“Retrofitting”, Que Diabo É Isso?
Por Eduardo Pacheco
Edição Nº 39 - Julho/Agosto de 2009 - Ano 8
Todos que trabalham com sistemas de tratamento de água e efluentes acabam se deparando com a necessidade de um “retrofitting”.
Todos que trabalham com sistemas de tratamento de água e efluentes acabam se deparando com a necessidade de um "retrofitting". Essa é mais uma palavra da língua inglesa que acabou sendo incorporada ao nosso vocabulário e a melhor tradução para ela é "reabilitação". Pois bem, quando é que precisamos reabilitar um sistema e por quê? Vamos a alguns exemplos:
Essa situação é comum tanto nas indústrias como no saneamento básico e o principal motivo são problemas de planejamento, ou seja, faz-se uma instalação com base num certo cenário de consumo de água e geração de efluentes e, ao longo do tempo, percebe-se que a realidade é outra. A estação ficou pequena e já não dá conta do serviço. Nestas situações, nem sempre a melhor solução é a simples ampliação do sistema original, mas sim a modernização da solução técnica, de forma a extrair um melhor rendimento da planta. A tecnologia de membranas filtrantes, por exemplo, permite resultados de melhor qualidade com utilização de menor área.
Um exemplo real e preocupante disso é o que ocorre nos sistemas de abastecimento de água do Estado de São Paulo, onde as estações de tratamento foram dimensionadas e construídas há muitos anos, quando os mananciais não eram poluídos e contaminados. Os sistemas não têm capacidade para remover excesso de matéria orgânica, hormônios e outros compostos complexos que acabam sendo indevidamente lançados nos rios.
Da mesma forma, uma indústria pode precisar alterar completamente seu sistema de tratamento de efluentes devido a uma alteração da linha de produtos e conseqüente geração de efluentes. Por exemplo, se uma empresa de bebidas que tradicionalmente faz sucos e refrigerantes decide fazer também cerveja, terá um efluente totalmente diferente. A carga orgânica será significativamente superior e, muito provavelmente, o sistema original não vai aguentar tal excesso.
Um sistema muito antigo também terá uma concepção de tratamento muito antiga, o que pode levar ao consumo excessivo de produtos químicos, energia elétrica e mão-de-obra. As plantas mais antigas, por exemplo, não são automatizadas e têm praticamente todas as suas operações de forma manual. A automatização de sistemas nos dias de hoje é algo muito simples e permite o retorno do investimento muito rapidamente.
A introdução da nova Portaria 518 do Ministério da Saúde, por exemplo, no que se refere ao tratamento de água de consumo humano, obrigou todas as concessionárias públicas a se preocuparem com elementos que não eram monitorados no passado, como os sub-produtos da cloração (trihalometanos). Da mesma forma, uma estação de tratamento de esgotos domésticos que foi concebida apenas para atender a legislação para descarte em corpos d’água (CONAMA 357), muito provavelmente não vai conseguir atender a uma demanda de reúso, mesmo que para fins industriais pouco exigentes. Por outro lado, a implantação de um sistema de tratamento terciário de alta qualidade numa estação de efluentes, pode permitir o reúso e a conseqüente redução do consumo de água. Também aqui, o retorno dos investimentos é rápido e certo.
Mesmo que nada tenha mudado no sistema, os equipamentos e materiais têm sua vida útil limitada e quando se vai fazer a reposição dos mesmos, percebe-se que há coisas novas, mais modernas e melhores. Ocorre que a troca do item por outro mais moderno pode exigir alterações no projeto original, o que vai demandar uma avaliação mais cuidadosa para que não haja comprometimento do objetivo final. Por exemplo, um antigo sistema de desidratação de lodos por prensa desaguadora de telas (belt-press) pode ser substituído com inúmeras vantagens por centrífugas ou outros equipamentos rotativos. No entanto, certamente haverá alterações hidráulicas e elétricas que vão demandar um novo projeto.
De forma geral, o principal problema dos estudos de "retrofitting" ou reabilitação é o fato do sistema não poder ser paralisado durante as obras. Trata-se de um planejamento complexo, que pode exigir a instalação de sistemas provisórios ou móveis.
Outro ponto a ser observado são as possíveis alterações em obras civis. A adoção de soluções mais modernas pode fazer com que alguns tanques de concreto do sistema original não sejam mais necessários, sendo preciso avaliar a viabilidade de reformas e até demolições completas.
