Mercado De Filtros Tem Expectativa Positiva Para 2019
Tradição na primeira edição do ano, trazemos um especial sobre os resultados do exercício anterior e as expectativas do mercado de filtros para o novo ciclo. Neste ano, a matéria tem relevância especial em virtude do início do novo governo liderado pelo presidente Jair Bolsonaro, que apresentou propostas de mudanças na economia e no relacionamento comercial do País no exterior.
Consultamos diversas empresas nos segmentos de filtros industriais, automotivos, residenciais e estações para tratamento de água e efluentes, para trazer um panorama aos nossos leitores, apresentando as opiniões das empresas que concordaram em participar do nosso especial.
No geral, a expectativa é positiva e o mercado acredita em crescimento e na recuperação gradativa da economia, cenário que pode ser favorável ao desenvolvimento de novos negócios para o País.
Desenvolvimento constante e novos investimentos
Para João Moura, presidente da Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas – Automotivos e Industriais, "a cada ano o mercado de filtros nacional tem se autossustentado, evoluído e mantido a solidez, mesmo diante das incertezas econômicas. Muitas empresas têm respondido bem a este novo cenário, gerando novas oportunidades, investindo e colhendo resultados".
Moura diz que há uma tendência positiva para investimentos, o que foi comprovado não somente com a chegada de novos fabricantes no último ano, mas também com a ampliação de plantas e aquisições de grande impacto, além de anúncios de expansões para 2019. "Outro ponto importante de mudança de postura foi que fornecedores que interagem com os segmentos de filtros automotivos e industriais têm investido para oferecer melhores condições de atendimento e, consequente, ampliação das oportunidades de negócio" - destaca.
Automotivo
No segmento de filtros automotivos, o aftermarket e as exportações continuaram sendo diferenciais e fonte de novos negócios para as empresas. "Informações de mercado apontam que 2018 ficará marcado pelo grande crescimento do setor de autopeças no Brasil, um dos mais expressivos nos últimos anos. Isso mostra que o mercado de reposição será sempre um canal de investimento e temos visto isso na prática" - afirma João Moura.
Para a Sogefi, "O mercado de filtros obteve curva ascendente no cenário econômico brasileiro, com melhora no consumo nacional desde o início de 2018", segundo Felipe Anholon, diretor da Business Unit de IAM. "As perspectivas no desenvolvimento econômico são favoráveis, o que traz oportunidades para explorar novos segmentos motivados por investimentos do empresariado do País".
Paulo Nascimento, marketing and sales manager da filtration division da Parker Hannifin, diz que segmento teve crescimento considerável alavancado pelo setor automotivo pesado. "A produção de caminhões e ônibus prevê fechar 2018 com crescimento de 26,6%, a produção de máquinas agrícolas e de construção em 12,8% e o setor de autopeças em 14,2%" - enumera.
Para a Tecfil, 2018 apresentou algumas dificuldades quando comparado a 2017, ano de resultados excelentes para a companhia. "Alguns fatores e especialmente a sucessão presidencial no País, atingiram os fundamentos econômicos, gerando redução nas bases de negócios para alguns segmentos", analisa Ricardo Pessoa - diretor comercial.
Para a Seineca, 2018 foi melhor que 2017, apesar das situações políticas e econômicas desfavoráveis que forçaram a empresa a adotar novas estratégias. "A Seineca se preparou, reinventou-se e obteve aumento de aproximadamente 10% em vendas no Brasil e de 50% em unidades de filtros produzidos globalmente" – ressalta Fang C., head da marca.
O ano foi bom para a Wega Motors. "Mesmo com os problemas econômicos, concluímos a ampliação do Centro Logístico e da área de engenharia e desenvolvimento de produtos. Devemos fechar o ano com o crescimento planejado" - salienta Cesar Costa, diretor de vendas e marketing da Wega Motors.
