A Parceria Entre Filtros E Sistemas De Climatização É Essencial

Quem nunca reclamou que o ar condicionado não está funcionando direito ou que sente cheiro de pó saindo dele? Pois é, tudo isso tem uma explicação bem simples dada pelos especialistas. A falta de manutenção


A Parceria Entre Filtros E Sistemas De Climatização É Essencial


Quem nunca reclamou que o ar condicionado não está funcionando direito ou que sente cheiro de pó saindo dele? Pois é, tudo isso tem uma explicação bem simples dada pelos especialistas. A falta de manutenção. Não precisa nem ser especialista para pelo menos desconfiar que se o sistema de climatização não vai bem, algo está errado e a manutenção deve ser feita. Mas as pessoas preferem reclamar do que agir. E essa falta de consciência pode acarretar problemas no ambiente, seja em edifício ou em um carro, e também à saúde delas. Por que em pleno século 21 não damos a atenção devida ao problema, se sai mais barato manter do que arrumar os sistemas de filtragem e de HVAC? 
A tecnologia HVAC ou AVAC são siglas que se referem às funções de aquecimento, ventilação e ar condicionado de um ambiente, em inglês heating, ventilating and air conditioning. Quando a refrigeração faz parte do conjunto, são utilizadas as siglas HVACR ou AVACR. 

Atuação dos filtros em HVAC
Os filtros de um sistema de HVAC de um edifício e de um carro funcionam de forma muito semelhante. Em ambos, a filtragem retêm as partículas suspensas no ar. Os sistemas de climatização fazem a movimentação do ar nos ambientes internos de edifícios e carros para controlar a temperatura e umidade e remover contaminantes gasosos e material particulado. "Estes contaminantes vêm da geração interna dos ocupantes, das mobílias e revestimentos e dos equipamentos que penetram por infiltração indevida", ressalta o engenheiro Wili Colozza Hoffmann, consultor da Anthares Soluções em Climatização e Refrigeração. 
Segundo ele, no caso específico para controle da concentração do material particulado (PM), o sistema de climatização deve ser dotado de filtros de ar, que removem o material particulado gerado internamente e impedem que o material particulado do ar externo utilizado para renovação chegue ao ambiente interno. A eficiência dos filtros usados nestes sistemas depende da natureza e da faixa de tamanho do material particulado. "O material particulado PM2,5 é o mais utilizado como referência por ser a parcela que mais afeta os ocupantes", frisa Hoffmann.
O sistema instalado em um edifício tem mais recursos. "De acordo com o projeto, pode apresentar melhor qualidade na filtragem, além de contar com mais estágios de filtragem. Com isso, é obtida melhor qualidade do ar e se tem melhor controle da contaminação ambiental", aponta Luciano Figueiredo, gerente comercial do Grupo Veco.
Já em um carro, o sistema instalado é mais reduzido. "Isso porque ele não proporciona a possibilidade de se melhorar ou aumentar o grau de filtragem instalado. O sistema de filtragem em um carro é composto apenas de um pré-filtro. Em alguns modelos de luxo, pode se ter um filtro de carvão ativado combinado", explica Figueiredo.
A Reintech atua no controle da contaminação em salas limpas e outros ambientes controlados associados. O engenheiro Alex Galiotto, gerente de Engenharia da empresa, diz que para este segmento os filtros são parte essencial dos equipamentos e dos sistemas de tratamento de ar. "Eles atendem ao controle das classes de limpeza requeridas pelo usuário, por retenção de contaminação ambiental e de processo, de partículas viáveis e não viáveis", especifica. Além disso, os equipamentos para controle da contaminação e projetos de sistemas de tratamento de ar da empresa controlam também as variáveis temperatura, umidade, pressão e regime de fluxo de ar.

