Filtros De Ar Automotivo E A Sua Importância Para A Saúde Do Motor
Por Cristiane Rubim
Edição Nº 81 - Julho/Agosto de 2016 - Ano 15
Falta de conhecimento do consumidor final pode gerar custos excessivos em manutenção
A função do filtro de ar é ser um guardião do motor automotivo, porque ele impede a entrada de contaminantes nele, como poeira, fuligem, areia e demais impurezas, ao separá-los e eliminá-los, deixando o ar isento de partículas nocivas. Essa proteção garante que só ar limpo chegue aos sistemas do motor e à câmara de combustão, por onde entra ar também na quantidade ideal para a mistura ar/combustível equilibrada com uma queima perfeita.
Todo esse processo evita desgaste prematuro nas partes móveis do motor e prolonga sua vida útil. Além disso, trocar o filtro de ar quando precisa evita o aquecimento do motor, a perda de potência do veículo, o consumo exagerado de combustível e o aumento de emissão de gases na atmosfera. É este conhecimento que precisa chegar até o consumidor, que ainda não tem muita consciência da importância não só dos filtros de ar, mas de óleo e de água inclusive, o que pode pesar no seu bolso e no do meio ambiente também.
O fato é que o filtro de ar liga o ambiente externo com a parte interna do motor, que é um sistema fechado no qual as partes móveis não têm contato com o ambiente. Segundo Rodolfo Cafer, inspetor técnico da Mahle Metal Leve, o único contato ocorre justamente pelo ar atmosférico utilizado na mistura com o combustível para convertê-lo em energia mecânica através da queima.
O filtro de ar melhora o desempenho do motor e o consumo de combustível. Um filtro sujo dificulta a entrada de ar no motor, o que piora o rendimento (potência) e aumenta o consumo de combustível e a emissão de gases, podendo também causar danos no motor. Cafer diz que, para um bom filtro de ar ser funcional, deve trabalhar em faixas de restrição e retenção que atendam às especificações e necessidades do motor. "A restrição é a obstrução, ou seja, a dificuldade que o filtro irá impor para o ar entrar. Enquanto a retenção é a quantidade, tamanho e tipo de partículas que o filtro irá reter", esclarece.
Localização e processo
Segundo Carlos Canova, diretor de engenharia e responsável técnico de produtos, e Ronilso Toledo, supervisor de Assistência Técnica, ambos da Sogefi, os filtros de ar ficam dispostos dentro do conjunto de aspiração, formado pela carcaça, elemento filtrante (filtro do ar), tomada onde o ar é coletado do ambiente, duto de ligação com o motor e, em muitos casos, ressoador, para a redução de ruídos. "O processo se inicia quando o ar ambiente é aspirado para dentro do filtro; em seguida, as partículas de impurezas são retidas à medida que o ar passa através do elemento; e, finalmente, o ar puro dirige-se para o coletor de admissão do motor", explicam.
Troca
Conscientização
Todo esse processo evita desgaste prematuro nas partes móveis do motor e prolonga sua vida útil. Além disso, trocar o filtro de ar quando precisa evita o aquecimento do motor, a perda de potência do veículo, o consumo exagerado de combustível e o aumento de emissão de gases na atmosfera. É este conhecimento que precisa chegar até o consumidor, que ainda não tem muita consciência da importância não só dos filtros de ar, mas de óleo e de água inclusive, o que pode pesar no seu bolso e no do meio ambiente também.
O fato é que o filtro de ar liga o ambiente externo com a parte interna do motor, que é um sistema fechado no qual as partes móveis não têm contato com o ambiente. Segundo Rodolfo Cafer, inspetor técnico da Mahle Metal Leve, o único contato ocorre justamente pelo ar atmosférico utilizado na mistura com o combustível para convertê-lo em energia mecânica através da queima.
O filtro de ar melhora o desempenho do motor e o consumo de combustível. Um filtro sujo dificulta a entrada de ar no motor, o que piora o rendimento (potência) e aumenta o consumo de combustível e a emissão de gases, podendo também causar danos no motor. Cafer diz que, para um bom filtro de ar ser funcional, deve trabalhar em faixas de restrição e retenção que atendam às especificações e necessidades do motor. "A restrição é a obstrução, ou seja, a dificuldade que o filtro irá impor para o ar entrar. Enquanto a retenção é a quantidade, tamanho e tipo de partículas que o filtro irá reter", esclarece.
