Irrigação é o ato de irrigar, regar ou molhar de forma precisa um local ou um item específico. Hoje, existem processos de irrigação na agricultura, no paisagismo, em áreas verdes como campos de futebol, entre outras aplicações. Durante muito tempo, foi preciso descobrir formas de manejar a água e fazer com que a plantação drenasse lentamente, evitando que o excesso de água também prejudicasse o crescimento das plantas, além de garantir a água estocada por um tempo mais longo.

O processo de irrigação reúne técnicas que realizam esse manejo, proporcionam um melhor aproveitamento e evitam a dependência extrema das situações climáticas. Atualmente, a maioria das produções possui um sistema de irrigação próprio, utilizado para a irrigação de pastagens e canteiros, reutilizando águas das chuvas ou extraindo de lençóis freáticos de fácil acesso.

Dotan Paz, responsável pela área de irrigação na América Latina da Amiad, explica que qualquer sistema de irrigação moderno e avançado deve ter um processo de filtração para proteger o sistema, onde são utilizados diversos tipos de filtros. O objetivo principal desse item é garantir que o sistema de irrigação não fique bloqueado e danificado.

O processo de filtragem é a separação de partículas solidas em suspensão na água, com o intuito de garantir a qualidade da água para irrigação. Ele começa quando a água bruta entra por meio da entrada do filtro e flui para as telas grossas, onde é pré-filtrada e as partículas de sujeira grandes são bloqueadas ou removidas. 

A água passa então pela tela fina e as partículas de sujeira são presas na superfície interna. Uma vez que o diferencial de pressão atinge um nível pré-definido o sistema ativa o seu ciclo de auto-limpeza abrindo a válvula de descarga. 

Uma forte força de sucção nos bicos do scanner efetivamente remove as partículas de sujeira da tela. Uma vez que o bolo do filtro é removido, o diferencial de pressão volta ao normal. O filtro retoma seu modo de filtragem padrão e está pronto para o próximo ciclo de descarga. Ao longo do ciclo de limpeza, a água continua a fluir através da saída do filtro.

"Sistemas de irrigação em todas as formas requerem filtragem. Desde o ponto de captação, seja num lago, rio ou reservatório, até o ponto de saída, em aspersores, canhões ou gotejamento. Para cada situação há uma malha de filtragem recomendada" - completa Danny Braz, engenheiro e diretor da Regatec. 

O especialista explica ainda que nos pontos de captação, de alimentação para o bombeamento, faz-se necessário uma tela de sucção, (já existem no mercado auto-limpantes) de forma a evitar a entrada de folhas, peixes, gravetos, pedras, etc. Geralmente a malha de filtragem é entre 5 e 20 mesh. Já após o bombeamento é preciso saber qual o tipo de água e sistema de irrigação. Águas com partículas orgânicas ou ferro, poderão exigir uma filtragem de areia (parecida à de piscina) antes de um filtro de tela ou disco. Normalmente são uililizados filtros de tela ou disco nas mais variadas formas e malhas, sistemas de limpeza etc.

O uso de filtros nos sistemas de irrigação é cada vez mais importante, de acordo com Paz, essa afirmação é tão verdadeira que não é possível encontrar no mercado sistemas modernos sem a proteção de filtros. "Se não usarmos filtros em nossos sistemas de irrigação, o sistema será bloqueado e danificado após alguns segundos" – enfatiza o especialista.

Em nenhum caso se pode garantir a qualidade da água que virá internamente, por mais que se tenha uma água limpa, de poço, etc. 

Os sistemas de irrigação têm uma fragilidade na questão filtragem, todos necessitam de um filtro de proteção, ou se corre o risco de danificar algum equipamento, muitas vezes com um custo elevado. Braz explica os principais tipos de filtros utilizados nos sistemas e irrigação e como funcionam:

- Filtros de areia: são reservatórios com areia em diferentes granulometrias que fazem as sujeiras finas se encrustarem à areia, faz se necessário retro lavagem periódica e um filtro de tela para que a areia não passe adiante. 

- Filtros de tela geralmente em y: são elementos cilíndricos com telas nas mais diferentes malhas (50 a 250mesh) e bitolas desde ½" até 12" ou maiores. Remove pequenas quantidades de areia ou matéria orgânica antes de entupir e reduzir a vazão do sistema.

- Filtros de disco: são parecidos aos de tela, porém, ao invés de uma tela cilíndrica há vários discos em forma de anéis com ranhuras muitas vezes de dimensões capilares. Estes discos são sobrepostos de forma a fazer com que as ranhuras de um disco, cruze com as ranhuras do disco ao lado. Com isto se consegue uma filtragem mais fina, ideal para gotejamentos.

"Existem algumas maneiras e tecnologias para filtrar equipamentos de irrigação, a tecnologia mais comum é através de filtros de mídia (cascalho), um grande tanque de metal contém um certo tipo de cascalho. A água entra no filtro e é filtrada através do cascalho, muito parecido com o efeito do aquífero. Outra tecnologia muito comum é a tecnologia de tela, a água passa pelo elemento da tela e é limpa pela tela. A tecnologia de disco também é uma tecnologia muito boa para filtrar partículas da água" – completa Paz.

Todo sistema de irrigação deve ter filtragem, mas cada projeto tem uma característica específica e uma demanda diferente. É necessário levar em conta três paramentos, a qualidade da água, as características do sistema de irrigação e a viabilidade econômica. No primeiro caso deve ser avaliado tipo, o tamanho e concentração de contaminantes presentes na água de irrigação. Com relação ao sistema, checar a vazão do projeto e a qualidade requerida da água. Por fim, avaliar o custo x benefício do projeto.  

Os principais problemas surgem quando é escolhido um projeto e equipamento inadequado, além da operação impropria do equipamento. Escolher empresas idôneas, um bom profissional para fazer o projeto e treinar a mão-de-obra que vai operar o sistema é fundamental para todo o resultado do processo. 

"Cada tipo de filtragem tem uma perda de carga (pressão) interna, geralmente por volta de 4 a5 m.c.a., por isso se recomenda que os filtros tenham um manômetro antes e um após a filtragem. Desta forma se pode saber em que estado estão seus elementos. Caso passe de 7m.c.a, recomenda-se fazer retro lavagem. Em muitos casos é mais indicado se fazer uma bateria de filtros em paralelo, de forma que quando se estiver fazendo retro lavagem, não se sinta perda de pressão no sistema" – destaca Braz. 

Os sistemas de irrigação por gotejamento e micro aspersão são considerados com uma das técnicas mais adequadas para alcançar eficiência na irrigação disponível no mercado. Sua aplicação limita o volume de água que corresponde apenas às necessidades da planta, porém são sistemas que exigem os melhores métodos de filtração, capazes de proteger de forma eficaz esses sistemas de irrigação. Atualmente, os desenvolvimentos em tecnologia dos grandes fabricantes estão buscando oferecer e desenvolver cada vez mais sistemas eficazes e precisos. 

Amiad: www.amiad.com