Filtros Ajudam Indústria Alimentícia A Ser Mais Competitiva

A busca pela excelência é um desafio constante dos fabricantes de filtros destinados à produção de alimentos e bebidas. Eles trilham um caminho marcado pela inovação e por exigentes critérios acerca da segurança alimentar


Filtros Ajudam Indústria Alimentícia A Ser Mais Competitiva

A busca pela excelência é um desafio constante dos fabricantes de filtros destinados à produção de alimentos e bebidas. Eles trilham um caminho marcado pela inovação e por exigentes critérios acerca da segurança alimentar. O foco dos desenvolvimentos passa pela necessidade de atingir o alto nível de qualidade requerido por essa indústria, assegurando perdas mínimas no processo e um vantajoso custo-benefício. 
Alinhado com essa demanda, o mercado de filtros tem dado conta do recado: abastece a indústria de alimentos e bebidas com produtos capazes de torná-la cada vez mais competitiva. Em outras palavras, pode-se dizer que a implantação de equipamentos eficientes de filtragem auxilia na redução de desperdícios e custos, além de servir como forte aliada na melhoria dos produtos e na sua padronização. "A tecnologia de filtração foi desenvolvida para resolver uma série de necessidades dos processos produtivos e de forma econômica, gerando qualidade e confiabilidade à fabricação de qualquer alimento" - afirma o engenheiro químico especializado em filtração industrial e residencial da RFL Cursos & Serviços, Rogério Jardini.
As atividades industriais alusivas ao segmento alimentício, por natureza, requerem a remoção de partículas sólidas, líquidos, microrganismos e bactérias, entre outros. Por isso, a filtração integra todos os processos vinculados à produção de alimentos e bebidas, seja para purificar o produto final ou a matéria-prima utilizada na sua composição. 
As tecnologias de filtração podem estar presentes diretamente no produto, a exemplo da fabricação de bebidas como sucos, refrigerantes, água mineral, destilados, fermentados, isotônicos, chás, vinagres, leites e afins, como também na filtragem de: água, vapor, ar e gases que serão utilizados nos processos de produção de: bolachas, pães, bolos, queijos, fermentos, chocolates, balas e etc. 

Muitas opções 
Especialistas do mercado de filtros e sistemas de filtração que atuam diretamente com a indústria alimentícia são unânimes quando se referem à abrangência e à diversidade do setor. Existem muitos tipos de filtros e cada um embute particularidades. Diante desse cenário, escolher o modelo adequado para cada aplicação se torna fundamental para o sucesso do negócio. Em linhas gerais, essa decisão precisa focar o produto em si. Isso porque o tipo de filtro, sua composição e o tamanho do poro dependem do material a ser filtrado e das especificações do processo. 
O gerente de produto da DBD Filtros e Serviços – Laffi Filtration, Valdir Montagnoli, observa uma necessidade primária; averiguar se o produto a ser filtrado está na forma líquida ou gasosa. Como ele explica, alguns filtros são específicos para determinado tipo de fluido. Uma vez resolvido isso, parte-se para a definição dos dados técnicos acerca da aplicação. Ou seja, é preciso saber qual o tamanho e o material de construção deste filtro, considerando, por exemplo, a vazão de processo, viscosidade e temperatura do fluido, pressão da linha, grau de filtragem desejado e o tipo e concentração do contaminante a ser removido. 
O engenheiro Jardini vai um pouco além. Segundo ele, muitas vezes, apenas um elemento não resolve o problema do processo de filtração. Nesses casos, adota-se uma bateria de filtros com elementos filtrantes com grau de filtração diferentes para cada etapa. 
Helena Branco, gerente de vendas da Pall Food & Beverage, acrescenta ser fundamental definir o objetivo da filtração e as características que o produto deve alcançar após a operação. Outra questão são as condições de processamento da fábrica do cliente, como temperatura do fluido a ser filtrado, procedimento de limpeza e a compatibilidade do produto com o material a ser utilizado para a filtração. "Com estes dados é possível direcionar as tecnologias mais adequadas ao objetivo do cliente e com melhor custo-benefício" - diz.
Esse, aliás, é um ponto-chave para o sucesso do negócio. A operação deve oferecer um custo-benefício atraente para a indústria; o que significa a menor relação de valor por litro/m³ filtrado. Segundo Jardini, o valor em questão não diz respeito somente ao custo de reposição dos elementos filtrantes, mas aos gastos com o processo como um todo. Leiam-se horas paradas, produto perdido, consumo de energia elétrica e descarte dos elementos filtrantes, por exemplo.

