Catalisador De Automóveis Une Tecnologia E Preocupação Ambiental

Catalisador De Automóveis Une Tecnologia E Preocupação Ambiental


O catalisador automotivo, tecnicamente chamado de conversor catalítico, é uma das principais inovações tecnológicas que contribuem com o meio ambiente. Essencial para a diminuição da poluição atmosférica, esta peça compõe o sistema de escapamento dos automóveis e pode reduzir a emissão de gases poluentes em cerca de 95% a 98%.
Segundo dados de 2018 do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), o país possui mais de 100 milhões de veículos, sendo que os automóveis correspondem a mais da metade (54 milhões de unidades). Neste cenário, a quantidade de gases poluentes que não são mais lançados na atmosfera, devido ao uso de catalisador, é muito grande. Com esta tecnologia, os veículos podem poluir cerca de cinco vezes menos.
Sem o uso dos catalisadores, a população estará exposta a uma enorme quantidade de gases poluentes, como o monóxido de carbono (CO), e terá uma incidência maior de problemas de saúde, principalmente relacionados ao sistema respiratório. Rinite alérgica, bronquite, espirros e até irritação nos olhos podem ser alguns dos sintomas causados por este tipo de poluição.
É no sistema de escapamento dos veículos que está localizado o catalisador. Esta peça situa-se logo após o coletor de gases do escape, próximo ao motor. As substâncias emitidas por um veículo são altamente nocivas sem a tecnologia do catalisador. "O gás de exaustão veicular possui vários gases tóxicos em sua composição, sendo os principais: monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (NOx) e hidrocarbonetos (HC). Ao atravessar o catalisador automotivo instalado no escapamento do veículo, esses gases tóxicos são convertidos em vapores não tóxicos: nitrogênio (N2), dióxido de carbono (CO2) e vapor d’água" - explica Miguel Zoca, gerente sênior de aplicação do produto da Umicore.
Peça composta por um núcleo cerâmico ou metálico, o catalisador produz em seu interior reações químicas que fazem a transformação dos gases tóxicos para substâncias inócuas, como afirma a gerente comercial da OG Sistemas de Exaustão, Maria Lúcia Gravena.

 

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Esta transformação dos gases produzidos por motores a combustão movidos a gasolina e etanol é fundamental para que os transportes não sejam ainda mais prejudiciais ao meio ambiente. Como já citado, grande parte dos gases poluentes, antes liberados integralmente pelos veículos, são transformados em gases inofensivos.
É preciso lembrar que a presença do catalisador automotivo no sistema de escapamento não é o único requisito para que haja menos poluição. Todos catalisadores produzidos e utilizados nos veículos devem estar em conformidade com a legislação e com os parâmetros do INMETRO.

 

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Surgimento dos catalisadores
Essa tecnologia pensada para amenizar os efeitos negativos da utilização em massa deste meio de transporte não foi desenvolvida juntamente com os automóveis. A criação de veículos automotivos movidos a combustão gerou um aumento na emissão de poluentes na atmosfera, mas, durante algumas décadas, isto não era visto como uma preocupação ambiental.
Somente a partir dos anos 1960, nos Estados Unidos, que se começou a pensar nas consequências ambientais que estes gases emitidos pelos carros poderiam causar.
A primeira legislação antipoluição surgiu na década de 1970 neste mesmo país. Alemanha e Holanda foram os primeiros a seguirem o exemplo dos Estados Unidos.
"Nos anos 70, a BASF foi uma das pioneiras a liderar os estudos sobre emissões de poluentes e desenvolveu o catalisador de "três vias", o TWC, que é considerada a solução mais importante já criada para o combate à poluição" - explica Vladimir Ferrari, gerente de desenvolvimento técnico da BASF.
Contudo, foi apenas em 1993 que o catalisador automotivo foi introduzido no Brasil. O PROCONVE (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores), criado pelo governo brasileiro, trouxe várias fases de introdução desta tecnologia no país. Segundo dados do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), o catalisador tornou-se elemento obrigatório para todos os veículos comercializados no Brasil em 1997.