Para a Delphi, o ano foi excelente. "Por meio do planejamento aliado à confiança dos clientes, conseguimos atingir e superar os objetivos. Retomamos negócios melhorando os índices de entrega, lançando produtos, estabelecendo planos de marketing, incentivando equipes comerciais com campanhas de vendas, treinando aplicadores e consumidores em geral, entre outras ações" - comemora Robson Quito, gerente de vendas da Delphi Technologies.
Na visão da Delphi, o mercado de filtros é expressivo e muito competitivo. "Há grandes empresas no segmento e trabalhamos para que nossa estratégia seja pautada em transparência comercial, agilidade e flexibilidade. Propiciamos aos parceiros oportunidades de investimento em nosso produto e marca, pois sabemos da força da Delphi na Reposição e em OEM" - destaca Quito.
Para Christiane Verne, diretora de trade marketing da divisão automotive aftermarket da Bosch América Latina, em 2018, o segmento de filtros para veículos leves se manteve estável. "Já no setor de pesados houve crescimento, devido ao aquecimento da economia. O segmento de filtros de cabine tem crescido significativamente, sobretudo, pela conscientização dos consumidores" - explica.
No setor de transporte e movimentação de carga (empilhadeira), o mercado é instável e foi afetado pela greve dos caminhoneiros em dois meses do ano. "Para caminhões/ônibus, existe uma tendência de aumento, porém, o reflexo tende a ser no segundo semestre do ano fiscal 2019" – prevê Djalma Baúte, gerente-geral da PoliFiltro.
O mercado de filtros teve recuperação no segmento automotivo e industrial alinhada a uma condição mais otimista do cenário econômico. "Para a Fleetguard, que tem forte presença no segmento pesado automotivo, o aquecimento do mercado de caminhões e equipamentos fora de estrada foi um fator primordial para a retomada do crescimento", aponta Marcos Azambuja, aftermarket sales – Fleetguard da Cummins.
Industrial
João Moura, da Abrafiltros, diz que em linhas gerais, o segmento industrial manteve o padrão de crescimento de anos anteriores, embora as novas tecnologias ainda não tenham sido absorvidas por todas as empresas. "As empresas sempre tendem a se desenvolver e adequar em virtude das necessidades dos clientes e da obrigatoriedade de atendimento das regulamentações setoriais e ambientais, cada vez mais exigentes" - ressalta.
A DBD Filtros detentora das marcas Laffi Filtration e Laffi Water teve um bom volume de trabalho em 2018. "No mercado de filtros industriais, foi um resultado razoável, com algumas empresas investindo e se preparando para uma possível melhoria de mercado e aumento dos números da economia" - observa André Moura, CEO da DBD Filtros.
Nas aplicações Engine, que é todo equipamento que dispõe de motor, Baúte, da PoliFiltro, fala de alguns setores específicos. No segmento agrícola, segundo ele, o mercado manteve-se aquecido como os anos anteriores. Em construção/mineração houve uma leve melhoria, porém, ainda há retração. "O setor aguarda a finalização dos processos na Lava Jato envolvendo as construtoras, e uma provável recuperação no superávit primário, para fomentar os investimentos".
Na avaliação de Rogério Jardini, engenheiro químico especializado em filtração industrial e residencial, "O mercado de filtros industriais e residenciais sempre é crescente. A demanda é cada vez maior devido à necessidade dos fluidos, líquidos ou gasosos, estarem cada vez mais limpos dentro dos processos industriais e na qualidade da água potável que consumimos" - analisa.
Fortalecimento setorial
A Abrafiltros tem realizado iniciativas importantes para o fortalecimento do mercado de filtros, incluindo o acompanhamento das novidades dos mercados nacional e internacional, divulgação periódica de informações de interesse, ampliação da participação em feiras, eventos e ações de comunicação e marketing, incluindo maior presença nas redes sociais como Facebook e LinkedIn.
