Portfólio De Filtros Ecológicos Automotivos Aumenta

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A demanda por filtros ecológicos automotivos aumentou de forma significativa nos últimos anos e a tendência é que continue crescendo. "Praticamente todas as grandes montadoras da linha pesada já migraram do filtro convencional para o ecológico, assim como os carros importados. Na linha leve nacional, ainda não há este reflexo tão significativo, mas, com certeza, irá acontecer gradativamente nos próximos anos", prevê João Bernardo Leal Ayroso, supervisor de vendas da Hengst. De olho no leque de produtos, tanto nas montadoras de veículos leves quanto nas de veículos pesados, a linha de elementos ecológicos está em constante crescimento devido ao seu apelo ambiental (eco-friendly). "Acompanhando este crescimento, a Tecfil vem ampliando seu portfólio, tendo lançado cerca de 15 novos produtos destinados a esta linha entre 2016 e 2017", destaca Roberto Rualonga, gerente de assistência técnica da Tecfil.

Uma necessidade
A tendência é sempre aumentar a quantidade de veículos que fazem uso deste conceito ecológico. "Mas tudo depende da montadora, que deve aplicar esta ideia desde a concepção do projeto", afirma André Gonçalves, consultor técnico da Mann-Filter. 
A busca contínua da preservação do meio ambiente consolida cada vez mais esta tendência, visto que o número de veículos com este tipo de filtro tem aumentado. "Devido à conscientização ambiental, os filtros ecológicos serão tendência certa em futuros projetos das linhas de montagem. Os filtros ecológicos são desenvolvidos conforme exigências das montadoras, o cliente não pode optar, pois o modelo de filtro é definido pelas montadoras", afirma Rualonga. O que o cliente pode escolher são as empresas que se preocupam com o meio ambiente. 
Nos novos desenvolvimentos, seja na linha leve ou pesada, as montadoras estão realmente aplicando cada vez mais estas tecnologias com diferenciais ecológicos. "As normas ambientais, desde o controle de emissões até a reciclagem de veículos e peças, vêm se tornando mais rígidas e muitos clientes também estão dando preferência às marcas que respeitam o planeta", analisa Ronilso Toledo, supervisor de Assistência Técnica da Sogefi.


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Segundo Rodolfo Cafer, inspetor técnico da Mahle Metal Leve, nos novos projetos realizados nos últimos 15 a 20 anos, o sistema convencional foi abolido totalmente. "Precisamos lembrar que no Brasil a frota anterior a este período é de quase 60%, tanto de projeto como de fabricação, o que impõe o uso de filtros convencionais", enfatiza. A Mahle continua oferecendo produtos convencionais, para a reposição, assim como os ecológicos. 
A preocupação da empresa com a linha ecológica é constante. Cafer cita dois exemplos. Os elementos filtrantes internos dos filtros de combustível da Mahle desde o lançamento utilizam elementos ecológicos, ou seja, eles têm somente papel e plástico. E os filtros com carcaças plásticas não usam selantes químicos ou adesivos com o objetivo de reduzir os contaminantes no processo de reciclagem. "Os filtros ecológicos são uma necessidade, e nada impede que, daqui 10 ou 15 anos, seja necessário fabricar uma carcaça postiça para aplicar nos motores mais antigos para permitir o uso de elementos ecológicos e descartar definitivamente os convencionais", antecipa Cafer.


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A Mahle é voltada para o produto motor e filtros. A empresa trabalha em parceria com as montadoras desde a sua origem, tanto nos projetos de filtros como nos de motores, na fabricação de componentes de motor. Na linha pesada, segundo Cafer, há muitos anos são aplicados elementos filtrantes no lugar de filtros. E com o início da produção de filtros no Brasil, muitos projetos existentes dos quais a Mahle não participou do lançamento passaram por uma atualização. "Foram convertidos elementos não ecológicos em produtos ecológicos que permitiram a entrada dos produtos brasileiros em mercados novos que procuravam filtros e soluções não fornecidas por outros fabricantes tradicionais", conta.
A empresa oferece produtos ecológicos para os novos projetos tanto nas linhas leves quanto pesadas. Cafer cita como exemplo os motores da Família 9 (904/924/906/926) da linha Mercedes-Benz. Para estes motores, a Mahle fornece o conjunto completo de filtragem do combustível, montado com dois filtros ecológicos, que têm longa vida útil, desde que mantida a condição de manutenção orientada pela montadora, e o sistema de filtragem de lubrificação que também trabalha com o filtro ecológico.