 

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Então, a partir dos anos 90, foi necessário instalar catalisadores automotivos nos veículos, pois as leis estavam cada vez mais restritas. As legislações desenvolvidas ao longo destes anos serviram para amenizar os problemas ambientais e de saúde associados à emissão dos gases poluentes do escapamento. Ferrari, da BASF, acrescenta que "as exigências de limite de emissões determinadas pelo Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (PROCONVE), foram definidas por fases, para garantir que os segmentos públicos e privados pudessem incorporar tecnologias e ações para redução efetiva. No final de 2018, foi definido que os limites ficarão ainda mais restritivos em 2022. Essas restrições também incluem motores a diesel e motocicletas".
Além das legislações, o trabalho de avaliação e aprovação realizado pelo INMETRO é fundamental. Segundo o supervisor de engenharia P&D da Scapex, Humberto Moreira Cescon - "a fiscalização da produção de catalisadores automotivos está de acordo com a Resolução 282, de 2001, do CONAMA e com a Portaria 547, de 2014, do INMETRO. Cescon ainda acrescenta que "a peça deve conter o selo do INMETRO, uma exigência para os fornecedores de catalisadores para o mercado de reposição, definindo um padrão nacional de qualidade".
Para atestar os produtos, os catalisadores passam por diversos testes para demonstrar se estão ou não adequados às regras e se poderão ir para o mercado. "Os catalisadores produzidos passam por rigorosos testes de qualidade assegurando o funcionamento adequado. Além disso, uma amostra dos veículos produzidos nas montadoras passa por simulações para validação dos dispositivos" - acrescenta o gerente de desenvolvimento técnico da BASF.
Miguel Zoca, da Umicore, comenta um exemplo de verificação realizada no desenvolvimento dos catalisadores. Este equipamento "precisa atender aos ciclos de emissões veiculares apropriados, como o FTP75, onde o veículo percorre 18 quilômetros em várias condições de rodagem, simulando as situações cotidianas de uso"- explica.
"O selo INMETRO aplicado nos conversores catalíticos garante ao consumidor a aquisição de um produto de qualidade e em cumprimento aos requisitos legais e ambientais. Para a indústria, foi importante a implementação desse selo para eliminar do mercado produtos falsificados e danosos ao consumidor e ao meio ambiente" – acrescenta Zoca.
Apesar de todas estas ações para melhor garantir a qualidade dos equipamentos, é preciso conscientizar a população sobre a importância dos catalisadores para a saúde e para a qualidade de vida. Mesmo que as políticas públicas de fiscalização sejam totalmente benéficas, pode haver falhas, e é importante divulgar estas informações para a sociedade.

 

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Como manter o catalisador em bom estado
O catalisador não exige uma manutenção específica. Porém, para preservar a sua integridade e manter o seu funcionamento em perfeito estado, é necessário tomar alguns cuidados. Maria Lúcia Gravena, da OG Sistemas de Exaustão, explica que deve-se "realizar as revisões e manutenções periódicas do veículo de acordo com as recomendações do fabricante, assim como se atentar à qualidade do combustível utilizado, realizar a troca de óleo dentro do prazo e inspecionar as velas de ignição".
Por estas razões, pode-se concluir que a manutenção responsável do veículo está diretamente ligada ao bom funcionamento do catalisador automotivo. A ideia é que este componente tenha a mesma duração que o carro, por isso é preciso levar em consideração todo o desempenho do veículo e tomar as devidas atitudes para mantê-lo em bom estado.
"A durabilidade mínima de um catalisador original, que vem com o carro novo, é de 80 mil quilômetros. Já para o catalisador de reposição, a durabilidade mínima é 40 mil quilômetros. Os proprietários de veículos, cujo ano de fabricação é anterior a 2010, devem se preocupar com o catalisador caso a quilometragem esteja acima dos 80 mil. Já os veículos fabricados a partir de 2010 já possuem o sistema OBD II (On-Board Diagnostic), em que, se houver uma falha no sistema ou mesmo no catalisador, a luz de anomalia se acende no painel do veículo" – explica o supervisor de engenharia da Scapex, Humberto Moreira Cescon.

Políticas e investimentos para um bom desempenho
A indústria investe em desenvolvimento e tecnologia para atender às exigências e recomendações legais sobre os catalisadores automotivos. A Umicore, por exemplo, possui um centro de pesquisa em Americana (São Paulo). Isso faz com que as inovações tecnológicas cheguem rapidamente ao mercado brasileiro.

 

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Além disso, a BASF "conta com a força conjunta das áreas de Pesquisa e Desenvolvimento, Engenharia e Manufatura, incluindo a fábrica na cidade de Indaiatuba, no interior de São Paulo, tanto para atender as normas vigentes, como para customizar o produto de acordo com a necessidade dos clientes"- relata Vladimir Ferrari.

