Uma nova forma de promover o equilíbrio microbiológico da água começa a ser conhecida pelos brasileiros. A tecnologia Grander permite que a água se mantenha potável mesmo quando circulando durante muito tempo pelo mesmo circuito ou armazenada. O aparelho, através do qual o líquido circula, promove a reorganização da estrutura molecular da água de maneira que impede o desenvolvimento de colônias bacterianas nocivas a manutenção da estabilidade da água.

O método não utiliza produtos químicos dentro ou fora do aparelho. O princípio, desenvolvido pelo naturalista austríaco Johann Grander, utiliza água em cilindros organizada estruturalmente de forma a captar a energia dos campos magnéticos da terra, e transmitir a informação desta nova configuração à água que circula pelo aparelho Grander. Quando esta água recebe a informação de reorganização na forma de onda, acontece a reestruturação física da sua agregação molecular. "Há uma mudança no "cluster" da água, sendo que as unidades poliméricas da água ficam em divisões menores", diz a representante da tecnologia no Brasil, a dentista Maria Filomena R.Lima Huhtala, que utiliza o aparelho em seu consultório, em São José dos Campos.

Filomena disse que o aparelho pode ser aplicado em diversos setores, entre eles o industrial, principalmente em empresas que utilizam circuitos fechados de aquecimento e resfria-mento. Ela citou um caso de uma indústria de confecção, de médio porte, que instalou os equipamentos Grander para a água que abastece a produção. Nos disse que parte do vapor gerado pelas caldeiras retornava no processo produtivo e, para tentar impedir a formação de incrustações no sistema e outras formas de degradação, a indústria aplicava produtos químicos em sua caixa d'água. No entanto, não só as manutenções eram constantes, como também a perda de equipamentos pela obstrução por incrustações e, que após o períodos de parada, como do final do ano, constatavam a presença de ferrugem nas prensas e válvulas. "Hoje, eles não precisam mais utilizar os produtos químicos e se drenarmos a água do processo, você verá que ela está límpida", contou.

Outro exemplo de sucesso que ela cita foi um criador de gado que resolveu mudar de ramo e passou a produzir plantas ornamentais em estufas. Ele queria utilizar a água do lago que antes havia sido usado pelos animais. "O lago, de cerca de 300 mil litros, deveria ser usado na nova produção, mas ele não queria usar produtos químicos para fazer o tratamento necessário desta água, para que a mesma se adequasse a este uso . O equipamento foi instalado em janeiro de 2002, após 3 meses a água já se encontrava estabilizada e, hoje, ele diz que reduziu em 80% o uso de fertilizantes para as plantas e até nada na lagoa", afirma Filomena.

A novidade, entanto, deve causar polêmica ainda, seja pelo seu espírito revolucionário ou seja pelo seu potencial de ameaçar grandes interesses econômicos em jogo, quando se trata de produção agrícola, um dos setores em que a tecnologia tem grande aplicabilidade. "A tecnologia não utiliza nada químico e não utiliza energia elétrica. É uma caixa em aço inoxidável com dois cilindros internos através dos quais a água passa", disse Filomena. "Quando explicávamos para alguns colegas sobre esse princípio, as pessoas não acreditavam que um sistema aparentemente com uma concepção tão simples pudesse realizar tais efeitos, mas uma das maiores referências mundiais em pesquisa sobre a estrutura da água, que realizou um estudo de 5 anos sobre a Tecnologia Grander, o cientista Vladimir Kondra-tov, disse, em uma de suas palestras, que "a obrigação da ciência não é descartar a hipótese, mas provar se um fenômeno é possível ou não", defende.

No Brasil, segundo Filomena, já foram instalados 15 aparelhos. Os tamanhos variam conforme a necessidade de vazão. A versão com maior vazão é a de 10 litros por segundo. O preço do aparelho menor é de cerca de 1.400 euros ou cerca de R$ 5 mil. A garantia é de 5 anos, e não necessitam de manutenção posterior ou da troca de peça por parte da empresa.