais nas mais variadas famílias de produtos, como filtro do óleo, filtro do ar, filtro do combustível (em plástico e alumínio), filtro secador do ar para caminhões e ônibus (fabricados internamente), tampas de válvulas em plástico, separador do óleo, módulos de alumínio para combustível e óleo com ou sem resfriadores integrados, e cânisters (filtro para redução das emissões evaporativas).
Com uma estreita ligação entre a sua matriz em Stuttgart na Alemanha e a planta brasileira, informações são trocadas e engenheiros brasileiros são treinados na matriz, trazendo tecnologias de desenvolvimento do produto, produção de coletor de admissão e tampas de válvulas.
Centro Tecnológico
O Brasil e outros países em desenvolvimento apresentam algumas condições especiais nos requisitos dos sistemas de filtração, o que difere dos requisitos comuns da indústria automotiva em regiões desenvolvidas, como EUA, Japão e Europa.
As demandas crescem a cada dia, combustíveis alternativos, combustíveis adulterados em campo, motores de última geração operando em condições desfavoráveis, contaminação do diesel com água devido às características climáticas, poluição com elevados teores de particulados. Foi necessário então incorporar pesquisa e desenvolvimento de sistemas de filtração ao Centro Tecnológico, localizado em São Paulo.
O Centro Tecnológico do Grupo MAHLE Brasil está totalmente integrado aos outros seis Centros Tecnológicos do grupo ao redor do mundo, valendo para toda a linha de produtos, e os Sistemas de Filtração em especial. "Isso significa que há elevada sinergia para o desenvolvimento dos projetos, compartilhamento de conhecimentos e recursos, definição das demandas tecnológicas e seus impactos em nossos produtos, visando ao atendimento das mesmas no tempo certo e com o mínimo de custos, de modo a garantir a competitividade dos produtos", comenta Marcos Clemente, Gerente de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro Tecnológico. Com uma equipe de mais de 140 colaboradores, entre engenheiros pesquisadores e técnicos, os laboratórios permitem, entre outros, testes de bancada e de motor, simulações numéricas de desempenho e resistência estrutural, análises químicas e metalográficas. Para se ter uma idéia, há um laboratório dedicado a testes de sistemas de filtração, que permitem avaliação de eficiência dos meios filtrantes sendo pesquisados.
Na busca contínua de aperfeiçoamento de sua capacitação tecnológica, está em andamento a mudança de local do Centro Tecnológico para o interior do Estado de São Paulo, que deverá estar completada em meados de 2007. "Dentre os principais objetivos da mudança está a implementação de mais capacidade de desenvolvimento, testes para os produtos e serviços oferecidos", explica Marcos Clemente. Para isso foi criado o projeto "Moving Santo Amaro" com o objetivo de minimizar o impacto da mudança buscando preservar a totalidade dos pesquisadores e técnicos do Centro Tecnológico.
Aftermarket e os diferenciais
competitivos
O Aftermarket é um dos ingredientes fundamentais nos negócios, representando, atualmente, 10% no faturamento mundial do Grupo MAHLE, e aproximadamente 35% no Brasil. "Temos um Centro de Distribuição em Limeira, uma unidade independente de negócios, com Departamento de Engenharia e desenvolvimento de produtos, Marketing e vendas, dedicados exclusivamente ao Aftermarket", conta Edvaldo Ricardo Selidonio de Souza, Gerente Nacional de Vendas do Aftermarket.
Luís Armando Tonioli, Gerente de Logística e Importação do Aftermarket da MAHLE Metal Leve, conta com o talento de mais de 335 colaboradores. "São 188 pessoas dedicadas totalmente à Logística, planejando, programando e expedindo nossos produtos para clientes no Brasil e no exterior. Nossa equipe administra em torno de 20 mil componentes recebidos de nossas fábricas e fornecedores, que são transformados em aproximadamente 12 mil itens de produtos acabados". A logística conta ainda com um moderno sistema de gerenciamento de estoque, o WMS (Wharehouse Management System).
Com isso, a empresa pretende expandir o portfólio de componentes de motor e filtros. Em 2005, atendendo a essa estratégia, foi lançada a linha completa de válvulas para motor, produto que já faz parte da divisão Valve Train System.
Entre os objetivos do Aftermarket estão a criação de uma política de marca global (Worldwide Brand Strategy). No Brasil, é esperado o fortalecimento da estratégia de ocupação dos canais de distribuição com as marcas MAHLE Original, Metal Leve, MAHLE Filter e Cofap Rings, mantendo a participação de mercado em componentes para motores e no segmento de filtros. "Para nós, o cliente continuará sendo o foco de nossa estratégia global para o Aftermarket, além da orientação internacional voltada para um crescimento sustentável", explica Edvaldo.
Mas o que foi realizado até agora já rendeu prêmios de Aftermarket para a MAHLE Metal Leve em 2005, 2 prêmios de Melhor fornecedor de Componentes de Motor (Revista Novo Meio e Transporte Moderno), 1 prêmio como A melhor Imagem dentre os fornecedores (Transporte Moderno), 1 prêmio de A empresa mais Fiel (Revista Novo Meio) e 1 prêmio de Quem mais Auxilia para Realização de treinamentos e palestras (Revista Novo Meio).