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Tipos de filtros 
O tema é complexo. Lá no chão da fábrica, a filtração não se trata apenas de um processo pelo qual se separa uma mistura heterogênea que contém um sólido e um líquido, a partir do qual o sólido fica retido num meio poroso e o líquido passa por esse meio. A operação vai muito além dessa definição. São muitas as tecnologias envolvidas no processo, e elas se traduzem em opções das mais variadas em filtros e sistemas de filtração.
O filtro prensa e o rotativo são dois tipos muito adotados na indústria alimentícia. Em linhas gerais, os dois visam a processos que incluem grandes quantidades de contaminantes de tamanho acima de 0,5 milímetros. "Esses modelos são usados quando precisamos de filtros com espaços para acomodar estes contaminantes, como nas prensas e nas tecnologias de autolimpeza, como nos rotativos" - reforça Jardini. Montagnoli, da DBD, acrescenta que os dois tipos são mais empregados em processos nos quais há formação de "torta" devido à elevada concentração de sólidos retidos.
Os filtros bolsa/bag, por sua vez, se destinam à filtração de líquido. Trata-se de um elemento descartável, mas com opção de ser lavável e cuja filtragem se dá de dentro para fora. Os filtros cartuchos também se aplicam ao segmento de líquidos e são descartáveis; a diferença é que a filtragem se dá de fora para dentro. Enquanto os filtros cesto atendem às necessidades das operações de líquidos e gases. 
As membranas são um caso a parte. Entre os tipos de filtração é o que representa o que há de mais inovador em desenvolvimentos. Os fabricantes de membranas estão sempre às voltas com materiais eficientes e confiáveis, que priorizam a mínima perda do produto e a sua maior durabilidade. Comuns em operações de filtrações mais finas, que devem reter microrganismos, as membranas compõem uma tecnologia que se aplica a produtos finais e também a elementos como água, vapor e gases que entram em contato com o alimento. "As membranas filtrantes são usadas quando necessitamos reter contaminantes abaixo de 1 mícron, e estes contaminantes podem ser micropartículas ou microrganismos vivos" - diz Jardini.

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As cervejarias elucidam bem o uso das membranas. Os aparelhos de osmose reversa, por exemplo, são adotados em processos nos quais há água com excesso de sais minerais, que precisam ser eliminados ou reduzidos. Os aparelhos de ultrafiltração, por sua vez, atendem à necessidade de recuperação da cerveja do final de tanques, como também na substituição das centrífugas e no reúso de água nas estações de efluentes. Enquanto os filtros de cartuchos com membranas plissadas servem para reter microrganismos e aumentar a vida de prateleira das cervejas engarrafadas e em barris.
Para os porta-vozes da Parker Hannifin - divisão filtração, Annelise Rodrigues (customer care) e Henrique Braiti de Souza (business development), uma particularidade do setor alimentício é a necessidade do uso de cartuchos microbiológicos a fim de minimizar os riscos de contaminação do produto por bactérias e alimentos. Por exemplo, numa fermentação, o filtro funciona para tratar o ar de forma adequada e assim assegurar a integridade do processo. "A filtração inadequada poderá gerar danos os quais poderão acarretar a perda do lote de fabricação" - afirmam.