Localização e processo
Segundo Carlos Canova, diretor de engenharia e responsável técnico de produtos, e Ronilso Toledo, supervisor de Assistência Técnica, ambos da Sogefi, os filtros de ar ficam dispostos dentro do conjunto de aspiração, formado pela carcaça, elemento filtrante (filtro do ar), tomada onde o ar é coletado do ambiente, duto de ligação com o motor e, em muitos casos, ressoador, para a redução de ruídos. "O processo se inicia quando o ar ambiente é aspirado para dentro do filtro; em seguida, as partículas de impurezas são retidas à medida que o ar passa através do elemento; e, finalmente, o ar puro dirige-se para o coletor de admissão do motor", explicam.
O filtro do ar posiciona-se estrategicamente na parte interna da cavidade do motor onde o ar pode ser levado a vários locais do veículo. "Ele fica dentro do compartimento do motor para reduzir a quantidade de dutos, o que aumenta a restrição do ar, quer o motor esteja na frente ou atrás. Outro detalhe é a tomada de ar sujo, feita em um ponto onde o ar seja o mais limpo e menos quente possível", diz André Gonçalves, consultor técnico da Mann-Filter. O filtro de ar é projetado de acordo com cada modelo de veículo e conforme definição da montadora. "E a cada ano o espaço é cada vez mais disputado com os componentes eletrônicos, tais como os componentes técnicos e tecnologias de segurança", detalha.
"O elemento filtrante que vai dentro do filtro do ar pode ter vários formatos e sentido de fluxo, tudo depende do projeto da montadora. Mas, geralmente, eles são retangulares ou circulares e com o fluxo de baixo para cima e de fora para dentro, respectivamente", exemplifica Gonçalves. Segundo ele, esta ação previne que as impurezas entrem no sistema do ar limpo enquanto o filtro é trocado. "O ar filtrado passa pelos dutos de ar, vai até o motor e depois para a câmara de combustão."
Os filtros de ar são posicionados no local em que a captação do ar seja melhor, que, de acordo com Matheus Michelon, consultor técnico da Hengst, fica antes do corpo de borboleta, conhecido como TBI, onde ocorre a admissão do ar. "O filtro precisa ser colocado também em um local livre de possível contato com água para que não ocorra da água entrar no compartimento do filtro e acabar sendo aspirada pelo motor, o que provocaria danos internos", alerta. Por outro lado, segundo ele, muitas pessoas optam por filtros do tipo esportivo sem a caixa de proteção que vem com o original, neste caso, não tem nada que impeça o contato da água com o filtro.
Para que um motor trabalhe corretamente, explica Cafer, se for à gasolina, ele precisa de uma proporção aproximada de 17 partes de ar para uma de combustível; e se for etanol, 14 de ar para uma de combustível. "Se esta mistura não estiver balanceada, a queima não será completa. Por esse motivo, os filtros de ar são montados em caixas que devem ser posicionadas o mais próximo do motor que o projeto do veículo permitir, o que previne a perda de carga (pressão) do ar ambiente para o motor e, com isso, evita-se a falta de ar para uma queima perfeita. Quanto maior a distância, maior a dificuldade do ar para chegar ao motor e menos eficiente o conjunto se torna", compara.
Todos os filtros quando utilizam dobras têm a tendência a pulsionar, ou seja, o meio filtrante fica em constante movimento. Quanto menor a área de filtragem, maior será este pulsionar. "Por isso, mesmo que o motor tenha um projeto com um filtro relativamente pequeno, em alguns casos é preciso a utilização de um filtro muito maior para garantir o ar necessário para o motor funcionar", diz Cafer. "Os filtros de ar são normalmente fabricados com materiais não tecidos, porque não têm necessidade de separar e sim reter todas as partículas possíveis e, assim, impedir a entrada de abrasivos para o interior do motor", destaca. Segundo ele, os materiais tecidos são usados em processos que separam, como materiais classificados por tamanho em filtros específicos e em peneiras.
Proteção
Os filtros de ar protegem todos os componentes internos móveis do motor e evitam seu desgaste prematuro, impedindo a entrada no ambiente interno dele de abrasivos e partículas que possam causar danos. "Todas as partes móveis internas são protegidas e ficam impedidas do contato de abrasivos e partículas, pois a maioria dos componentes internos trabalham com folgas muito menores que o tamanho das partículas", salienta Cafer.