Falta de manutenção e reclamações
A decisão sobre quais filtros serão utilizados no sistema HVAC em geral é do cliente e do profissional que desenvolve o projeto, segundo especialistas. As empresas de filtros seguem o que está no projeto, podendo ser usados todos os ranges de filtros de ar, de grossos até absolutos (Hepa), dependendo das especificações e requisitos do usuário (ERU). 
A seleção e a manutenção inadequadas de filtros podem interferir no controle das classes de limpeza de uma área atendida por um equipamento ou sistema de tratamento de ar. "O que pode causar riscos ambientais e de processo e afetar diretamente os valores de investimento e de operação", afirma Galiotto, da Reintech. Além de gerar problemas de saúde aos usuários. 
Por isso, é preciso ter consciência que o HVAC é um sistema dinâmico e deve passar por uma manutenção preventiva periódica. Estas ações a seguir fazem parte desta manutenção, por exemplo, o sistema de filtragem sofre saturação, que deve ser acompanhada e medida. Os filtros precisam ser trocados. Com o passar do tempo e acúmulo de partículas e microrganismos, a serpentina deve ser lavada e higienizada. Os ventiladores precisam ser verificados. Todos os controles e sensores necessitam ser checados.  
Um sistema de HVAC que não passa por manutenção periódica é motivo de reclamação dos usuários. "Em um escritório, é normal escutarmos ‘o ar não está refrigerando’ ou, em um carro, ‘quando eu ligo o ar, vem um cheiro de mofo, o que é isso?’ É exatamente a falta de manutenção", exemplifica Figueiredo, de forma até humorada, mas simples, o que está por trás desta reclamação tão comum dos usuários.
Em outras palavras, o que o gerente comercial do Grupo Veco quer dizer é que o sistema de filtragem está saturado e não permite a passagem do ar, o que reduz a vazão do sistema. Ou é uma serpentina suja, que diminui a capacidade de refrigeração; ou ainda é a proliferação de microrganismos e assim por diante.
Para Hoffmann, desde que sejam bem dimensionados, instalados e comissionados, os sistemas de climatização funcionam a partir de um comando do usuário. "Como qualquer outro sistema, o de HVAC necessita de manutenção, limpeza e substituição dos filtros, pois, ao longo do tempo de uso, seus componentes vão sujando e se desgastando. Os filtros são os primeiros a apresentar saturação, uma vez que estão lá exatamente para ‘se sujarem’, removendo material particulado do fluxo de ar", salienta. 
Na opinião dele, o usuário se torna ‘vítima’ do sistema HVAC quando este não é mantido de forma correta. "O que existe não é o mau uso e sim uma manutenção ruim ou inexistente", avalia Hoffmann. Ele conta que já ouviu de um usuário que os filtros que tinham comprado do último fornecedor eram muito melhores que os do fornecedor anterior, que, por não "se sujarem", não precisavam ser substituídos com frequência, o que representava uma economia. "Filtro que não suja está falhando na sua tarefa e isso é uma desvantagem e não uma vantagem. Não devemos confundir a capacidade de acumulação que os filtros têm, que é a capacidade de acumular pó atmosférico, em função do aumento da perda de pressão", compara.
A falta de manutenção adequada em todos os componentes destes sistemas podem provocar diversos problemas, desde desconforto aos ocupantes até problemas de saúde. 
"A filtração é mais um elemento importante a ser mantido para proporcionar ambientes confortáveis, saudáveis e seguros", ressalta o consultor da Anthares.
Quanto aos problemas de saúde que a falta de manutenção provoca, no estudo da síndrome dos edifícios doentes, Figueiredo cita que há grande ênfase às doenças respiratórias e explica por quê. "No passado, vivíamos mais livres em ambientes abertos com grande circulação de ar. Hoje, cada vez mais estamos sujeitos a locais fechados, com grande troca térmica, mas com baixíssima taxa de renovação de ar", relaciona.
O gerente comercial do Grupo Veco dá o exemplo do que ocorre em um carro e como isso pode nos afetar. "Quando se coloca na posição reciclar, apenas resfriamos o ar e retornamos para o interior do veículo, em um sistema de Split, fazemos a mesma coisa. Estamos cada vez mais concentrando os contaminantes e os microrganismos. Com isso, eles ficam mais resistentes e nós cada vez mais suscetíveis a estes microrganismos", alerta.