 

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Apesar de investir intensamente em pesquisa e tecnologia, as empresas do setor percebem que existe uma necessidade de maior fiscalização e controle dos produtos. Miguel Zoca, da Umicore, acredita que é importante implementar um sistema de controle e de verificação pós-venda que esteja em vigor durante toda a vida útil do veículo. "Um bom exemplo é o programa de inspeção veicular, altamente eficaz, realizado na cidade de São Paulo há alguns anos, porém suspenso desde 2013" – conta o gerente sênior.
Com a anulação do programa de inspeção veicular, a qualidade e a reputação da indústria pode estar em risco. E, mais importante do que qualquer outro problema, é o que isso pode gerar para a saúde da população e para o meio ambiente. "O consumidor às vezes adquire um produto que vai resolver momentaneamente os problemas do veículo, porém, com uma vida útil menor. Além disso, também são vendidos produtos usados de forma "maquiada", para que ele pareça novo" - explica Gravena, da OG Sistemas de Exaustão.
Por todas estas razões, é fundamental que se crie novos mecanismos de fiscalização e controle da qualidade dos produtos. A continuidade das políticas do PROCONVE é importante para cercear ainda mais os limites de emissão de gases poluentes e para especificar bases legais para a fiscalização destas peças.
Peças de baixa qualidade afetam os resultados esperados com a utilização dos catalisadores. Esta inadequação aumenta o número de poluentes emitidos pelos veículos e piora a qualidade do ar. As grandes cidades são as mais atingidas por esse tipo de poluição, devido à quantidade de veículos que circulam em seu território. Estes são os locais onde mais é possível sentir os efeitos dos gases tóxicos. Como citado anteriormente, ardência nos olhos e problemas respiratórios são os principais sintomas.

Perspectiva do mercado
As empresas produtoras de catalisadores são diretamente afetadas pelo desempenho do setor automotivo. A crise econômica atravessada pelo Brasil, principalmente em 2016 e 2017, faz com que os números não sejam os melhores já registrados na indústria.
Além disso, especificamente em São Paulo, a revogação da medida que tornava a inspeção veicular obrigatória levou a um declínio nas vendas de catalisadores. "O mercado de catalisadores de 2010 a 2013 alcançou o seu auge. Chegamos a produzir e comercializar mais de 150 mil catalisadores por ano. Nesse período, foi obrigatória a inspeção veicular na cidade de São Paulo. Após a revogação, no início de 2014, o mercado de catalisadores sofreu uma queda brusca. Atualmente, produzimos e comercializamos cerca de 60 mil catalisadores por ano"- explica Cescon, da Scapex.

 

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Com o início da recuperação econômica do país, é possível perceber uma retomada na indústria automobilística. Segundo o gerente sênior da Umicore, apesar de os números de venda ainda serem inferiores aos de outros anos, a expectativa é que haja mais estabilidade e que tenha uma retomada de crescimento neste ano de 2019.
Ferrari, gerente de desenvolvimento técnico da BASF, acrescenta que "o crescimento da indústria automotiva brasileira, segundo previsão da ANFAVEA [Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores], deve ser de 9% em 2019 (número em revisão) e deve continuar crescendo nos próximos anos".

 

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Importância ambiental e tecnológica
Dados divulgados por diversas entidades comprovam a eficiência do uso dos catalisadores. "Segundo a ‘Avaliação dos Impactos Econômicos e dos Benefícios Socioambientais do PROCONVE’, a emissão de gases tóxicos por automóveis atualmente é 90% menor que a registrada em 1986, quando o programa foi criado. Só na região metropolitana de São Paulo, a liberação de monóxido de carbono na atmosfera foi reduzida em 60%. Estima-se que mais de 14 mil mortes tenham sido evitadas com a redução da poluição, resultando em uma economia de aproximadamente R$ 1,3 bilhão em assistência médica" - explica Ferrari, da BASF.
Portanto, os catalisadores automotivos são peças fundamentais para uma sociedade moderna, tecnológica e, ao mesmo tempo, preocupada com o meio ambiente. A utilização deste produto é de suma importância, pois ele contribui para a redução dos níveis de poluição atmosférica nas cidades e melhora a qualidade de vida da população.

 

Contato das empresas
BASF:
www.basf.com
OG Sistemas de Exaustão: www.og.com.br
Scapex: www.scapex.com.br
Umicore: www.umicore.com.br

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