Na falta de filtros, os materiais mais conhecidos e comuns atacados por abrasivos são o conjunto de pistões/anéis/cilindros, bronzinas, eixos de comando, tuchos de válvulas e válvulas.
"O abrasivo também ataca comandos e válvulas controlados por sistemas hidro/eletrônicos que fazem parte dos novos motores com tecnologia de gerenciamento variável", adverte.
Todo ar que o motor aspira passa pelo Tempo de Admissão em um motor de Quatro Tempos, onde há: Admissão, Compressão, Explosão e Escape. Michelon relata que a maioria das pessoas remove o filtro de ar para que possa admitir mais ar e aumentar sua vazão, o que, na teoria, obtém um melhor desempenho do motor. Mas é preciso entender a função protetiva do filtro de ar no veículo. "A função do filtro de ar é justamente impedir que sujeira, poeira, pequenas pedras e até mesmo água sejam sugados para dentro do motor, ocasionando danos a ele. Uma pequena pedra pode entrar na câmara de combustão e causar um enorme estrago no motor, riscando a camisa, estragando anéis do pistão ou travando uma válvula no cabeçote", esclarece.
O filtro tem como finalidade preservar a relação ar/combustível. Quando fora do especificado, ou seja, está saturado, começa a causar problemas de desgaste. "Os desgastes fazem o motor consumir, queimar óleo lubrificante e emitir fumaça pelo escapamento, diminuindo a vida útil do motor", enfatiza Fábio Oliveira de Castro, da assistência técnica da Tecfil. Outros exemplos de estragos são riscos nas paredes dos cilindros, que causam perda na compressão e queda de potência e performance; deficiências de lubrificação ou anomalias durante a combustão quando se acumulam nos pistões, câmara de combustão, válvulas, balancins e rolamentos, entre outros.
"O filtro de ar proporciona uma queima de combustível mais homogênea", ressalta Carlos Alberto Carvalhedo, diretor técnico operacional da Delkraft. Todos esses componentes são responsáveis pelo bom funcionamento do motor. "O que melhora o desempenho, explora todas as funções do carro e evita problemas mecânicos futuros", diz Gonçalves.
Estado do filtro
Quando um filtro de ar não está em bom estado, diversos componentes do veículo são prejudicados e o consumidor notará a diferença. "Fica perceptível a perda de potência do motor, além do aumento no consumo de combustível e de óleo. Consequentemente, o consumidor terá que abastecer mais o carro e completar o óleo do motor, despejando mais poluentes na atmosfera", alerta Gonçalves.
De acordo com Carvalhedo, o ar contaminado – com uma filtração não eficiente – pode provocar desde riscos nas camisas dos pistões até avarias mais sérias nas partes do motor que sofrem atrito constante devido às mínimas folgas existentes entre elas. "Isso levará a um desgaste prematuro das peças, causando queima irregular do combustível e elevando o consumo, bem como manutenções antecipadas e de alto custo. Além disso, estes problemas geram uma emissão maior de poluentes na atmosfera, deixando os níveis fora das normas atuais de exigência", aponta.
Um filtro de ar em mau estado aumenta o consumo do veículo que emite mais poluentes no meio ambiente. "Além disso, o filtro perde sua eficiência, deixando que impurezas cada vez maiores passem e acabem danificando o motor internamente", diz Michelon. No caso de um veículo turbinado, esse problema pode ser pior. "O filtro vai perdendo sua eficiência na estrutura, ou seja, conforme sua saturação vai aumentando o motor precisa fazer mais força para admitir o ar. Com isso, a pressão fica maior que o normal e o filtro acaba estourando e pequenos pedaços da mídia filtrante seguem para o interior do turbo e motor", aponta.
"Um filtro de ar danificado ou obstruído causa problemas no motor, por obstrução, ou seja, fica totalmente impregnado, impedindo a entrada do ar. É importante lembrar que o filtro do ar não trabalha sozinho, ele tem como parceiros os filtros de óleo e combustível. Uma manutenção bem-feita reduz drasticamente o consumo e despesas com o veículo", recomenda Cafer.
