Água: Fator Para Os Resultados De Seu Laboratório
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Edição Nº 2 - Julho/Agosto de 2002 - Ano 1
Água purificada é necessária e utilizada em diversos segmentos: farmacêutico, meio ambiente, análise de resíduos...
Água purificada é necessária e
utilizada em diversos segmentos: farmacêutico, meio ambiente,
análise de resíduos, produtos químicos, apenas para citar
alguns. As aplicações incluem, entre outras, a preparação de
reagentes e tampões, lavagem de vidraria, análises
instrumentais (HPLC, IC, AA, ICP, etc.), meios de cultura de
tecidos e preparação de géis de eletroforese.
A água potável contem vários contaminantes, tais como bactérias,
metais pesados, íons e compostos orgânicos, que podem causar
problemas e distorções nos resultados das análises e
procedimentos.
Muitos laboratórios respondem a essa necessidade de maior
pureza da água, instalando sistemas deionizadores de água
baseados em resinas de troca iônica regeneráveis, mas o nível
de contaminação ainda é muito alto, para procedimentos analíticos
e microbiológicos sensíveis.
É necessário então utilizar sistemas de purificação de água,
que permitam a remoção dos contaminantes críticos, para um
determinado procedimento de forma eficaz, econômica e confiável.
A seguir, um breve resumo das tecnologias de purificação de água,
aplicáveis ao laboratório, as vantagens e desvantagens de cada
uma e as especificações de qualidade de água, referentes a
utilização em laboratórios.
Purificação de Água
Nenhuma tecnologia de purificação isoladamente, poderá
remover todos os tipos de contaminantes, nos níveis requeridos
para as aplicações críticas. Justamente por isso, é necessário
utilizar um sistema de purificação de água, bem projetado,
utilizando uma combinação de tecnologias, que permita atingir
os níveis de qualidade de água necessários. Cada tecnologia
de purificação, deve ser utilizada em uma seqüência
apropriada, para otimizar a sua capacidade particular, de remoção
de contaminantes. A seguir, discutiremos as tecnologias mais
comuns.
Destilação
A destilação, é um dos mais antigos métodos de purificação
de água.
A água inicialmente é aquecida até a ebulição. O vapor de
água então, sobe para um condensador, onde ocorre um
resfriamento pela água que circula na serpentina. Dessa
maneira, o vapor se condensa, é coletado e armazenado. Muitos
contaminantes são retirados nesse processo, permanecendo no
recipiente original que está sendo aquecido, entretanto,
compostos orgânicos com ponto de ebulição menor que 100o C, não
serão removidos eficientemente. Os altos custos de energia e água
necessários são uma desvantagem importante deste processo.
Adsorção em Carvão
Um dos melhores métodos de remoção de compostos orgânicos,
é a adsorção em carvão. Resinas de troca iônica, são
capazes de remover alguns ácidos orgânicos e bases da água
potável, porém os compostos orgânicos não ionizados
presentes nessa água, irão reduzir significativamente a
funcionalidade dessas resinas. A taxa de adsorção, é função
do peso molecular, e do tamanho da molécula dos compostos orgânicos.
O carvão geralmente é usado, em combinação com outros
processos de tratamento. Uma consideração importante, em
qualquer sistema de purificação, é o ponto em que o carvão,
é instalado em uma seqüência de tecnologias de tratamento.
Eletrodeionização (EDI)
Esta nova tecnologia é uma combinação de eletrodiálise e
troca iônica, resultando num processo que, efetivamente
deioniza a água ao mesmo tempo em que as resinas de troca iônica,
são continuamente regeneradas pela corrente elétrica aplicada
na unidade. Esta regeneração eletro-química, substitui a
regeneração química, das resinas de troca iônica
convencionais.
Troca Iônica
No processo de troca iônica, a água flui, através de resinas
com formato esférico (semelhantes a pequenas contas). Os íons
presentes na água, são trocados por outros íons fixados nas
resinas. Os dois métodos mais comuns de troca iônica, são o
abrandamento e a deionização.
As resinas trocam íons hidrogênio por cátions e íons
hidroxila por ânions. Os íons hidrogênio liberados, pela
resina cationica combinam-se com as hidroxilas liberadas pela
resina aniônica, formando água pura.