Em março foi uma das expositoras na Filtech – maior feira de filtração e separação do mundo, realizada em Colônia, na Alemanha. "Vimos de perto, o quanto o mercado brasileiro é alvo de interesse. Constatamos que o uso de membranas e nanotecnologia se consolidam como diferenciais para a filtração industrial. E há grande expectativa mundial sobre a evolução do grafeno como meio filtrante, material de propriedades físico-químicas fantásticas e que deve revolucionar o setor nos próximos anos" - destaca Moura. "O Brasil tem grande potencial produtor e os últimos avanços científicos internacionais têm tornado sua utilização cada vez mais viável, do ponto de vista econômico".
Na área automotiva, a chegada de vez do carro elétrico ao Brasil foi outro assunto acompanhado de perto pela associação. "No Salão Internacional do Automóvel, mais de 15 montadoras apresentaram modelos, os quais deverão estar disponíveis em curto e médio prazo no País" - diz Moura.
Esses e outros temas de interesse – indústria 4.0, análises econômicas, logística reversa pós-consumo, coaching empresarial, internet das coisas, entre outros - têm sido apresentados e discutidos mensalmente no Ciclo de Palestras Abrafiltros, sempre com palestrantes de renome. Novidade em 2018, a associação criou na Câmara Setorial de Filtros Industriais, o Fórum de Debates Abrafiltros, onde são apresentadas a cada mês, diferentes aplicações, formas de uso, desafios e oportunidades. Essas atividades são gratuitas e têm participação aberta para empresas associadas e não associadas, estudantes e profissionais do setor, sempre com grande sucesso.
Na área ambiental, o programa Descarte Consciente Abrafiltros – implantado nos Estados de São Paulo, Paraná e Espírito Santo - obteve importantes conquistas na logística reversa dos filtros usados do óleo lubrificante automotivo, sendo uma das primeiras e poucas entidades até o momento, a atender integralmente a Decisão de Diretoria 076/2018/C da Cetesb, que regulamentou as metas de reciclagem até 2021 no Estado de São Paulo, e incluiu a logística reversa como requisito obrigatório para a concessão ou renovação das licenças operacionais sujeitas à fiscalização ambiental pela Cetesb.
A associação manteve intenso contato com o governo e também conta com o Termo de Compromisso aditado desde outubro, de acordo com a nova legislação. "Isso traz segurança aos associados participantes do programa em relação ao cumprimento das leis ambientais de logística reversa, sendo a Abrafiltros vista como referência nos Estados onde o programa está implantado, conforme as regulamentações para o setor", ressalta Moura. Desde julho de 2012, o programa já reciclou mais de 12,5 milhões de filtros, segundo as coletas realizadas até novembro. O programa aguarda aprovação da proposta para implantação no Mato Grosso do Sul.
"Todas essas ações de interesse de grupo estão dando resultado e atraindo novas empresas. Esperamos que mais empresas venham somar conosco em 2019" - explica Moura. Mais informações em
www.abrafiltros.org.br.
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Residencial
O setor doméstico tem boa receptividade, contudo, Claudio Chaves, diretor-presidente da Hidrofiltros, diz que "a indução da venda é cada vez mais desafiadora, levando em conta a competitividade e os esforços para disseminar as vantagens e benefícios do uso de filtro em casa ou no escritório" - comenta.
Paulo Sergio Galina, gerente de marketing da Lorenzetti, o mercado de filtros residenciais se mantém positivo. "O consumidor vem se conscientizando sobre a importância do tratamento da água. Por conta disso, o segmento vem apresentando crescimento constante nos últimos anos" - avalia. Em 2018, a Lorenzetti registrou bons números em todo o território nacional e a expectativa é fechar a temporada com incremento nas vendas, assim como ocorreu em 2017.
Novas ações
A Cummins irá ampliar os investimentos nas linhas de filtros com nanotecnologia para filtração de ar, combustível e lubrificantes, com foco na evolução nos níveis de proteção para os equipamentos e incremento nos intervalos de serviços. "O maior desafio para as empresas que investem em tecnologia são os produtos de fontes não reconhecidas, similares no mercado de reposição, que apresentam baixa qualidade e performance" - adverte Azambuja.