Para ajudar neste processo, a Mahle vem realizando grandes investimentos em fábricas, projetos e sistemas para garantir uma eficiência maior destes componentes e lançando regularmente produtos com características melhores a cada projeto. "Temos hoje em nossa linha os mesmos produtos usados nas linhas de montagem comercializados para reposição, como os novos filtros emoldurados em materiais sintéticos dos veículos asiáticos, que, com uma mídia filtrante sintética menor, conseguimos uma filtragem melhor em área reduzida", detalha Cafer. Além destes, a empresa dispõe da nova linha separadora de água Blindagua para caminhões leves e pesados e picapes médias diesel. "O produto supera com grande margem de segurança os similares disponíveis no mercado", compara.
Problemas nas peças e no motor devido ao mau estado dos filtros de ar e prejuízos para o consumidor e meio ambiente:
Redução da vida útil do motor – Devido aos danos gerados às partes móveis do motor (pistões, virabrequim, comando de válvulas etc.).
Queima incompleta por faltar ar no motor – Isso ocasiona a chamada mistura rica (proporção maior do combustível que ar), e por não queimar totalmente, o combustível não queimado dilui o lubrificante do motor, levando ao desgaste de todos os componentes por lubrificação inadequada.
Falha nos sistemas internos que dependem do lubrificante – A queima incompleta leva à diluição do lubrificante, que perde suas propriedades de lubrificação e hidráulicas.
Aumento do consumo de combustível – Com a saturação do elemento, os sistemas de alimentação ficam obrigados a "enriquecer" a mistura. É necessário pisar mais no acelerador e liberar mais combustível para deslocar o veículo, obtendo, nesta condição, uma queima menos eficiente e mais poluente.
Perda da potência, do rendimento e da eficiência (motor fraco) – Em razão da restrição excessiva ao fluxo de ar e à queima do combustível ser incompleta.
Aquecimento excessivo – Ao elemento filtrante saturar, todo o regime de funcionamento do motor sofre interferência. Se houver passagem de poeira, pode ocorrer também acúmulo de contaminantes em algumas partes que geram "pontos quentes".
Elevação do nível de poluentes e emissão de gases na atmosfera além dos limites recomendados e legais – Devido ao aumento de consumo de combustível, o que gera maior emissão de poluentes e menos eficiente queima da mistura. Como comparação, se todos os veículos da cidade de São Paulo trabalhassem com filtros obstruídos, não haveria oxigênio para respirarmos. Fontes: Sogefi e Mahle.
Troca
Para saber o momento certo da troca em veículos leves, onde não existem recursos para verificar a evolução da saturação do filtro, é preciso consultar e respeitar o intervalo de trocas descrito no manual do fabricante. "Já os veículos pesados, caminhões, ônibus, entre outros, têm instalado no conjunto do filtro um indicador de restrição responsável por informar a hora certa da troca do filtro, seja através de uma escala graduada ou de uma luz de indicação no painel de instrumentos", explicam Canova e Toledo.
"Quem define o período de manutenção é a montadora por meio de testes realizados nos diversos pontos do modelo do carro, quando foi determinado um valor médio e seguro de troca para garantir o funcionamento adequado do veículo neste período", esclarece Cafer. Manter o período de troca dentro do padrão especificado e testado é o modo mais eficiente de gastar menos com manutenção. "Isso recai diretamente na parte mais sensível, ou seja, no ‘bolso’. Tentar prolongar ou demorar para fazê-la leva a gastos com combustível e a outras despesas além das expectativas para as quais o veículo foi testado e desenvolvido", alerta.
Mas seguir o manual não é a única forma de verificar se o filtro está saturado. "O manual do veículo indica o período de troca, mas normalmente uma inspeção visual pode definir o momento da substituição do filtro também", diz Castro.
Para Gonçalves, no caso do elemento filtrante do ar, não há uma regra para a troca com uma quilometragem exata. "Esta peça acaba passando às vezes do período de troca. Há mais uma resistência do ponto de vista financeiro. Por isso, cabe ao profissional da lubrificação ter argumentos técnicos e provar ao proprietário do veículo que o elemento filtrante dele já está saturando e realmente precisa ser substituído", enfatiza.
É preciso estar atento também às situações severas em que tanto o veículo leve como o pesado trabalham para fazer a troca dos filtros de ar. "Nos grandes centros urbanos onde existe muito pó e poluição e o congestionamento é frequente, apesar de não estarem rodando, o motor desses veículos fica ligado e aspirando o ar sujo", adverte Gonçalves.
