Maior eficiência dos processos é o grande desafio do setor
Embora seja um dos segmentos industriais mais antigos do mundo, a indústria de tintas e vernizes tem a necessidade de se desenvolver constantemente tanto em função da competitividade do mercado, quanto das exigências dos consumidores.
Neste segmento, o Brasil se encontra em um patamar de destaque, sendo um dos seis maiores mercados mundiais para tintas. Fabricam-se no país tintas destinadas a todas as aplicações, com tecnologia de ponta e grau de competência técnica comparável a dos mais avançados centros mundiais de produção. Os grandes fornecedores mundiais de matérias-primas e insumos para tintas estão presentes no país, de modo direto ou por meio de seus representantes, juntamente com empresas nacionais, muitas delas detentoras de alta tecnologia.
Apesar de estar em evidência no cenário mundial, a indústria de tintas brasileira tem sido impactada negativamente pela crise econômica e política do país. "Um dos grandes pilares para este mercado é a indústria automotiva, que acumula uma das piores vendas dos últimos 10 anos, projetando para 2016, uma queda de 19% em relação a 2015. Isto posto, entendemos que este mercado encontrou seu patamar de estabilização e estamos confiantes no aquecimento para o último quartil de 2016 e todo o ano de 2017", afirma o gerente de produtos da 3M – Divisão Cuno, Marcelo F. Prado.
Para driblar a crise econômica, um dos grandes desafios da indústria de tintas e vernizes é produzir produtos de alta qualidade e com baixos custos para os clientes e, neste contexto, os sistemas de filtração se tornam elementos fundamentais para o processo de produção de tintas. "O sistema de filtração garante uma qualidade do produto final e precisamos que todo o processo fique isento de toda e qualquer sujidade", indica o gerente de pesquisa e inovação da Anjo Tintas, Paulo Antonio Donádio.
As tintas e vernizes são projetadas em sua grande maioria para assegurar uma superfície lustrosa e proteção contra a corrosão e, para obter esse resultado, a filtração é importante por remover sujidades e outros particulados que possam comprometer essas características. "O processo de filtração é de suma importância na indústria de tintas, principalmente no segmento automobilístico, no qual tem garantido uma pintura contra a corrosão de até cinco anos", explica Rogério Jardini - Business Development Manager da Parker Hannifin.
O setor de tinta no Brasil
- O Brasil é um dos seis maiores mercados mundiais para tintas;
- Fabricam-se no país tintas destinadas a todas as aplicações, com tecnologia de ponta e grau de competência técnica comparável à dos mais avançados centros mundiais de produção;
- Há centenas de fabricantes, de grande, médio e pequeno porte, espalhados por todo o país. Os dez maiores fabricantes respondem por 75% do total das vendas;
- Os grandes fornecedores mundiais de matérias-primas e insumos para tintas estão presentes no país, de modo direto ou através de seus representantes, juntamente com empresas nacionais, muitas delas detentoras de alta tecnologia.
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Filtros e segmentos
Mais do que a importância estética, as tintas são responsáveis por proteger as superfícies contra a corrosão. Um sistema de filtração adequado remove os contaminantes, melhorando as propriedades e os problemas mais comuns por excesso de partículas sólidas (grandes ou pequenas aglomeradas), presença de contaminantes deformáveis (óleo, géis, silicones) e fibras, evitando problemas como crateras, olhos de peixe e bactérias, além de melhorar aplicação, aumentar a qualidade estética e reduzir os custos de manufatura.
No final, são os filtros que respondem pela qualidade do acabamento, protegendo a superfície das impurezas em suspensão. "Sem dúvida os filtros garantem que o produto final fique isento de qualquer resíduo ou sujidade proveniente do processo produtivo, proporcionando uma pintura limpa e perfeita na sua aplicação", garante Paulo Antonio.
No Brasil, a indústria de tintas é divida em quatro segmentos: Tinta Imobiliária, Tinta Automotiva, Tinta para repintura automotiva e Tinta para indústria em geral (eletrodomésticos, móveis, autopeças, naval, aeronáutica, tintas de manutenção, etc.). O segmento imobiliário é o maior responsável pelo volume de produção e pelo faturamento do setor. Entretanto, as tintas automotivas são as mais exigentes com a qualidade do produto final. "A exigência do consumidor com a qualidade do produto final dita a diferença de filtração entre esses mercados. Na indústria automotiva o padrão de pintura é muito elevado, defeitos na pintura dos veículos geram retrabalhos e retoques, isto faz com que os fabricantes de tintas e vernizes e as próprias montadoras utilizem sistemas de filtração mais eficientes", conta Marcelo. A linha automotiva é a mais criteriosa e exigente, como também a linha industrial. Já a linha imobiliária é a menos exigente do segmento. "Isso significa que as mais exigentes requerem filtrações mais finas e de maiores qualidades", complementa Rogério Jardini - Business Development Manager da Parker Hannifin.