Filtração
Microporosa
Existem três tipos de filtração microporosa: de profundidade
e de superfície, neste caso compreendendo os pré-filtros em
membrana, e as membranas filtrantes de retenção absoluta para
um tamanho de poro. Os filtros de profundidade, são usados
geralmente como pré-filtros, porque, representam uma forma econômica
de remover > 98% de sólidos em suspensão, e proteger os
elementos subsequentes contra o entupimento. Os pré-filtros em
membrana, removem 99,99% dos sólidos em suspensão, e podem ser
usados tanto como pré-filtros como filtros clarificantes. As membranas filtrantes de retenção absoluta, são colocadas no
último ponto de um sistema de purificação de água, para remover os traços remanescentes de partículas coloidais,
fragmentos de resinas, finos de carvão e microorganismos.
Osmose Reversa (OR, RO)
Osmose Reversa é a escolha ideal, para remover um amplo
espectro de contaminantes num único passo de purificação.
Geralmente, é o método mais econômico para remover de 90 a
99% de todos os tipos de contaminantes. As membranas de OR podem
rejeitar praticamente todas as partículas, bactérias e
compostos orgânicos com peso molecular maior que 200 Dalton,
pelo mecanismo de peneira (exclusão) molecular. A osmose
natural, ocorre quando soluções com diferentes concentrações,
são separadas por uma membrana semi-permeavel. A pressão osmótica
direciona a água através da membrana para diluir a solução
mais concentrada, para obter um equilíbrio. Se uma pressão
hidráulica suficiente, for aplicada à solução concentrada,
para sobrepujar a pressão osmótica, a água pura irá deixar a
solução concentrada e coletada depois da membrana, como água
permeada purificada. A OR também envolve um processo de exclusão
iônica; somente o solvente pode passar através da membrana
semipermeável de OR, enquanto virtualmente todas as moléculas
dissolvidas, incluindo sais e açucares, são retidos. A membrana de osmose reversa, rejeita sais (íons) através de um
fenômeno de rejeição de cargas, quanto maior a carga, maior a
rejeição.
A osmose re-versa, é um pré-tratamento ideal para sistemas de
purificação de água (sistemas de polimento) para obtenção
de água grau reagente.
Ultrafiltração (UF)
Uma membrana UF funciona como uma peneira molecular. Ela separa
moléculas com base no tamanho, ao passar uma solução, através
de um filtro com determinado tamanho, de poro infinitesimal. O
ultrafiltro, é uma membrana fina e permeável seletivamente,
que retém a maioria das macromoléculas acima de um, incluindo
colóides, microorganismos e piro-gênios.
Radiação Ultravioleta (UV)
A radiação UV tem sido amplamente usada, como um tratamento
germicida para a água. Lâmpadas de vapor de mercúrio de baixa
pressão gerando luz UV com 254 nm de comprimento de onda, são
um meio eficaz de sanificar a água. A adsorção de luz UV,
pelo DNA e proteínas da célula microbiana, resulta na inativação
do microorganismo. Avanços recentes na tecnologia de radiação
UV, resultaram na produção de lâmpadas, e materiais ópticos
que permitem a passagem tanto do comprimento de onda de 254 nm
como do de 185 nm na água a ser tratada. Esta combinação de
comprimentos de onda, é necessária para a foto-oxidação de
compostos orgânicos. Com essas lâmpadas especiais, os níveis
de Compostos Orgânicos Totais (COT ou TOC) na água de alta
pureza, podem ser
reduzidos a níveis menores que 5 ppb.
Outros Termos Importantes:
Carbono Orgânico Total (COT ou TOC) - O nível de COT, é um
indicador amplo e importante do nível residual de contaminantes
orgânicos na água purificada. Os orgânicos são freqüentemente
os primeiros contaminantes que "vazam" de um sistema de
purificação de água, quando o meio de purificação se
esgota. A medição de COT, em conjunto com a resistividade, é
crítica para assegurar a manutenção da qualidade da água.
Polimento - Remoção de traços residuais de impurezas, da água
já tratada por algum outro meio.