"Ao comprar um veículo, o consumidor precisa primeiro analisar as necessidades do automóvel", indica Cafer. Segundo ele, algumas metrópoles, como Londres, Nova Iorque, Paris, Bruxelas, Tóquio, etc., têm áreas de restrição onde nem mesmo os moradores podem entrar com seus veículos sem pagar pedágio porque são áreas de grande concentração viária ou pagam valores elevados de pedágio, o que faz muitos consumidores pensarem na real necessidade de gastos com o automóvel pessoal. "Isso os leva a uma reflexão de que, ao ter disponível o veículo, serão necessárias manutenções regulares para manter o padrão de funcionabilidade adequado. Como estão em áreas adensadas, a qualidade do ar vem em primeiro lugar, além do consumo de combustível e demais manutenções."
"A importância do filtro de ar está diretamente ligada ao bolso do cliente e ao meio ambiente. Quanto mais o consumidor ficar ciente dessa relação, maior a chance dele se comprometer com sua troca", avalia Michelon. Para ele, o consumidor pode acabar trocando praticamente toda a parte interna do motor por um simples fato de ter retirado ou deixado de trocar/utilizar o filtro. "Quanto ao momento certo da troca, em média, um veículo leve, dependendo do seu uso, ficaria entre 15 e 20 mil quilômetros, podendo chegar até 30 mil quilômetros para a linha pesada rodoviária. Mas sempre indicamos que o consumidor fique atento ao que o manual do proprietário recomenda", pondera.
Conscientização
Para o consumidor final, há dois tipos de consciência. "A consciência da economia com combustível, porque um filtro saturado aumenta o consumo e, consequentemente, os gastos; ou a consciência ambiental, na qual o filtro saturado faz com que o veículo acabe emitindo poluição excessiva", dizem Canova e Toledo.
A Hengst conversa com os mecânicos em todas as feiras e visitas que seus consultores técnicos realizam e tem percebido que, nos últimos anos, as trocas preventivas vêm acontecendo com mais frequência. Mesmo assim, segundo Michelon, existe aquela fatia do mercado que deixa de realizá-las porque acredita que não é necessário e por acabar reutilizando várias vezes o filtro de ar. Ele faz uma comparação do valor de um filtro em relação ao do motor de automóvel ou caminhão. "Assumindo que o valor do filtro em relação ao do motor corresponde a 1%, será que, nesta proporção, compensa mesmo economizar no filtro? Com certeza, não!", exemplifica.
"O consumidor não tem o hábito de realizar manutenções preventivas porque ainda acredita que se fizer a manutenção corretiva acaba saindo mais barato. Porém, se fizer a manutenção em dia do seu carro, não somente do filtro de ar, mas generalizando os filtros, ele terá um veículo saudável e de acordo com normas ambientais por um longo período", afirma.
Mas há uma certa acomodação ou resistência do consumidor em fazer as trocas dos filtros. "Há uma certa acomodação porque muitos pensam que o filtro de ar é ‘menos’ importante para o motor, ao passo que se considera o de óleo ‘mais’ importante", afirmam Canova e Toledo. Também existe a cultura de limpar o filtro, seja batendo ou com sopro de ar comprimido. "O que não é recomendado, pois esta prática acaba por danificar as fibras do papel filtrante e faz com que partículas que eram retidas acabem passando pelo elemento", explicam.
Gonçalves diz que a resistência é cultural e amplamente divulgada entre os aplicadores, quando, na verdade, deveria ser feito o oposto. "Ao evitar a troca deste filtro, o aplicador acaba perdendo a venda do produto e o condutor pode perder a potência do veículo", adverte.
Para Castro, não é acomodação do consumidor. "Na verdade, é falta de conhecimento do benefício que a correta manutenção traz para o veículo, uma referência seria seguir o manual de manutenção da montadora que desenvolveu e fabricou o veículo", recomenda.
"O Brasil ficou por quase 20 anos sem deixar entrar nada importado no país. E desde a implantação da indústria automobilística no Brasil na década de 50 do século passado até há alguns anos, quando a abertura econômica ocorreu, os automóveis eram sinônimo de status social e luxo", salienta Cafer. Para ele, a condição veículo como máquina utilizada nos países de Primeiro Mundo tem chegado ao país somente nos últimos anos por intermédio dos jovens que estudam fora e têm consciência que veículo é máquina e precisa ser realizada a manutenção adequada e das escolas regulares onde estes estudaram e são oferecidas matérias, como conhecimento do veículo e autoescola.