Novidades 
Não por acaso, a Parker desenvolveu um sistema de validação de cartuchos de ar e gases, o Valairdata III. "Único sistema de teste de integridade via aerossol, este método de teste tem se tornado amplamente aceito em uma variedade de aplicações e indústrias como um método de rotina de teste de integridade de sistemas de filtração de ar" - Annelise e Henrique ressaltam. 
A Parker é reconhecida globalmente pela excelência em seus produtos voltados para os processos de filtração junto ao mercado de alimentos e bebidas. No portfólio, figuram filtros de membrana, filtros para clarificação, pré-filtração e polidores de CO2. Annelise e Henrique destacam o Tetpor II (na aplicação de ar) e o Bevpor PH por reduzirem os custos de estabilização microbiológica por unidade de volume. Vale lembrar que a companhia adquiriu a fabricante de filtros norte-americana Clarcor, em 2017. Com isso, agregou os produtos e sistemas das linhas Baldwin, Clarcor, Clark Filter, Airguard, Altair, BHA, Clearcurrent, Fuel Manager, Hastings, Keddeg, PECO, Purolator e United Air Specialists ao portfólio de soluções da divisão filtração.

Filtros Ajudam Indústria Alimentícia A Ser Mais Competitiva

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Outro gigante entre os fabricantes de filtros e sistemas de filtração, a Pall Corporation, apresenta também know-how para abastecer seu portfólio com produtos inovadores. Um exemplo fica por conta do filtro Imperium®, lançado recentemente para os segmentos de cerveja, vinho e água mineral. Trata-se de uma plataforma de filtração para redução microbiológica. O cartucho possui 10 m² de área de filtração, com uma membrana, que segundo a fabricante, proporciona maior vazão de filtração do que as disponíveis no mercado. 
"A membrana é passível de teste de integridade, o que garante a remoção segura de microrganismos" - esclarece Helena. De acordo com ela, o produto substitui até seis cartuchos tradicionais de 30". 
Também novidade da Pall Corporation, o sistema automatizado de filtração CFS Neo®, destina-se ao mercado de cerveja. Esse sistema  de filtração microbiológica substitui os processos de pasteurização de cerveja com alta temperatura. O desenvolvimento tem a proposta de oferecer ao setor significativa redução do consumo de energia, além de preservar as características organolépticas e nutricionais do produto que são, em geral, muito afetadas quando este é submetido ao processo de pasteurização à quente.
Um dos maiores mercados para a Pall Corporation é o de alimentos e bebidas. A companhia possui uma divisão específica para esse negócio; conta com equipes de vendas, pesquisa e desenvolvimento e marketing dedicadas ao segmento. Além de possuir uma linha de produtos projetada sob medida para atender à demanda dessa indústria, que inclui desde filtros de celulose até filtros de membrana microbiológicos. "Nossas soluções atendem às necessidades de remoção de partículas, redução microbiológica e também remoção de cor e odor para alguns produtos" - destaca Helena. A Pall Corporation começou a produzir no país em 2008, em sua sede em Diadema-SP; até então comercializava seus produtos por meio de um distribuidor exclusivo. 
Atenta à tendência mundial de equipamentos controlados por aplicativos, a Tecitec Filtração e Tratamento de Efluentes investiu na tecnologia de comando e monitoração à distância (wireless) de seus filtros. "Temos uma planta bem otimizada com sistema de controle de produção e gerenciamento de negócios, que nos garante eficiência e a satisfação dos nossos clientes" - afirma o engenheiro Arthur Gianesi, gerente-geral da Tecitec. 
Especialista na fabricação de filtros prensa, a companhia, ao longo de seus 35 anos, tem investido na diversificação de seu portfólio. "Assim temos uma produção bem balanceada de equipamentos" - comenta Gianesi. Para o mercado de alimentos, especificamente, a companhia oferece filtro prensa, filtro de polimento e separadores. O primeiro tipo representa 80% das vendas para indústria alimentícia. Não por acaso, um dos destaques da marca é justamente esse modelo. Indicado para a fabricação de colas e gelatinas, o filtro prensa torna-se ideal para essa aplicação por ser de fácil higienização, entre outros motivos.
"Fornecemos na maioria das vezes a solução integral ao cliente". Assim André Luis Moura, executivo da DBD Filtros e Serviços – Laffi Filtration, resume a atuação da sua companhia. Com vasta experiência no mercado, o grupo é reconhecido pela fabricação dos produtos Laffi Filtration e por sua linha própria de filtros e sistemas de filtração. O portfólio conta com filtros bolsa/bag, cartucho, cesto e membrana. 
Prestes a completar 30 anos, a Laffi Filtration, segundo André Luis Moura, acompanhou a evolução tecnológica de filtragem de fluidos líquidos. Com planta em Mauá-SP, a empresa atende todo o mercado nacional e alguns clientes sulamericanos. 
De acordo com o gerente de produtos do Grupo DBD, Valdir Montagnoli, um dos destaques do portfólio se refere à osmose inversa. A saber, a companhia produz membranas de diversos tipos e formas construtivas, variando entre microfiltração (para purificação de água), ultrafiltração e nanofiltração (ambas para concentração de sucos, queijo, leite e proteínas) e a osmose inversa (utilizada para purificação e desmineralização de água).  