A participação dos filtros de membrana vem crescendo, principalmente na microfiltração. "Com a filtração cada vez mais exigente, são necessários fluidos líquidos ou gasosos mais puros e com a menor quantidade possível de contaminantes de partículas sólidas ou microbiológicos, em todos os processos industriais e residenciais" - explica Jardini. "O custo cada vez mais econômico faz com que os cartuchos por membrana estejam hoje, em mercados nos quais os preços antes eram proibitivos".
Nascimento, da Parker, diz que para o mercado mobil, a tendência é de aplicação de filtros mais eficientes e com mais eletrônica aplicada. No mercado agrícola, com a agricultura de precisão, as máquinas estão tendo maiores pressões de trabalho e utilização de válvulas proporcionais, o que requer um grau de limpeza do óleo maior e filtros para partículas cada vez menores.
Na linha de combustível, Nascimento cita a legislação de emissões Mar-1 (Tier-3) para máquinas agrícolas, agora para todas as potências de motores em 2019, e a definição para 2023 do Proconve-P8 (Euro-6). "As duas legislações requerem alterações nas máquinas e veículos. Com isso, os fabricantes de filtros deverão investir em produtos mais modernos e eficientes. No segmento industrial, a tendência da indústria 4.0 e a eficiência energética também forçam os fabricantes de filtros industriais a investirem pesado em inovação e na integração dos filtros e equipamentos" - pontua.
O mercado exige dinamismo e aperfeiçoamento no modelo de gestão das empresas. "Empresas do nosso segmento e políticas públicas devem trabalhar integradas, especialmente nas questões de competitividade comercial, ressaltando as desvantagens que as indústrias nacionais enfrentam em relação aos mercados asiáticos" - salienta Pessoa, da Tecfil.
"No último trimestre de 2018, reativamos a produção de algumas linhas de produtos. Além disso, estamos investindo no lançamento de novos filtros automotivos e soluções FRAM para aplicações agrícolas e industriais, visando suprir a demanda do mercado" - diz Anholon.
"A maioria dos investimentos e incentivos é indireta, alguns impactam positivamente e outros nem tanto.
O importante é planejar e executar bem, independentemente de qualquer fator externo" - diz Fang, da Seineca. A empresa busca manter a linha atualizada com novidades e bem equilibrada em estoque e modelos. Em 2018 realizou 32 lançamentos, e apresentará na Automec 2019, em abril, mais novidades tanto em produtos quanto em negócios.
Com a ampliação do Centro de Distribuição, a Wega Motors está investindo em estoque e quer manter os níveis de entrega acima de 99%. "Vamos continuar a ampliar o trabalho na ponta. Estar próximo do aplicador e das lojas de peças é importante para esclarecer dúvidas e passar segurança ao mercado, gerando demanda para o nosso distribuidor" - comenta Costa. "O desafio maior é aumentar o número de treinamentos e informar o consumidor e mecânicos da importância da troca completa, para uma manutenção 100%".
Em 2018, a Delphi iniciou o projeto de ampliação de portfólio focado em produtos de alto giro de consumo. "Queremos que cada vez mais, os clientes tenham nossa marca para distribuir ao mercado. Com isso, teremos a oportunidade de aumentar o market share e a marca se consolidar gradativamente" - projeta Quito.
Para ele, os desafios são os que todas as empresas enfrentam: forte concorrência, instabilidade no cenário político, variação cambial, entre outros. "Estamos preparados para superá-los e seguir em franco crescimento, pois há uma expectativa positiva do mercado para 2019".
No segmento residencial, a Hidrofiltros lançou o Economy Fit, produto que substitui o garrafão de 20L e pode ser instalado em qualquer tipo de suporte, refrigerado ou não.