"As pessoas que herdaram dos pais ou avós a ideia de que carro é ‘luxo’ não necessidade acham que gastar de R$ 300,00 a R$ 500,00 em uma revisão semestral é um absurdo. Porém, elas se esquecem que uma revisão de R$ 300,00 (considerando R$ 3,40 por litro de combustível) ou, aproximadamente, 90 litros de combustível ou dois tanques de combustível de um carro popular podem em um semestre equivaler a uma economia de 10 a 15 tanques deste mesmo veículo, dependendo do uso do veículo", explica. Para entendermos melhor essa conta, Cafer utiliza como exemplo os veículos da frota da Mahle:
- Os veículos da empresa rodam, em média, 4 mil km por mês ou, aproximadamente, 24 mil km por semestre.
- A média destes veículos é próximo a 9 km por litro, o que indica um consumo de 2.700 litros de combustível.
- Se não for feita a manutenção adequada e o consumo ficar por volta de 7,5 quilômetros por litro, serão usados 3.200 litros de combustível, nesta condição, perdemos 500 litros (3.200 – 2.700 = 500).
Fazendo a manutenção e gastando 90 litros (ou seja, por volta de R$ 300,00), iremos economizar a diferença ou algo próximo a 410 litros de combustível (R$ 3,40 por litro, total de R$ 1.400,00) em vez de perder 500 litros
(R$ 1.700,00) pela queima incompleta do motor e de uma manutenção não realizada e teremos ainda um veículo dentro dos padrões adequados de emissão de poluentes e bem-estar.
De acordo com Cafer, o maior motivo que leva o consumidor a não fazer a manutenção é a falta de informação. "Enquanto as pessoas não fizerem controle de manutenção, de custo e das contas do que gastam, ou começar no Brasil a ocorrerem blecautes, como os da Europa na década de 80 do século 20 e na década passada na Ásia, onde cidades inteiras foram interditadas para conter a poluição, é muito difícil fazer a conscientização das pessoas que acham que gastar com manutenção é despesa e não necessidade", lamenta.
Carvalhedo compartilha da opinião e diz que a informação precisa mesmo ser mais trabalhada com o consumidor. "Deve haver um destaque maior da importância nos manuais dos veículos, propagandas nos postos de troca e treinamento de toda a equipe envolvida nestas atividades", sugere. "Minha experiência de 25 anos neste mercado me leva a crer que o usuário de veículo pesado tem uma consciência mais abrangente sobre a necessidade desta troca, pois ele usa o veículo como gerador de renda e os custos têm que ser administrados em função disso", avalia Carvalhedo. Para ele, o consumidor que utiliza o veículo somente como meio de locomoção e passeio pode não ter a percepção desta necessidade num curto prazo. "Os prejuízos podem não aparecer imediatamente, mas, com certeza, aparecerão caso esta manutenção de suma importância para a vida útil e correta do motor não seja observada", conclui.
Contato das empresas:
Delkraft: www.delkraft.com.br
Hengst: www.hengst.com.br
Mahle Metal Leve: www.mahle.com.br
Mann-Filter: www.mann-hummel.com
Sogefi: www.sogefi.com.br
Tecfil: www.tecfil.com.br
Carvalhedo compartilha da opinião e diz que a informação precisa mesmo ser mais trabalhada com o consumidor. "Deve haver um destaque maior da importância nos manuais dos veículos, propagandas nos postos de troca e treinamento de toda a equipe envolvida nestas atividades", sugere. "Minha experiência de 25 anos neste mercado me leva a crer que o usuário de veículo pesado tem uma consciência mais abrangente sobre a necessidade desta troca, pois ele usa o veículo como gerador de renda e os custos têm que ser administrados em função disso", avalia Carvalhedo. Para ele, o consumidor que utiliza o veículo somente como meio de locomoção e passeio pode não ter a percepção desta necessidade num curto prazo. "Os prejuízos podem não aparecer imediatamente, mas, com certeza, aparecerão caso esta manutenção de suma importância para a vida útil e correta do motor não seja observada", conclui.
Contato das empresas:
Delkraft: www.delkraft.com.br
Hengst: www.hengst.com.br
Mahle Metal Leve: www.mahle.com.br
Mann-Filter: www.mann-hummel.com
Sogefi: www.sogefi.com.br
Tecfil: www.tecfil.com.br