Além de todo esse trabalho com o centro tecnológico, departamento de engenharia, cuidados com o Aftermarket, a empresa ainda traz outros diferenciais. Montou um centro de treinamento na unidade de Santo Amaro (SP) onde são ministrados cursos de motores de dois dias, voltados para os reparadores e profissionais de vendas dos varejos e distribuidores. "Outros diferenciais da MAHLE Metal Leve são os programas de fidelização e retenção de clientes, bem como programas de marketing de relacionamento, por meio de palestras, treinamentos, campanhas e programas de ge-ração de demanda. A área de promoção, com promotores visitando varejos e aplicadores, e a Equipe de vendas, prestando serviços de venda e pós-venda, também estão no meio", conta Edvaldo.
No mercado de reposição, a
MAHLE Metal Leve procura sempre ter a linha mais completa de produtos, pesquisando as necessidades de novos lançamentos. "A empresa procura sempre se antecipar às necessidades do mercado, pode-mos citar como exemplo, o desenvolvimento e produção dos filtros bi-combustíveis (álcool/gasolina) no mercado, introduzindo uma nova tecnologia", explicou Roberto Yoshiyuki Hojo, Gerente de Desenvolvimento de Produto, Assistência Técnica e Qualidade.
Meio ambiente
A preocupação com o meio ambiente é uma premissa constante da empresa, que levou ao desenvolvimento de uma linha completa de produtos sem materiais metálicos, ou seja, ao serem descartados, podem ser totalmente incinerados sem gerarem resíduos. Mas o cuidado com o meio ambiente vem antes, como explica Roberto Hojo: "A melhoria contínua de produtos e processos dentro da empresa é prática diária, como ferramenta para se atingir a excelência no desenvolvimento de produtos, racionalizando assim, a utilização de recursos naturais, matérias-primas e o consumo de combustível".
Desempenho
Ao contrário da performance de 2004, onde a indústria apresentou um crescimento da produção em torno de 8,3% - seu melhor desempenho desde 1986, o ano de 2005 foi muito difícil para os fabricantes, sobretudo pela alta taxa de juros, quebra na safra agrícola e a instabilidade gerada pelo cenário político. O setor também sofreu influência dos aumentos nos custos dos insumos e pelo câmbio desfavorável, afetando a competitividade nas exportações e o aumento na competitividade dos importadores.
"A valorização do real está afetando a competitividade e a lucratividade nas exportações, esse fator pode prejudicar as empresas instaladas no país com o aumento das importações, principalmente da China", explica Edvaldo.
Por outro lado, a MAHLE Metal Leve teve um ano positivo com o lançamento de válvulas para motor e a consolidação do negócio de Filtros no Brasil e, embora os indicadores econômicos apontem para um crescimento discreto para o ano 2006, há uma expectativa boa para o setor.
O padrão de crescimento realmente deverá ser impulsionado pela melhoria nas condições de crédito, alavancando a performance dos bens duráveis e o setor de agronegócio.
Para se ter uma idéia, os negócios de filtros, no aftermarket, representaram 41% do total das vendas, com um faturamento de US$ 12,6 milhões.
De olho no futuro
A busca de tecnologia é de extrema importância, visto as tendências que o mercado de filtração
vem demonstrando, como explica Alexandre Sikler. "Como tendência a médio prazo, poderemos ter o uso de tecnologia de mídias conjugadas entre celulose e fibras sintéticas (non woven) e, a longo prazo, o ingresso de tecnologias de mídias completamente sintéticas e nano fibers que aumentam consideravelmente a eficiência de filtração, porém atualmente não apresentam custos competitivos ao mercado brasileiro". A exemplo de outros setores, o mercado está passando por diversas modificações, sobretudo o da inovação tecnológica. "O segmento será muito mais exigente e competitivo, e teremos, em um futuro não muito distante, o desafio da modernização e renovação da frota, alta tecnologia empregada na fabricação dos produtos, redução e consolidação da cadeia", explica Edvaldo.
Programa MAHLE de Responsabilidade Social
Com um programa voltado para a responsabilidade social, a MAHLE Metal Leve mostra a importância dos trabalhos relacionados à educação dos jovens e projetos voluntários. Entre esses trabalhos está a Escola MAHLE Formare Jovem e Educação, projeto realizado em parceria com a Fundação Iochpe, incluindo jovens de baixa renda em programas de aprendizado profissional.
A difusão do voluntariado é feita junto ao programa desde 2001, os projetos são voltados às comunidades, nas regiões de Indaiatuba, Itajubá, Limeira, Mogi Guaçu e São Bernardo do Campo, alguns com parceria de programas, instituições, ONGs, campanhas (como, por exemplo, a Campanha do Agasalho e o Projeto Meu Guri) e fundações. Com esse trabalho, a MAHLE desenvolve atividades esportivas, artísticas, campanha de arrecadação de alimentos, campanha contra o desperdício, trabalhos em orfanatos e asilos, palestras de cidadania, entre outros.
Por meio da Lei Rouanet, a empresa ainda desenvolve trabalhos na Escola de Música de Piracicaba "Maestro Ernst MAHLE" e na Escola de Preparação Profissional MAHLE Comunidade – onde foram contemplados quase 500 estudantes no ano passado. Todo esse trabalho social do Grupo MAHLE foi reconhecido pela Abrinq, através do selo Empresa Amiga da Criança.