A empresa trabalha em novos refis para a retirada de partículas e cloro, além da melhoria de design em alguns produtos. Também está investindo em automação e na ampliação do espaço fabril e da estrutura comercial. "No setor industrial, estamos ampliando a produção de elementos filtrantes em 40%, e também estoques de tanques e válvulas para aplicação em projetos de tratamento de água. Estamos ainda trocando nosso ERP, buscando mais agilidade, amigabilidade e interação entre processos e pessoas" - conta Chaves.
Para a Lorenzetti, os desafios se concentram no cenário econômico, porém, o mercado nacional segue positivo. "Os números já demonstram recuperação, assim como o aumento do índice de confiança do consumidor, contribuindo para que tenhamos projeções otimistas para este ano" - estima Galina. A Lorenzetti dispõe de modelos que reduzem o excesso de cloro da água e retêm partículas, como barro, limo e ferrugem, fornecendo água pura para beber, fazer sucos, gelo, cozinhar e lavar os alimentos. Completam a linha produtos para a instalação em pontos de entrada, máquinas de lavar roupas, condomínios e piscinas.
Expectativas em alta
Segundo Moura, a perspectiva para o mercado de filtros na Abrafiltros é positiva, e caso a economia se fortaleça, o crescimento irá beneficiar todos os segmentos. Ainda há uma parcela de incerteza devido às mudanças propostas pelo novo governo, mas os empresários acreditam na tendência de melhoria. "Hoje, temos as câmaras setoriais de filtros automotivos e industriais, que irão manter seus objetivos e neste ano será criada a Câmara Setorial de Filtros para Tratamento de Água, Efluentes e Reúso. Uma demanda crescente que visa despertar não somente o debate no segmento, mas também influenciar no saneamento básico e no desenvolvimento mais sustentável do País" - afirma Moura. Em 2019 será realizado também, o 1° Seminário Brasileiro de Filtros, promovido pela Abrafiltros. O evento terá como objetivo aproximar os diferentes segmentos e discutir tendências, novidades e o futuro do mercado em geral.
A Hidrofiltros acredita que um maior sucesso do setor dependerá parcialmente das medidas macroeconômicas a serem aplicadas em 2019. "As perspectivas são melhores que em 2018 e demonstram uma mobilização geral da indústria, empurrada pelo incremento do consumo – que infelizmente está afetado pelo alto endividamento da população brasileira. O movimento da roda da economia não acontece de uma hora para outra, não nos iludamos" - pondera Chaves.
De acordo com o executivo, o setor industrial busca incrementar a introdução de novos produtos, aumento de capacidade e contratações de recursos diretos e indiretos. "Na área industrial, consideramos um crescimento na ordem de 16%, além do fechamento de contratos de médio prazo" - afirma Chaves. "Os segmentos que atendemos serão afetados positiva ou negativamente, conforme a aplicação das medidas sinalizadas pelo novo governo. Enquanto isso, faremos a nossa parte".
Segundo Rogério Jardini, a tendência é de alta: "A filtração estará cada vez mais presente nos processos industriais e residenciais, na melhoria contínua da água potável que consumimos, seja na forma líquida ou sólida".
A DBD Filtros espera que o mercado continue no mesmo ritmo de investimentos e haja avanços na política, para viabilizar as reformas na economia, área fiscal e Previdência. "Que o Brasil melhore o crédito, relação funcionário/empresa, as formas de tributação de impostos e as aberturas de investimentos internacionais, que parecem que vão ocorrer. São suposições que não sabemos se vão se materializar, pois dependem das dificuldades que o governo vai enfrentar. Tivemos um 2018 razoável e, em 2019, esperamos que continue neste mesmo ritmo ou aumentem com as melhoras que o governo venha a fazer" - comenta André Moura.
A Tecfil está muito estimulada em relação ao próximo ano. "Esse otimismo se apoia em uma perspectiva real de crescimento da economia brasileira. Apostamos em um ambiente de negócios bastante favorável para o setor automotivo. Alguns indicadores, principalmente o da recuperação das montadoras de veículos em 2018, projetam uma excelente perspectiva para 2019" - aponta Pessoa.
