Como Monitorar A Qualidade Do Ar Em Indústrias?
Por Meio Filtrante
Edição Nº 36 - Janeiro/ Fevereiro de 2009 - Ano 7
As emissões de poluentes na atmosfera geram problemas em diferentes escalas na Terra.
As emissões de poluentes na atmosfera geram problemas em diferentes escalas na Terra. Elas afetam desde a qualidade do ar local, com as altas concentrações de monóxido de carbono provenientes do tráfego de veículos, até a qualidade global, com o aquecimento do planeta e todos os fenômenos meteorológicos resultantes.
Os efeitos dos poluentes atmosféricos variam em função do tempo e de suas concentrações. Por isso, a poluição atmosférica pode ser classificada como aguda ou crônica. Aguda é a poluição com altas concentrações de um dado poluente na atmosfera por curtos períodos de tempo. Já, a crônica está relacionada a uma exposição prolongada, mas em níveis de concentração mais baixos. Para que estes níveis sejam avaliados e controlados é necessário um acompanhamento periódico da emissão de particulados no ar e da dispersão de poluentes. Este trabalho é uma exigência dos órgãos públicos, principalmente, para as indústrias que precisam controlar a emissão de particulados e gases na atmosfera. Segundo a empresa de monitoramento Ag Solve, o monitoramento da qualidade do ar nessas empresas pode ser feito com o uso de estações meteorológicas e de equipamentos de qualidade do ar, que possuem amostradores de ar que capturam e canalizam os particulados para sensores que determinam sua carga de particulados e registram ao longo do tempo as cargas de poluentes na fita dentro dos sensores. Nela, todo o particulado existente é depositado e mensurado em tempo fixo de 15 minutos a 24 horas. Outro tipo de equipamento, que também pode ser utilizado para este monitoramento, é o que utiliza a técnica do feixe de laser, que dimensiona as partículas e as totaliza. Ele é indicado para empresas e indústrias com volumes de poeira elevados, como em mineradoras, por exemplo, que precisam fazer o acompanhamento da emissão em tempo real. Todos esses aparelhos ficam, geralmente, ao ar livre ou sobre estruturas, expostos, para que simulem as mesmas condições das construções da vizinhança. O monitoramento da qualidade do ar é fundamental para a preservação do meio ambiente e da saúde humana.
Diversos estudos realizados em todo o mundo apontam que a qualidade do ar nos aviões é preocupante e gera riscos à saúde. Aliás, a má condição atmosférica nas alturas é considerada a principal causa dos problemas respiratórios e outros tipos de distúrbios para os passageiros.Um dos vilões é a baixa umidade relativa do ar, pois em grandes altitudes o clima é muito seco. Além disso, em sua passagem pela turbina, o ar é elevado a altas temperaturas, o que o leva a um maior ressecamento.”O grau de umidade relativa varia de acordo com o tipo de aeronave, duração do vôo, número de passageiros a bordo e com a posição ao longo da cabine de passageiros, sendo mais alto próximo aos lavatórios e cozinhas de bordo. Tipicamente, a umidade do ar se situa entre 15% a 30% nos grandes vôos intercontinentais, um estado de atenção”, explica a presidente da Comissão de Asma da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), dra. Lilian Serrasqueiro Ballini Caetano.
A conseqüência é o ressecamento das mucosas, como olhos e nariz, levando a irritação e inflamação local. Os passageiros também podem apresentar sede nessas condições. Outro problema nas aeronaves é a baixa temperatura na cabine, já que o ar externo, é muito frio - chega a - 80oC. A baixa temperatura associada à baixa umidade relativa do ar diminui a imunidade e facilita infecções locais, como faringite, amigdalite, sinusite e pneumonia e, nos casos de pessoas que sofrem de doenças respiratórias, aumenta o risco de crises de asma, rinite e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)”, alerta o dr. José Eduardo Delfini Cançado, presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia. “Portanto, não devem ser utilizados diuréticos e bebidas alcoólicas, pois podem potencializar este efeito”.
A Hipoxemia
O principal problema relacionado, em vôos, ao doente pulmonar é a Hipoxemia (baixo teor de oxigênio no sangue). A pressão na cabine de avião simula níveis de oxigênio muito parecidos aos encontrados em altitudes que variam de 2.000 a 2.700 metros acima do nível do mar, ou seja, a oferta do gás é baixa e o ar rarefeito. Desse modo, é de extrema importância medir a oxigenação do paciente quando for exposto a baixos níveis de oxigênio. Além disso, existe a característica de o ar, na cabine da aeronave, ser mais seco ou mais frio e, sem falar nas alterações de pressurização e despressurização nas aterrissagens e decolagens. “Então, temos menos oxigênio por ml de ar inalado. Logo, os indivíduos com hipoxemia crônica hiperventilam ou têm de conviver com menor oferta de oxigênio e a conseqüente doença”, pondera a dra. Lilian Serrasqueiro. A especialista ainda afirma que existe também o problema de distensão dos gases. “Expandem-se os gases quando diminui a pressão atmosférica, e então podemos ter distensão dentro do intestino e estômago, situação que aumenta o volume abdominal e dificulta a expansão torácica e mobilidade diafragmática”.Não existe razão para que os indivíduos que sofrem de doenças respiratórias, como a asma, sejam desencorajados a viajar de avião. O mais relevante para diminuir riscos é a prevenção e o tratamento adequado do paciente.”Em caso de viagens aéreas, deve-se sempre levar a medicação de manutenção e aquela orientada para uso de emergência. Para as pessoas que sofrem de doenças respiratórias crônicas, é fundamental a orientação de um pneumologista, pois durante o vôo os sintomas podem se agravar devido à baixa temperatura, à baixa umidade relativa do ar e à oxigenação na altitude”, completa a dra. Lilian Serrasqueiro.