Plano de controle e manutenção
As novas leis exigem um plano de controle e de manutenção de todo o sistema HVAC. "Hoje já se fala em utilização de mais de um estágio de filtragem, no mínimo, se exige um sistema de filtragem com uma pré-filtragem classe G e uma filtragem intermediária classe M. Esses recursos proporcionam melhora considerável na qualidade do ar que respiramos em ambientes fechados", explica Figueiredo. Outra exigência das normas é a taxa de renovação de ar. "Esta taxa garante uma certa quantidade de ar novo – ar externo – que deve ser admitida pelo sistema de HVAC de acordo com o local, a quantidade de pessoas e o trabalho realizado", salienta.
Atualmente, um grupo de trabalho da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) está estabelecendo normas para uso correto de filtros em sistemas de HVAC/conforto em prédios comerciais. Para prédios de produção, já é definido diretamente pelo usuário devido às necessidades dos processos.
De acordo com Hoffmann, da Anthares, o Brasil está bem contextualizado e atualizado sobre as normas nesta área, uma vez que tem assento votante na ISO/TC 142 por intermédio de seus especialistas. Segundo ele, existem dois comitês técnicos da ABNT trabalhando sobre normas para regulamentação de filtros em sistemas HVAC dos quais ele faz parte.
Um deles é o Comitê de Estudos Especiais (CEE) 138 – espelho da ISO/TC 142 –, que já publicou recentemente a norma NBR 16.101/2012 para filtros grossos e finos e está atuando em duas frentes: uma para a preparação da norma para filtros absolutos NBR ISO 24.963-1 e outra para a preparação da NBR ISO 16.890-1, voltada para classificação de eficiência de filtros para material particulado (PM1; PM2,5 e PM10). 
O outro é o Comitê Brasileiro (CB) 55, no qual a norma NBR 16.401 está em fase final de revisão e deve incluir um algoritmo completo para o cálculo estimativa da concentração do PM2,5 em um ambiente climatizado a partir da combinação de filtros e suas eficiências.
Além das recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e normas técnicas da ABNT, são seguidas guias, recomendações e normas técnicas internacionais destinadas a diferentes aplicações de equipamentos, de sistemas de tratamento de ar e de filtros que devem ser discutidas entre o usuário e o projetista para a aplicação adequada ao caso. "A Reintech adota a divisão dos projetos de equipamentos e de sistemas como método de trabalho em fases conceitual, básica e executiva para que esta discussão ocorra na fase conceitual até a definição, antes do avanço às demais", enfatiza Galiotto.

Busca por melhores eficiências
As tecnologias de filtragem avançam dia a dia. "Hoje o desafio é a busca por melhores eficiências de filtragem e energética. Precisamos ter um filtro com melhor qualidade, melhor capacidade de acumulação de partículas, menor perda de pressão e maior vida útil", indica Figueiredo. Segundo ele, no passado, elevar a eficiência e o poder de acumulação de pó era sinônimo de aumentar a perda de pressão e, consequentemente, o consumo energético. Por outro lado, reduzir a perda de pressão e o consumo energético era equivalente a um sistema de filtragem de pior qualidade.
Para o gerente comercial do Grupo Veco, atualmente, com os estudos em nanofibras, os meios filtrantes desenvolvidos são mais eficientes com uma perda de pressão menor. "Os estudos ainda precisam avançar e aliar a tudo isso um maior poder de acumulação de partículas e maior vida útil. O caminho é longo, não existe fórmula mágica, todo o desenvolvimento é fruto de muito estudo, muito trabalho, muita transpiração. Está sendo criada uma grande demanda que irá viabilizar economicamente todo este trabalho", avalia.  
Os fabricantes de filtros têm buscado estar em dia com as informações sobre o desempenho de seus filtros para oferecer filtros cada vez mais eficientes que proporcionem uma perda de pressão menor e melhor capacidade de acumulação. "Estes parâmetros devem ser avaliados para comparação de um fabricante com outro", analisa Hoffmann.
A busca por novas tecnologias para atingir melhores eficiências é incessante. "Os avanços constantes dos materiais e métodos de fabricação de filtros e demais componentes dos equipamentos para o controle da contaminação, dos sistemas de tratamento de ar e das tecnologias de acionamento e automação proporcionam maior eficiência energética e confiabilidade no uso", conclui Galiotto. 


Contato das empresas:
Grupo Veco: www.veco.com.br
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