Filtros Autolimpantes

A automação é um conceito que vem ganhando bastante espaço no mercado, principalmente no segmento industrial. A ideia é inserir técnicas, programas, softwares e/ou redes no processo operacional. O objetivo é melhorar o resultado


Filtros Autolimpantes

A automação é um conceito que vem ganhando bastante espaço no mercado, principalmente no segmento industrial. 
A ideia é inserir técnicas, programas, softwares e/ou redes no processo operacional. O objetivo é melhorar o resultado, a eficiência do equipamento e da produção, tudo de forma automática, em alguns casos até dispensando o operador. 
Seguindo esse conceito, os filtros autolimpantes são unidades totalmente automáticas que funcionam de maneira independente em regime de vazão e fluxo ininterrupto. São equipamentos que fazem a retenção de sujidade de material particulado de produtos líquidos e/ou viscosos que, em função do processo de fabricação, podem estar contaminados e não podem ser enviados para os clientes ou processos posteriores.
Leonardo Queiroz, diretor da Amiad, explica que são sistemas de filtração automatizados (controlados por uma rede PLC), objetivando intrinsicamente a remoção e abatimento de sólidos suspensos, no qual esta automação permite com que o filtro trabalhe de maneira autônoma, evitando paradas para limpeza ou troca de elementos filtrantes.
"Diferentemente de um filtro cartucho, que no momento de sua saturação requer a ação de um operador, o filtro autolimpante se autolimpa de maneira automática, reduzindo assim a interferência do operador. Além disto, o filtro autolimpante possui uma alta capacidade de admissão de sólidos em suspensão", - destaca o executivo. 
São equipamentos aplicáveis para água e efluentes, sendo algumas das aplicações em água de captação, proteção de membranas de UF, Filtração em Torres de Resfriamento, Polimento de Efluentes para reúso, proteção de trocadores de calor, bocais de aspersão, entre outras.  
O princípio do processo consiste em ciclos finitos de filtração. De acordo com Queiroz, primeiro os sólidos em suspensão são retidos em um meio filtrante (tela, discos ou microfibra). Com o aumento da quantidade de sólidos retidos, há por consequência um incremento no diferencial de pressão do sistema (saída – entrada). Os controladores do filtro autolimpante monitoram constantemente o diferencial de pressão. 

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Quando os controladores apontam um diferencial de pressão pré-estabelecido (em geral 0,5 barg) o sistema entra em contralavagem (modo de limpeza). O rejeito é drenado para fora do sistema, fazendo com que o filtro reestabeleça o diferencial de pressão original (em geral inferior a 0,1 barg). Novamente inicia-se um ciclo de filtração. Durante a retrolavagem o filtro não deixa de produzir água filtrada, uma vez que uma parte ínfima é destinada ao rejeito. As perdas são inferiores a 1%, garantindo uma eficiência de processo superior a 99%.
Eliezer Wenzel, engenheiro da Purifil, explica que a principal diferença entre os filtros autolimpantes e seus concorrentes é a não interrupção do processo de filtragem durante o processo de limpeza. "Apesar do elemento ser quase que insubstituível como no tipo cesto, que requer a intervenção humana para a limpeza do elemento filtrante e a parada do processo para tal finalidade, os tipos conhecidos como bag e cartucho, por exemplo, além da parada requer a substituição do elemento" – completa Wenzel. 

Filtros Autolimpantes

Tipos e principais características
Todos os filtros autolimpantes possuem o mesmo conceito operacional, modo de filtração, incremento do diferencial de pressão, contralavagem e modo de filtração novamente. Porém, de acordo com Queiroz há alguns tipos mais utilizados no mercado:

Filtros Autolimpantes

Filtros de tela: sistemas modulares, filtração superficial, graus de filtração de 10 até 10.000 micra. Permitem uma alta vazão por m², impurezas retidas no lado interno do elemento filtrante. Podem operar com pressões superiores a 40 barg e temperatura até 120°C.
Filtros de disco: filtração em profundidade, graus de filtração de 20 até 400 micra. Permitem uma alta vazão por m², impurezas retidas no lado externo do elemento filtrante. Podem operar com pressões até 10 barg e temperatura até 60°C.
Filtros de microfibra: filtração em profundidade, graus de filtração de 2 até 20 micra, impurezas retidas no lado externo do elemento filtrante. Podem operar com pressões até 10 barg e temperatura até 55°C.
"São equipamentos que efetuam limpezas automáticas através de diferencial de pressão, temporizado ou ate manual. Como o próprio nome diz tem processo de autolimpeza e não necessita trocas constantes de elementos filtrantes. Filtros comuns tem vida útil determinada pela sua saturação e necessita de trocas provocando paradas nos sistemas de filtragem" – explica Gilberto Fernandes, gerente técnico da Indústria de Filtros Barra.
Fernandes ressalta ainda que atualmente dois modelos são mais utilizados pela empresa, o multi elementos com limpeza por reversão de fluxo, e o modelo com um único elemento filtrante, com limpeza por raspadores/sugadores. "Esses equipamentos evitam intervenção humana no trabalho de limpeza ou troca de elementos filtrantes paradas de filtração no momento da limpeza de elementos filtrantes" – completa.

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Mercado e principais novidades do setor
De acordo com Fernandes, a maioria dos filtros automáticos utilizam em seus elementos filtrantes sistema espiralado, que proporcionam fluxo e contra fluxo com a mesma resistência mecânica, porém são limitados a reter partículas maiores que 50 micra. Diante desse cenário, a Filtros Barra já desenvolveu equipamentos automáticos com retenção menor que 50 micra, porém ressalta que cada processo tem que ser estudados e são poucos o que podem utilizar soluções com retenções abaixo de 50 micra.

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O diretor da Amiad explica que o novo produto pode operar com retenções de até 0,5 micron e tem enorme compatibilidade química e térmica para atender tratamentos de efluentes, polidor de água de piscina, proteção de membranas de osmose reversa, entre outros. "Umas das enormes vantagens desse sistema é justamente a longevidade de seus elementos filtrantes e eficiência de filtragem nas faixas de micragens mencionadas" – destaca. Para ele o mercado está aquecido, principalmente pela necessidade constante de redução de custos.

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Em contra partida, para Wenzel, o mercado brasileiro, em virtude da recessão vivida, ainda sente os seus efeitos negativos na área de investimentos, sobretudo na infraestrutura o que acarreta uma retração na carteira de pedidos e projetos para a utilização destes equipamentos.
"Acho que a principal novidade do setor é a utilização dos elementos filtrantes do tipo sinterizado, que hoje é pouco difundido e de uso ainda bem restrito na área industrial como um todo. De alto valor agregado é utilizado apenas em sistemas para grande quantidade de sólidos e possui como vantagem sua grande área aberta para retenções de material particulado muito baixo" - destaca o engenheiro. 

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Queiroz explica que mercados como municipal, de óleo e gás conhecem bem a tecnologia de filtros autolimpantes. É um conceito consolidado. "As siderurgicas também tratam os filtros discos como fundamentais nos sistemas de resfriamento. Ainda há muito campo a ser explorado no campo de efluentes, principalmente onde há a presença de fibras e gorduras, pois permite tratar sólidos até 1%" – completa. 

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