Exemplo a ser seguido
Um exemplo de filtro ecológico a ser seguido é o recente lançamento da Parker, o Emax, filtro de plástico que traz uma série de diferenciais em relação ao convencional, entre eles, o econômico. Com as mesmas funcionalidades do filtro convencional, seu peso é 50% menor que aquele. Além disso, é fabricado em plástico PA66 com 30% de fibra, que tem alta resistência e durabilidade. A Parker realizou testes em todas as aplicações com altos desempenhos, colhedoras, caminhões pesados, médios e leves, geradores, entre outras, já validou e está fornecendo o Emax para grandes montadoras de caminhões e ônibus.
O Emax evita gastos com garantia, porque sua interface patenteada – o filtro tem uma válvula patente – impossibilita o uso de filtros de baixa qualidade que não atendam às especificações do fabricante e a não utilização de elementos filtrantes. Tudo isso pode causar sérios danos ao motor e, por consequência, aumento dos custos de garantia. Vale lembrar que, para a implementação dos filtros, é realizada uma série de testes e validações.
Este filtro reduz também os custos de manutenção do cliente, que só precisa substituir o elemento filtrante. Diminui ainda custos e riscos de vazamentos entre o filtro e a conexão fixada nele – as conexões do filtro são injetadas junto com o cabeçote plástico, ou seja, há economia também de duas conexões e do custo de montagem delas para o cliente.
Outro destaque é a redução de custos com a logística reversa. Substitui-se apenas o elemento filtrante, que, após ser prensado para a retirada do óleo, pode ser incinerado. Ao contrário do convencional, que necessita da retirada da carcaça e do clip metálico para ser realizada a prensagem para a retirada do óleo e seguir para a incineração.
A engenharia da Parker tem grande conhecimento e experiência neste tipo de filtro ecológico e hoje pode levar esta tecnologia de filtros plásticos onde for preciso ser aplicada. Entre as aplicações, estão caminhões pesados, médios e leves, pick-ups e SUVs, máquinas agrícolas e de construção. "Hoje, já estamos homologados em grandes montadoras de caminhões e ônibus, bem como de pick-ups, e continuamos nossa expansão em outros mercados. Nossos filtros ecológicos têm tido grande desempenho e eficiência em todos os mercados", conclui Marcio Cirino, gerente de desenvolvimento de mercado da divisão de filtração da Parker Hannifin.

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Composição diferente
Dentro do sistema automotivo, o conceito e o processo dos filtros ecológicos é o mesmo dos filtros convencionais, reter as partículas indesejadas que podem danificar o motor dos veículos. O elemento filtrante do filtro ecológico funciona de forma semelhante ao de filtros de óleo convencionais. "Os sistemas que funcionam com elementos filtrantes ecológicos têm maior tecnologia e algumas funções adicionais ao sistema convencional", diz Ayroso.


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Sua principal diferença é a composição, onde são utilizados materiais que facilitam o descarte e posterior processamento do filtro usado. Filtros ecológicos não têm partes metálicas e, para descarte, é mais fácil de ser processado. Nos filtros tradicionais, é preciso removê-las para descarte. "A principal diferença para os filtros selados é que este só tem o elemento interno, ficando somente a troca do refil, todos os demais componentes estão no veículo", aponta  Rualonga.
Os filtros ecológicos têm duas características distintas dos filtros convencionais. "No caso dos filtros do óleo, o consumidor está acostumado a ver nas lojas os filtros blindados (spin-on), que são roscados diretamente no motor. Normalmente, os blocos de motor têm encaixes com roscas postiças que permitem esta instalação. Os filtros ecológicos têm um complicador, que é o alojamento para sua instalação. Nos motores antigos, este alojamento não era planejado", explica Cafer. 
A outra questão é que os filtros convencionais têm uma carcaça metálica em aço, com roscas, válvulas e vedadores, além de sistemas, incorporados internamente, e o elemento interno. "Quando utilizada a montagem com chapa de aço e papel, o elemento interno necessita da aplicação de adesivos químicos que complicam o processo de descarte. Na substituição do filtro, estes sistemas são descartados junto com o filtro", complementa Cafer.


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No descarte, há uma parcela significativa de lubrificante descartada que pode contaminar o ambiente. "O lubrificante é um contaminante Classe 1 e, quanto maior a quantidade de óleo no descarte, maior o problema. Além disso, o aço existente precisa ser lavado antes de ir para a reciclagem na siderúrgica para que a queima do lubrificante não contamine o processo, e o elemento interno, após separado da parte com adesivo, segue para destinação como combustível", ressalta o inspetor técnico da Mahle.
Os filtros ecológicos são conhecidos por elementos ecológicos, porque utilizam somente o meio filtrante parecido com o similar encontrado no interior dos filtros convencionais. "No seu processo de fabricação, a Mahle utiliza somente mídia filtrante (papel) e plástico, sem aplicação de nenhum adesivo ou produto químico, o que permite um descarte direto como combustível, sem necessidade de tratamento pós-queima. No momento do descarte, o único lubrificante existente é o impregnado no papel, o residual de óleo é descartado junto com o óleo existente no motor", especifica Cafer.

Bom para repor e manter 
O meio ambiente é preservado com este tipo de filtro porque se torna mais fácil a reciclagem e a destinação correta do produto após o uso. "O mercado em si não tem muita escolha, pois isso nasce com o projeto da montadora. Quanto ao meio ambiente, este sim tem vantagens, a destinação de filtros contaminados com óleo, combustível e outros, pois, nos filtros convencionais, o maior problema é retirar as partes metálicas, o que gera perda de tempo e energia", relaciona Gonçalves.


