Para O Alto E Avante!
Por Meio Filtrante
Edição Nº 29 - Novembro/Dezembro de 2007 - Ano 6
Resultados positivos indicam boas perspectivas para 2008
O Brasil vive bons momentos rumo ao desenvolvimento sustentável. Os dados de 2006 já demonstravam que haveria crescimento, ainda que tímido. Entretanto, algumas projeções estavam equivocadas. Para surpresa dos analistas, o crescimento em diversos setores foi muito superior aos cerca de 5% previstos para o País em 2007, repercutindo de forma positiva para o mercado de filtros e sistemas correlatos.
O melhor resultado dos últimos dez anos
No decorrer do ano passado, o setor automotivo chegou a trabalhar com a perspectiva de crescimento de 8% em 2007. Em dezembro, a estimativa já era de 9,5%. Em março de 2007 chegou a 11,12%, atingindo 17% em julho. Conforme projeção da Fenabrave - Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores - divulgada em outubro, com base nas vendas dos nove primeiros meses do ano, o crescimento de 2007 para o setor deve ficar entre 19 e 20%, podendo ser ainda maior.
Apenas para ilustrar, também segundo a Fenabrave, as vendas de veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motos, implementos rodoviários e outros) no varejo cresceram 28,48% no acumulado, comparadas a igual período do ano passado - 2.355.070 unidades comercializadas para 3.025.862, caracterizando o melhor resultado nos últimos dez anos.
Emprego formal bate recorde
Segundo dados divulgados pelo Ministério do Trabalho em outubro, nos primeiros nove meses do ano foram criados 1.606.992 postos de trabalho, crescimento de 5,81% na comparação com o registrado entre janeiro e setembro de 2006.
Considerando apenas o mês de setembro, o número de novos empregos com carteira assinada foi de 251.168, o melhor resultado registrado num mês de setembro desde a criação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em 1992.
O acumulado deste ano é o melhor desde 2004, quando foi registrado o recorde de empregos no País, e tudo indica que 2007 vai estabelecer um novo recorde em empregos formais. “A economia está sendo muito motivada pela estabilidade, pelos incentivos dados através do PAC. O período é bom para as indústrias. A expectativa é que seja o melhor Natal da história no comércio”, declarou o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.
Indústria também cresce
Diversos setores também comemoram resultados positivos. Segundo a Abimaq – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, o setor deve encerrar o ano 14% maior, chegando ao faturamento de R$ 65 bilhões. A Abinee - Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, estima crescimento de 12%, com expectativa de manutenção entre 8 e 12% nos próximos três anos.
Na avaliação da Eletros, referente ao primeiro semestre de 2007, na linha branca as vendas de refrigeradores foram 24,56% maiores em comparação ao mesmo período de 2006; as de lava-louças automáticas foram 44,83% maiores e as
de lavadoras de roupa, 11,93%
superiores. No segmento de portáteis, os aspiradores de pó foram um dos produtos com melhor desempenho. As vendas cresceram 17,36% em relação ao primeiro semestre de 2006, enquanto as de liquidificadores aumentaram 15,22% e as de ferros de passar roupa, 14,99%.
Conforme levantamento realizado pela Abrava -
Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento, divulgado na Febrava 2007, o aumento na variedade de sistemas multiplicou a carteira de clientes e abriu novos mercados no País, que representa 1 milhão de unidades, ou seja, 1,7% da produção mundial. Com isso, o setor de ar-condicionado brasileiro registrou salto de produção e quintuplicou as vendas nos últimos 10 anos. Entre os segmentos em expansão estão os de produtos residenciais e centrais (equipamentos para áreas maiores) e o segmento brasileiro de aquecimento solar, crescendo em torno de 10% ao ano, com aumento do mercado interno e das exportações.
Impulso ao mercado
Conforme avaliação informal realizada pela Revista Meio Filtrante, o mercado de filtros e sistemas correlatos também tem apresentado progresso.
A bem da verdade, se compararmos os últimos anos ou décadas a evolução é visível e, considerando o desempenho recente, há condições favoráveis para que o mercado mantenha o crescimento econômico nos próximos anos.
Sem sombra de dúvida, por estarmos num País sujeito a constantes instabilidades políticas que podem refletir na economia, é bem possível que surjam algumas turbulências que já fazem parte do dia-a-dia do empresário brasileiro, porém é preciso que as empresas persigam o ponto de equilíbrio entre a demanda, oferta e procura, para proporcionar o balanceamento dos mercados.
O setor está sempre em movimento e as mudanças trazem investimentos que acabam aquecendo nossa economia, impulsionando o mercado também com a crescente conscientização das pessoas e organizações quanto a necessidade de preservar o meio ambiente e proporcionar melhores condições de trabalho e qualidade de vida, situações nas quais a utilização de filtros residenciais, industriais e automotivos têm papel de destaque. Em vista disso, todas as empresas que contatamos já manifestaram – ainda que informalmente – que irão encerrar o ano com resultados acima dos índices planejados, e diversas demonstraram estar preocupadas em se preparar para poder atender as novas demandas.
No segmento de filtros residenciais, onde o crescimento final é favorecido pelo calor extra dos meses de outubro a dezembro, as estimativas entre as empresas consultadas variaram de 8 a 30%. No segmento automotivo, as projeções giraram entre 18 e 27%. Já no segmento industrial, os índices foram ainda mais expressivos,
de 18 a 35%. Mesmo que não reflitam o desempenho do mercado como um todo, os números demonstram que individualmente há empresas que estão se desenvolvendo e obtendo resultados altamente significativos.
E os percentuais tendem a melhorar também pelo trabalho que vem sendo realizado pela
Abrafipa – Associação Brasileira das Empresas de Filtros, Purificadores, Bebedouros e Equipamentos para Tratamento de Água (www.abrafipa.org.br),
e Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros Automotivos e Industriais
(www.abrafiltros.org.br), entidades ainda com história recente, mas que têm lutado pelo estabelecimento de um mercado de qualidade em suas respectivas áreas de atuação.
É importante ressaltar que todo crescimento pressupõe investimentos para atender o mercado, seja em infra-estrutura, tecnologia, treinamento de pessoal, aquisição de maquinários e matéria-prima. Como exemplo fica a estratégia da Nestlé, que a cada 3% de aumento de faturamento busca inaugurar uma fábrica no Brasil. Apenas em 2007 já foram duas novas unidades – Feira de Santana (BA) e Araçatuba (SP) - e a previsão é abrir pelo menos duas por ano, até 2012.
O mercado de filtros no Brasil ainda tem muito o que crescer, pois onde houver a movimentação de ar e de líquidos sempre haverá a necessidade de filtros, que passaram a ter maior importância apenas na história recente em função dos apelos recorrentes pela preservação do meio ambiente e melhoria na qualidade de vida. Que venha 2008!