6.000 Anos De Gestão

Desde o início dos tempos, gerir é fundamental para o progresso das organizações


Desde o início dos tempos, gerir é fundamental para o progresso das organizações

por João B. Moura

Muito se fala sobre gestão em todo o mundo. Há milhares de livros, trabalhos acadêmicos, escolas e consultores especializados nesse assunto, constantemente abordado nos encontros empresariais. Mas será que essa palavra que fascina e assusta ao mesmo tempo, merece tanto crédito?
Pode estar certo que sim. Seja grande, pequena, média ou micro empresa, a gestão desempenha um papel fundamental na história das organizações.
Se a empresa apresenta lucro constante, muito se deve à condução da organização; se apresenta prejuízo e as coisas não vão bem, com certeza a gestão tem participação no resultado.
E talvez esse seja o grande mérito da gestão. Se a maré estiver ruim, mudanças na gestão – e muitas vezes nos gestores – poderão transformar a época das vacas magras num gordo rebanho. Não é raro uma empresa em baixa mudar de presidente e, às vezes em curto e normalmente em médio prazo, comemorar resultados mais promissores.
Até pouco tempo, qualquer análise das empresas brasileiras trazia índices alarmantes de mortalidade. Nos últimos anos, esses números têm apresentando queda e uma pesquisa realizada pelo Sebrae apontou o principal fator responsável por essa mudança de cenário: os empresários nacionais estão se preparando mais, procurando conhecer os diferentes aspectos que possam garantir a longevidade do negócio.
Mas vale o alerta: gerir é uma ciência que demanda tempo, estudo, planejamento e constante análise de dados para gerar resultado.

Ciência milenar
Acredita-se que os sumérios, comumente citados como a civilização mais antiga do planeta – por volta de 4.000 A.C. - habitantes da Mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates, foram os primeiros a desenvolver técnicas de gestão. Povo dotado de um conhecimento fantástico para a época, com domínio inclusive da astronomia – sabiam até mesmo da existência e a composição química de Plutão, planeta que só seria descoberto oficialmente em 1930 – os sumérios criaram a escrita cuneiforme e passaram a registrar e acompanhar os dados sobre as colheitas. Posteriormente, os egípicios implementaram os princípios de planificação, organização e direção. É nessa época que nasceu o termo supervisor, da palavra egípicia vizier, função com grande importância na construção das pirâmides, que não raro movimentavam mais de dez mil pessoas e demandavam muito planejamento e organização para o sucesso da obra.
O tempo passou e 500 anos antes de Cristo, os chineses aprofundaram ainda mais a técnica com o conceito de especialização. Numa escavação arqueológica foi encontrado arroz provavelmente do ano 1 D.C., com inscrição de que foi feito num estabelecimento governamental envolvendo três departamentos distintos: contabilidade, segurança e produção. Em meados do século 18, a Revolução Industrial contribuiu de vez para estabelecer a gestão como elemento necessário ao progresso das empresas. Uma das principais obras sobre o assunto foi escrita em 1911 com o título “Princípios da Gestão Científica”, do norte-americano Frederick Taylor, pai do Taylorismo, empregado em muitas fábricas e inclusive por Henry Ford, sistema marcado pelo aumento da produtividade e dos salários, redução da fadiga e foco na gestão, com excelentes resultados para a época. Mais tarde, Ford aprimorou os princípios de Taylor e criou suas próprias regras, os princípios Forditas. Paralelamente, o também norte-americano Henry Fayol estabeleceu conceitos mais flexíveis do que Taylor, publicando “Teoria Geral da Administração”, em 1916. Muitos outros estudiosos do assunto se seguiram, mas os princípios de Taylor e Fayol deram novos rumos à administração, com influência até os dias atuais.

O desafio da gestão no Brasil
O Brasil possui excelentes gestores – empresas como Gerdau, Votorantim, Embraer são alguns exemplos de como a gestão pode fazer uma organização se destacar em ambientes altamente competitivos e globalizados.
Entretanto, por características culturais que afetam principalmente as médias, pequenas e micro empresas, muitas ainda arraigadas em estruturas familiares tradicionalistas, gerir empresas no Brasil apresenta um alto grau de dificuldade. Afinal, como empregar planejamento científico numa cultura extremamente centralizadora e paternalista, na qual muitas vezes os interesses individuais dos gestores são colocados acima das necessidades da organização?
Felizmente, um dos magos da gestão moderna é brasileiro, apontado entre os principais consultores da atualidade. Seu nome pode não ser surpresa - Vicente Falconi – mas seus métodos, com certeza, trazem resultados surpreendentes. Tanto a iniciativa privada quanto a pública já aprovaram o estilo de Falconi, avesso a badalações, mas um verdadeiro pop star quando o assunto é gestão. À frente da empresa de consultoria INDG – Instituto de Desenvolvimento Gerencial, que faturou em 2007 nada menos que R$ 144 milhões e emprega cerca de 900 consultores, Falconi tem posicionamentos claros sobre a questão, que explicam o porquê de tanto sucesso.
Segundo ele, há três fundamentos básicos para qualquer empresa alcançar uma gestão vitoriosa: Método, Conhecimento Técnico e Liderança.

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