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A maior vantagem do filtro ecológico está na reposição e manutenção. "Nele, temos uma carcaça para alojar o elemento projetada para durar a vida do motor, e posteriores retificações em função da vida útil do bloco do motor. Um elemento totalmente reciclado e de fácil reutilização como combustível para uso em outros processos industriais – fabricação de cimento ou geração de energia –, preservação de recursos naturais e do ambiente", menciona Cafer.
Em relação à preservação do meio ambiente, os ecológicos estão mesmo se tornando, para algumas indústrias, um produto solicitado como combustível e muito procurado pelo baixo índice de resíduo (fuligem). "Não se torna um contaminante Classe 1 e a fuligem de sua queima é leve e muito interessante para alguns processos industriais, diferentes dos filtros convencionais que são complicados para descartar e reciclar", compara Cafer.



Entre as características dos filtros ecológicos, a Sogefi citou algumas:

• Downsizing – Integração com a bomba de água e integração compacta do cooler (radiador de óleo), dosagem exata da taxa de fluxo de óleo e design específico para cada aplicação.
Integrações – Desde componentes básicos, como a válvula antirretorno, que retém quantidade de óleo no interior do filtro quando o motor está desligado para lubrificação instantânea na hora da partida, até sistemas de manutenção limpa que limitam o vazamento de óleo durante a troca.
Redução de peso – Corpo do módulo em poliamida para maior eficiência da refrigeração em tamanho compacto.
• Soluções de aplicação – Podem ser usadas em diversos motores com fácil acessibilidade ao filtro e diferentes posicionamentos do sistema de refrigeração.
• Informações – Integração do módulo com sensores de pressão, de temperatura etc.
• Fácil reciclagem – Nenhuma peça metálica entra na cadeia produtiva de resíduos.

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Ganho visível 
A entrada dos filtros ecológicos no Brasil é de certa maneira nova, o que torna o custo maior, devido à demanda em construção e o processo de maturação. "Nesta etapa, o consumidor ainda não encontra diferenças em relação ao preço de filtros ecológicos e blindados", analisa Rualonga. O supervisor da Sogefi destaca que o filtro ecológico tem menos etapas em seu processo produtivo.
"É utilizada uma quantidade menor de insumos na produção de filtros ecológicos em comparação aos blindados e se tem a ausência do principal componente, o aço", compara. 


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Os custos de fabricação, em termos de material, segundo Ayroso, tendem a ser menores nos elementos do que nos filtros convencionais devido a todos os materiais que deixam de ser utilizados nos filtros e ficam direto no módulo de filtração que está no próprio veículo. "Porém, como a tecnologia de produção e de materiais é nova, não se pode afirmar que o custo do elemento sempre será menor que o filtro convencional", afirma.
Com a utilização de certos tipos de materiais, o custo deste tipo de produto acaba sendo mesmo um pouco mais elevado se comparado aos convencionais. "Mas dependendo do tipo do filtro, de óleo lubrificante ou diesel, e de como foi desenvolvido todo o sistema para a aplicação do elemento, pode haver certa economia para o consumidor devido a um prolongamento do uso, sendo possível fazer as manutenções em quilometragens mais altas que em filtros convencionais", aponta Toledo.
Quando um motor é projetado para receber um filtro ecológico ou convencional, o custo de projeto e da produção final não tem uma diferença significativa. Enquanto aplicar um filtro ecológico em um motor antigo implica custo, inviabilizando o uso deste item nos motores sem este planejamento. "Os motores evoluíram muito nos últimos 30 anos, obrigando a instalação de elementos auxiliares, como trocadores de calor, reguladores hidráulicos, bombas auxiliares etc. Os filtros ecológicos nestas condições são incorporados no projeto, o que permite uma redução de custo dos projetos finais", aponta Cafer. 
Alguns motores atualmente produzidos que usavam filtros convencionais passaram por atualizações e receberam alojamentos e elementos auxiliares. "E isso se reflete em uma redução de valores de produção e diminuição de custo de novos projetos com a reciclagem de linhas de produção. Com isso, substituímos o projeto de um motor novo, em novos ferramentais de produção, por uma atualização e otimização de um produto existente conhecido e confiável, reduzindo custo de produção final do veículo", destaca Cafer.
Quanto ao elemento, o custo de fabricação de um elemento ecológico se comparado a um convencional é significativo, visto que um convencional tem um elemento interno parecido. Cafer elenca alguns motivos para isso. "O custo do elemento ecológico é maior que o elemento convencional, pois não utiliza adesivos. E, para isso, o custo de energia aplicada se torna maior, mas, por outro lado, não é preciso descartar após o uso a carcaça, válvulas e elementos auxiliares nem ter a preocupação para o reúso do produto", ressalta. O ganho se torna realmente visível durante a manutenção do veículo e na preservação do ambiente. "E este é um valor que não há como mensurar financeiramente, esta preservação é de um valor infinito", pondera Cafer.

 

Contato das empresas:
Mann-Filter: www.mann-hummel.com

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