A Sogefi acredita num aumento significativo de consumo e incentivos ao desenvolvimento industrial. "Já observamos aumento de volume na produção dos fabricantes de automóveis, somado à expectativa de um período de férias bem ativo para o turismo, o que aumenta a procura por filtros automotivos nas revisões pré-viagens. Todos os segmentos são afetados pela soma de investimentos públicos e privados, e com a melhora no índice de confiança do mercado, espera-se uma injeção de ânimo que irá favorecer a venda de filtros" - projeta Anholon.
Na Cummins, as expectativas também são otimistas. "Acreditamos na retomada crescente do mercado automotivo pesado e na manutenção do mercado fora de estrada, impulsionado pelos altos volumes de produção do setor agrícola. Um cenário macroeconômico mais favorável ao investimento potencializará maior nível de ocupação da frota ativa, permitindo ao mercado de filtros oportunidades de crescimento" - observa Marcos Azambuja.
Para Baúte, da PoliFiltro, a economia brasileira volta a crescer em 2019. "A tendência de crescimento do PIB para 2019 é de 2,7%. Em 2018, o PIB deve fechar o ano com crescimento de 1,76%. Existe confiança na retomada do crescimento da economia, que deve ser intensificado nos próximos anos. No mercado de filtros em especial, a tendência é de fusões e aquisições" - analisa.
"O mercado de filtros pode melhorar muito influenciado pela nova gestão do País e de cada Estado. Projetamos um aumento de 25% em vendas no Brasil" - afirma Fang, da Seineca.
Com um novo governo e economia mais equilibrada, a Wega Motors espera um ano sem turbulências. "O crescimento acontecerá para todos, mas com cautela e percentuais pequenos. Continuaremos investindo na ampliação de portfólio e reforçando os estoques. Vamos trabalhar 2019 com foco em 2020, para um crescimento mais agressivo" - adianta Costa.
Para a Delphi, as perspectivas são as melhores possíveis. "Agradecemos imensamente nossos clientes, que são peças fundamentais e nosso maior patrimônio. Nada é construído sem que haja confiança e credibilidade. Fazemos votos para que continuem conosco. Assim, teremos a chance de efetivar nosso plano de crescimento e consolidação da marca no mercado de filtros" - diz Quito.
A Bosch também acredita num cenário positivo, "devido a tendência de crescimento da economia, com perspectivas de geração de emprego e de melhoria no movimento dos negócios, incluindo os serviços nas oficinas mecânicas" - afirma Christiane. "Além disso, a frota de veículos continua crescendo, o que gera a necessidade de manutenções não apenas corretivas, mas também preventivas de filtros e outros componentes, para o correto funcionamento do veículo e garantir a segurança no trânsito".
A Parker compartilha de tendência de melhoria. "Se o novo governo mantiver a confiança do mercado e as medidas anunciadas realmente forem implementadas, teremos um bom ano e impacto positivo na economia" - avalia Nascimento.
"Em 2019, a produção de caminhões e máquinas agrícolas deve ter um crescimento tímido, em torno de 3% a 5%, pois foram dois anos consecutivos de crescimento acima de dois dígitos". Para o mercado automotivo, Nascimento diz que o setor de autopeças prevê um crescimento de 8,4%, considerando o aumento de aftermarket devido as vendas em 2018. "O setor industrial também está voltando a investir, o que nos dá boas perspectivas após alguns anos com baixo investimento e vendas focadas muito mais em manutenção, do que equipamentos novos" - observa.
Futuro promissor
João Moura faz uma avaliação geral do mercado: "Considerando a tendência positiva apontada pelas empresas, se o cenário político se mostrar favorável, há a expectativa de bons resultados na economia e novas oportunidades em 2019. Devem sair na frente, as empresas que investiram em planejamento visando adequar os investimentos, infraestrutura e operação, para atender as necessidades dos segmentos de atuação e ampliar os resultados" - finaliza o presidente da Abrafiltros.
Contatos
Rogério Jardini: rflcursoseservicos@gmail.com