O acabamento externo do automóvel requer a eliminação de contaminantes para melhorar a aparência do veículo e para proteger a carroceria. Um sistema otimizado de filtração adequado é a chave para melhorar o acabamento e também reduzir os custos de manufatura e, por isso, o segmento é tão exigente com os produtos destinados à filtração. A seleção dos filtros na linha de automóveis deve estar baseada em critérios como: Condições do sistema (fluxo, viscosidade, temperatura, solventes, concentração de contaminantes, etc.); Nível desejado de filtração; Construção do elemento filtrante e natureza dos contaminantes; Vida útil; Índice de rejeição de produtos, entre outros. Além disso, a temperatura e o tipo de solvente determinarão os materiais de construção da carcaça e do elemento filtrante. O mercado imobiliário não é tão exigente, pois as superfícies onde serão aplicados os produtos já possuem imperfeições e sujidades. "Os retrabalhos e retoques são mais fáceis e de baixo custo", comenta Marcelo.
Várias tecnologias de filtração são utilizadas na produção de tintas e vernizes como os filtros tipo sparkler, auto limpantes, cesto, bolsa e cartuchos.
As matérias-primas mais utilizadas nesses filtros são as telas, feltros ou cartuchos de fibra sintética como polipropileno, poliéster, nylon, aço inox, celulose e outros materiais resistentes como aço inoxidável.
Os filtros auto limpantes, cesto e bolsa possuem uma baixa perda de carga (alta taxa de vazão por unidade), permitindo trabalhar com sistemas mais compactos principalmente com fluidos viscosos. "São eficientes na remoção de grandes cargas de particulado rígido; por serem filtros de superfícies não desempenham um bom papel na remoção de partículas deformáveis (géis)", afirma Marcelo.
Os filtros tipo cartucho ao contrário possuem alta perda de carga (Baixa taxa de vazão por unidade), exigindo sistemas de filtração maiores. "Com relação à qualidade do filtrado, os cartuchos são os mais indicados na remoção de contaminantes defornáveis (géis) que geram defeitos como crateras e célula de convecção", indica o gerente de Produtos da 3M – Divisão Cuno.
A aplicação de cada tipo de filtro dependerá das necessidades do segmento de produção de tintas. "As bolsas são mais econômicas e fáceis de operar, em aplicações que requerem a filtração/retenção de grandes quantidades de sólidos, os cartuchos são necessários para melhor qualidade nas tintas e vernizes; onde requer qualidade de acabamento", explica Rogério Jardini.
Segmentos da indústria de tintas
- Tinta imobiliária: representa cerca de 80% do volume total e 63% do faturamento;
- Tinta automotiva (montadoras): 2,5% do volume e 5% do faturamento;
- Tinta para repintura automotiva: 4,5% do volume e 10% do faturamento;
- Tinta para indústria em geral (eletrodomésticos, móveis, autopeças, naval, aeronáutica, tintas de manutenção, etc.): 12,5% do volume e 21,8% do faturamento.
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Mercado
Diante da crise econômica, um dos grandes desafios para o setor é a busca constante pela qualidade e redução dos custos operacionais. "Em linha a esta demanda de mercado, a 3M do Brasil oferece produtos que atendam a esta demanda e ainda diminuem a exposição dos operadores a agentes prejudiciais à saúde, o que vêm melhorando nossas parcerias de negócios e trazendo grandes benefícios para os nossos clientes", comenta Marcelo.
O alto nível de qualidade do produto final é uma exigência que acompanha uma tendência da indústria automotiva: oferecer uma garantia maior contra a ferrugem. "Outra tendência são os equipamentos cada vez menores e de manuseio fácil", indica Rogério Jardini.
Seguindo essas tendências, a 3M do Brasil oferece soluções como o sistema CTG-Klean®. Trata-se de uma alternativa para reduzir custos de produção e perigos ambientais e laborais nas trocas de filtro. "É um sistema de filtração totalmente selado, que elimina o tempo de limpeza da carcaça associado à troca dos elementos e o risco do manuseio dos cartuchos usados e solventes de limpeza. Uma vez que o sistema CTG-Klean® é fechado, todas as vedações e anéis podem ser eliminados", afirma Marcelo. A solução oferece benefícios como: fácil manuseio, redução de custos, eliminação de manuseio de elementos filtrantes usados e limpeza de carcaças, redução do tempo de parada, entre outros.
Já a Russell Finex oferece soluções como o filtro Self-Cleaning Russell Eco Filter®, que deve ser instalado antes das linhas de embalagem final para remoção de impurezas como películas, coagulantes e pigmentos não dispersos do produto final. Diferentemente de sistemas convencionais de filtração que utilizam filtros do tipo bolsa ou cesto, o filtro Self-Cleaning Russell Eco Filter® utiliza um elemento filtrante reutilizável em aço inoxidável, eliminando assim os custos associados ao descarte e minimizando a perda de produto. Além disso, seu exclusivo sistema auto limpante maximiza a produtividade ao eliminar interrupções e paradas desnecessárias da produção.
Os filtros Parker fornecem qualidade de pintura de forma consistente e máxima vida de serviço. Os elementos filtrantes de classificação removem as fibras, géis e partículas grandes indesejáveis, deixando passar os pigmentos e escamas metálicas. "As linhas de montagem têm reduzido o retrabalho em até 40% substituindo seus antigos sistemas de filtração por filtros de alta eficiência", revela Rogério Jardini. Entre as soluções da Parker, destaca-se o filtro DuraBond, que possui uma estrutura de alta resistência com poros uniformes e oferece benefícios como aumento da vida útil, eliminação do by-pass, ampla compatibilidade química, facilidade de descarte, eficiente retenção de géis e fibras, entre outros.
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