Perigo no ar! Diversos processos industriais da atualidade geram gases tóxicos que, sem o tratamento adequado, representam um grande risco para o meio ambiente e para a saúde da população. A captação destes poluentes na fonte de emissão e seu tratamento são procedimentos importantes para evitar contaminação do ambiente externo e de trabalho. Dependendo do tipo de gás contaminante, podem ocorrer tragédias de grandes proporções, como foi o caso do desastre de Bhopal na Índia, onde milhares de pessoas foram mortas e outras tantas contaminadas por vazamento de gás tóxico.
A boa notícia é que a conscientização da necessidade de filtração dos gases industriais está cada vez mais presente nos processos fabris. "As exigências ambientais crescentes da legislação e das normas internas das próprias empresas, implicam cada vez mais no tratamento dos resíduos dos processos de produção. Muitos destes processos geram como efluentes gases tóxicos que demandam tratamento. Os filtros de gases têm exatamente a função de atender a estas demandas de tratamento na indústria, protegendo o ambiente da poluição gerada em alguns processos fabris" - explica José Mauricio Sampaio, gerente geral da Nederman do Brasil.
O ar comprimido é o gás mais utilizado na indústria e o não tratamento dele por meio de filtros, impacta no incremento das intervenções (manutenções) dos equipamentos pneumáticos e na própria vida útil dos mesmos. "Em outras situações, nas quais o ar comprimido é utilizado diretamente no processo, temos o agravante da perda de qualidade do produto final resultando em retrabalho nos mesmos ou até seu descarte" – ressalta o especialista da Parker, Carlos Leone. Em relação aos poluentes, existem quatro tipos mais frequentes na indústria. São as poeiras, os particulados os sólidos, os gases e as névoas. Para cada um destes poluentes, existe uma técnica de filtragem mais indicada. "No caso dos gases, as principais técnicas de filtragem são: adsorção, absorção, neutralização e incineração. Cada uma destas técnicas utiliza um tipo específico de equipamento de filtragem" – afirma José Mauricio.



 

Filtros de gases
Os filtros de gases servem para eliminar ou reduzir a níveis aceitáveis a emissão do poluente para o ambiente externo, embora sistemas de exaustão com descarga direta possam ser utilizados em alguns casos, dependendo da concentração dos gases. Os diferentes tipos de filtros de gases baseiam-se em princípios físicos específicos.
 Os filtros de adsorção constituem-se normalmente em massa de carvão ativado, na qual o fluxo de gás transita, permitindo a retenção do gás poluente pelo meio filtrante. "As principais limitações desta técnica de filtragem são a dificuldade de monitoramento do estado de saturação dos filtros e a relativamente baixa vida útil" – indica José Mauricio.
Os filtros que utilizam o princípio de filtração por adsorção, destinam-se à remoção de vapores de hidrocarbonetos (óleo) e odores do fluxo gasoso e são utilizados em situações que exigem uma filtração mais rigorosa.  "Entretanto são filtros muito sensíveis a contaminantes sólidos e água, e por isto devem ser obrigatoriamente precedidos de um filtro coalescente. Isso evita que o material adsorvedor (dessecante) sofra deterioração prematura por óleo ou água na forma líquida" – esclarece o especialista da Parker.
Por sua vez, os filtros coalescentes possuem capacidade de retenção de partículas sólidas na faixa de 1 a 0,01 micron e a função de coalescer (agrupamento de líquidos ou aerossóis de água e óleo) para posterior eliminação pelo sistema de drenagem do filtro. "Na característica de coalescência a faixa varia de 0,5 até 0,01 mg/m³. Podem ser instalados desde a geração do ar comprimido e também nos pontos de uso. Linhas com tecnologia de ponta, exemplo Oil-X da Parker domnick hunter podem, devido ao alto desempenho e durabilidade, suprimir a necessidade de instalação de pré-filtro de partículas" – indica Carlos.