A indústria é parte da sociedade e a relação existente entre elas é íntima e infinita, ou seja, começou quando o homem criou a industrialização e, provavelmente, nunca mais terá fim.

Se esta ligação é íntima, não fica difícil concluir que as transformações pelas quais passa a indústria interferem na vida das pessoas que compõem a sociedade e vice-versa.

Desde que Henry Ford idealizou a forma de produção em série, o que pode ser considerada uma das mais importantes revoluções fabris de que se tem notícia, a sociedade não parou mais de assistir à evolução dos conceitos produtivos e à aparição de padrões de qualidade cada vez mais exigentes e estreitos.

O que mais chama atenção é que estes conceitos e padrões muitas vezes parecem situar-se em níveis de alcance muito maiores ao que o próprio ser humano pode suportar. Não fosse isso é bem provável que não houvesse desemprego e fome nos dias de hoje.

E a questão é justamente esta. Ao investir em tecnologia e em equipamentos sofisticados, não estaria o homem inicializando o seu próprio processo de auto-destruição? Ou haveria o homem de ter que rever, com a máxima urgência possível, o seu próprio sistema educacional?

E o que todo este questio-namento tem a ver com o nosso assunto de interesse, a manutenção de sistemas de tratamento de água grau farmacêutico?

Os padrões de obtenção de água grau farmacêutico foram sendo aperfeiçoados com o passar dos anos, tendo em vista o desenvolvimento da tecnologia farmacêutica e de tecnologias de sistema de tratamento de água.

Hoje, dispositivos competem e ao mesmo tempo se somam para a complementação dos projetos de instalações de tratamento de água. E neste campo, pode-se citar a osmose reversa, a troca iônica convencional e a eletronicamente atuada, a destilação, a ozonização, o ultra-violeta etc. Cada instalação terá a sua nuance, sem falar nos outros fatores que acabam imperando no projeto, como qualidade de fontes de água, preferências regionais, legislação específica etc.

Na prática, sabe-se que, mesmo com o avanço das tecnologias de automação destas instalações, o sucesso ou não do projeto ainda depende majoritariamente do fator humano. Isto porque há muitos ramos de conhecimento que acabam sendo envolvidos, ou alguém descordaria que um assessor técnico plenamente capacitado em instalações farmacêuticas de água, deve ter bons conhecimentos de eletrônica, mecânica, química, biociências etc?

Pelo menos cinco itens normal-mente foram considerados em instalações com histórico de funcionamento e manutenção muito satisfatório, são eles:

1) Elaboração minuciosa de um plano mestre para que todas as propostas recebidas apresentem o mesmo teor técnico e tecnológico. Deve-se considerar a contratação de uma empresa independente, especializada e experiente para a elaboração e condução deste plano;

2) Deve-se exigir, previamente, todas as providências para que o equipamento apresente as condições de qualificação perante as aplicações a que se destina, além dos quesitos necessários para validação do sistema;

3) É importante exigir de modo formal que o fornecedor do sistema assuma o equipamento até que todos os ajustes operacionais, inevitáveis na partida de qualquer sistema de tratamento de água, sejam efetuados com precisão. Nesta fase de transferência de responsabilidade, deve-se aproveitar o máximo de tempo para o treinamento dos futuros responsáveis pela operação e manutenção dos equipamentos;

4) É de extrema importância que se implemente um estoque de peças de reposição, com grau de criticidade relativa;

5) Deverá ser elaborado um plano anual de manutenção preditiva e preventiva com treinamento operacional continuado e sistemático para o pessoal de operação, produção, controle e garantia de qualidade, Além disso, recomenda-se que uma empresa externa de assessoria e assistência técnica seja contratada para o auxílio na elaboração destes planos de manutenção e treinamento, para monitorar sua execução ao decorrer do ano, com sua experiência auxiliar à elaboração e revisão dos POP’S.
Ao considerar ao menos estes cinco itens, o novo proprietário de um sistema de tratamento de água para a obtenção de água grau farmacêutico aumentará consideravelmente as chances de que o seu sistema possa entrar na lista daqueles com histórico de funcionamento e manutenção bem sucedidos, o que será positivo para todos, usuário, fornecedor e assistentes técnicos. 

Os proprietários de sistemas já em operação, ao promover uma parceria com assessores e assistentes técnicos de qualidade, automaticamente absorverão um acréscimo significativo de qualidade e produtividade em seu sistema, além de possíveis reduções nos gastos com a manutenção do sistema.