Vende-Se Sua Empresa
Por Meio Filtrante
Edição Nº 33 - Julho/Agosto de 2008 - Ano 7
Empregador ou empregado, nesse exato momento sua empresa pode estar à venda. Você está preparado?
Empregador ou empregado,
nesse exato momento
sua empresa pode estar à venda. Você está preparado?
João B. Moura
No mundo dos negócios, nada é eterno. Grandes e aparentemente sólidas empresas que pareciam jamais fadadas ao fracasso – Indústrias Matarazzo, Mappin, para citar algumas – já não existem mais, a não ser na memória dos mais velhos e talvez nos livros dos mais novos.
Fusões, aquisições, joint ventures são termos cada vez mais corriqueiros e, tal qual a máxima do filme Highlander, “só pode restar um”. A teoria é que no futuro, entre todas as empresas do mundo, caminhamos por uma estrada onde em cada setor só haverá uma grande corporação que controlará a indústria alimentícia, outra a indústria tecnológica, outra as comunicações e assim por diante. Nos dias atuais, será que essa realidade hipotética está tão longe da verdade? Segundo o famoso analista empresarial norte-americano Tom Copeland, a maioria dos altos executivos se envolverá em pelo menos uma, e provavelmente
em mais de uma grande transação estratégica durante sua carreira. E, sem dúvida, uma grande transação estratégica pode ser uma fusão – onde uma empresa absorve outra e resta apenas uma identidade única – ou uma aquisição – processo no qual uma empresa passa a ter o controle acionário de outra, mantendo a identidade (marca e produtos) da mesma.
No mundo dos filtros, o comportamento do mercado também segue essa tendência. No setor automotivo, a Inpeca trocou por várias vezes de mãos; a Donaldson comprou a Filtros Roma que logo em seguida foi vendida para a Parker, que comprou a Dominick Hunter e que, por sua vez, voltou ao Brasil em 2006; a Mahle se associou a Filtroil e a Eaton comprou a Hayward. No setor residencial/industrial, a 3M adquiriu a Cuno; GE e Philips também não ficaram atrás e, após uma série de investimentos, também estão presentes nesse universo paralelo que cresce a olhos vistos.
Mercado aquecido
A realidade é que, apesar das atuais turbulências na economia mundial e as oscilações do petróleo, grandes players como Estados Unidos e Europa voltarão a se equilibrar, mesmo com alguns arranhões de mais uma batalha financeira.
Praticamente alheio ao cenário econômico, o mercado de filtros segue firme e mantém as expectativas de crescimento em alta, tendo sido apontado como um dos negócios mais promissores dos próximos anos, sendo alvo de grandes corporações que, mesmo que não detenham tecnologia e know-how sobre o setor, não se incomodam em dispor de alguns milhões de dólares para realizar aquisições e fazer parte desse lucrativo filão, ainda mais se o assunto for a América do Sul, onde a possibilidade de crescimento é ainda maior.
Com os valores em alta, há a tendência de que as empresas ofereçam certa resistência para a venda, de olho nos lucros proporcionados pelo setor. Mas basta o mercado baixar um pouco que surgem as oportunidades, comportamento também sentido no Brasil, onde cada vez mais empresas de cunho familiar ou regional têm sido abordadas por companhias internacionais. Mesmo com a tradicional resistência em abandonar os “negócios da família”, é certo que algumas empresas tradicionalmente familiares se deixarão encantar pelas propostas internacionais.
O seu negócio em foco
Nas andanças do mercado, a sua própria empresa pode estar na mira de outra corporação, seja com o objetivo de agregar produtos, tecnologia, know-how
ou ampliar o market share.
Independente do motivo, é muito provável que a sua empresa
seja alvo de uma proposta no
futuro, conforme a representatividade na área de atuação. Vale lembrar que desde 1995, o Brasil ocupa a primeira posição no ranking latino-americano no número de fusões e aquisições
de empresas. Via de regra, todas
as fusões e aquisições empresariais têm de ser submetidas ao Cade - Conselho Administrativo de Defesa Econômica, se envolverem empresas que detém mais de 20% de participação em um mercado ou cujo faturamento supera R$ 400 milhões por ano
no Brasil.
Nesse mercado de muitas armadilhas – como o fiasco da compra da Compaq pela HP, todo cuidado é pouco. Além da já mencionada resistência familiar, questões ligadas à gestão, sucessão, problemas de saúde financeira nem sempre claros podem ser empecilhos para uma eventual negociação. Nesse caso, muitas vezes a saída é valer-se de consultores externos – que como o próprio nome diz, por terem uma visão de fora para dentro, poderão enxergar a situação de um ângulo favorável para transformar uma empresa problemática numa organização sadia, atrativa tanto ao mercado nacional quanto ao mercado externo. Não são raros os casos em que o trabalho de recuperação é tão bem realizado que as empresas decidem não mais vender o negócio e sim se dedicar ao trabalho dentro dos novos preceitos de rentabilidade, prontas para novas conquistas.
Seja qual for o caminho, cabe ao gestor manter a vitalidade da sua empresa em alta. Afinal, comprando ou vendendo, o mundo é feito de oportunidades, que podem determinar novas perspectivas na história das organizações.