O Portal www.tratamentodeagua.com.br, com apoio da Revista Meio Filtrante, organizará nos dias 23 e 24 de julho próximo, um workshop sobre "Novas Tecnologias para Tratamento de Água e Efluentes com ênfase no Retrofitting e Ampliação de Sistemas". Diversas empresas e consultores vão apresentar suas soluções e casos reais para discussão. Trata-se de uma ótima oportunidade para troca de experiências e atualização de informações sobre o assunto.
Essa situação é comum tanto nas indústrias como no saneamento básico e o principal motivo são problemas de planejamento, ou seja, faz-se uma instalação com base num certo cenário de consumo de água e geração de efluentes e, ao longo do tempo, percebe-se que a realidade é outra. A estação ficou pequena e já não dá conta do serviço. Nestas situações, nem sempre a melhor solução é a simples ampliação do sistema original, mas sim a modernização da solução técnica, de forma a extrair um melhor rendimento da planta. A tecnologia de membranas filtrantes, por exemplo, permite resultados de melhor qualidade com utilização de menor área.
Um exemplo real e preocupante disso é o que ocorre nos sistemas de abastecimento de água do Estado de São Paulo, onde as estações de tratamento foram dimensionadas e construídas há muitos anos, quando os mananciais não eram poluídos e contaminados. Os sistemas não têm capacidade para remover excesso de matéria orgânica, hormônios e outros compostos complexos que acabam sendo indevidamente lançados nos rios.
Da mesma forma, uma indústria pode precisar alterar completamente seu sistema de tratamento de efluentes devido a uma alteração da linha de produtos e conseqüente geração de efluentes. Por exemplo, se uma empresa de bebidas que tradicionalmente faz sucos e refrigerantes decide fazer também cerveja, terá um efluente totalmente diferente. A carga orgânica será significativamente superior e, muito provavelmente, o sistema original não vai aguentar tal excesso.
Um sistema muito antigo também terá uma concepção de tratamento muito antiga, o que pode levar ao consumo excessivo de produtos químicos, energia elétrica e mão-de-obra. As plantas mais antigas, por exemplo, não são automatizadas e têm praticamente todas as suas operações de forma manual. A automatização de sistemas nos dias de hoje é algo muito simples e permite o retorno do investimento muito rapidamente.
A introdução da nova Portaria 518 do Ministério da Saúde, por exemplo, no que se refere ao tratamento de água de consumo humano, obrigou todas as concessionárias públicas a se preocuparem com elementos que não eram monitorados no passado, como os sub-produtos da cloração (trihalometanos). Da mesma forma, uma estação de tratamento de esgotos domésticos que foi concebida apenas para atender a legislação para descarte em corpos d’água (CONAMA 357), muito provavelmente não vai conseguir atender a uma demanda de reúso, mesmo que para fins industriais pouco exigentes. Por outro lado, a implantação de um sistema de tratamento terciário de alta qualidade numa estação de efluentes, pode permitir o reúso e a conseqüente redução do consumo de água. Também aqui, o retorno dos investimentos é rápido e certo.
Mesmo que nada tenha mudado no sistema, os equipamentos e materiais têm sua vida útil limitada e quando se vai fazer a reposição dos mesmos, percebe-se que há coisas novas, mais modernas e melhores. Ocorre que a troca do item por outro mais moderno pode exigir alterações no projeto original, o que vai demandar uma avaliação mais cuidadosa para que não haja comprometimento do objetivo final. Por exemplo, um antigo sistema de desidratação de lodos por prensa desaguadora de telas (belt-press) pode ser substituído com inúmeras vantagens por centrífugas ou outros equipamentos rotativos. No entanto, certamente haverá alterações hidráulicas e elétricas que vão demandar um novo projeto.
De forma geral, o principal problema dos estudos de "retrofitting" ou reabilitação é o fato do sistema não poder ser paralisado durante as obras. Trata-se de um planejamento complexo, que pode exigir a instalação de sistemas provisórios ou móveis.
Outro ponto a ser observado são as possíveis alterações em obras civis. A adoção de soluções mais modernas pode fazer com que alguns tanques de concreto do sistema original não sejam mais necessários, sendo preciso avaliar a viabilidade de reformas e até demolições completas.
O Portal www.tratamentodeagua.com.br, com apoio da Revista Meio Filtrante, organizará nos dias 23 e 24 de julho próximo, um workshop sobre "Novas Tecnologias para Tratamento de Água e Efluentes com ênfase no Retrofitting e Ampliação de Sistemas". Diversas empresas e consultores vão apresentar suas soluções e casos reais para discussão. Trata-se de uma ótima oportunidade para troca de experiências e atualização de informações sobre o assunto.