Filtros Ajudam Indústria Alimentícia A Ser Mais Competitiva

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Segurança alimentar
Em meio a busca por novidades, no entanto, os fabricantes não perdem o foco no que é essencial - a segurança alimentar. Essa é uma preocupação mundial. Como não poderia ser diferente, a indústria alimentícia segue normas bastante criteriosas, norteadas pelas "Boas Práticas de Fabricação", estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Trata-se de medidas criadas para assegurar a qualidade sanitária e a conformidade dos alimentos com os regulamentos técnicos. 
As especificações que os fabricantes de filtros e sistemas de filtragem seguem são diversas. Conforme Helena, da Pall Corporation, aponta, a indústria de alimentos e bebidas impõe que todos os materiais utilizados na construção dos filtros atendam à legislação de Food Contact Compliance. Além disso, testes de migração de partículas são aplicados em solventes específicos. A ideia aqui é garantir que os produtos empregados na filtração não alterem a composição do filtrado. Helena faz um adendo. Segundo ela, como a filtração entra em contato direto com o produto alimentício, é importante que as empresas se certifiquem que seu fornecedor de filtros tenha a documentação adequada para atender à legislação pertinente ao produto e à região.
No caso das filtrações microbiológicas, as membranas devem ser submetidas a testes de desafio com microrganismos específicos para cada aplicação, de modo que possam garantir a sua eficiência. Em tempo, de acordo com Helena, nas plantas onde se produzem alimentos e bebidas, as membranas utilizadas para filtração microbiológica precisam ser testadas em relação à sua integridade todo início e término do processo.  
Esse comprometimento com a segurança alimentar está no DNA da empresa. Na Pall, uma equipe global atua diretamente com este tipo de  legislação. Desta forma, todos os produtos da linha atendem às legislações dos Estados Unidos e da União Europeia, sem deixar de contemplar, obviamente as normas de cada país. "Este é um trabalho constante já que as legislações estão sempre se atualizando, e novas legislações locais, sendo definidas" -  complementa Helena. 
Seguindo a mesma toada, os porta-vozes da Parker apontam outras particularidades da indústria de alimentos e bebidas. Eles ressaltam a importância das certificações para os filtros microbiológicos, e as normativas do FDA (Food and Drug Administration).  "A criticidade se faz necessária devido a estes produtos serem ingeridos por nós, consumidores, sendo assim, o atendimento às exigências da norma FDA Title 21 se faz necessário", acrescentam Annelise e Henrique. 
Como se nota, a medida que o mercado evolui, aumenta a necessidade de controle da produção de alimentos e bebidas e também de atendimento às certificações mais exigentes. 

Mercado 
No geral, a indústria de filtros mostra fôlego para os próximos anos. Os bons índices registrados pelo mercado de alimentos e bebidas, em alguma medida, respingam em seus fornecedores. De acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias de Alimentos (Abia), a produção de alimentos cresceu 1,25%, em 2017; pouco, é bem verdade, no entanto, este cenário se torna animador se comparado aos dois anos anteriores nos quais houve retração de 2,9% (2015) e 0,98% (2016).
Para este ano, a tendência é de manter o crescimento. André Luis Moura, executivo do Grupo DBD, tem uma explicação para o bom momento. Segundo ele, um dos fatores se refere ao aumento do consumo de produtos industrializados pela população de baixa renda. Além disso, movido por constantes inovações, o mercado absorve lançamentos em um ritmo acelerado. "Este segmento tem produtos sendo constantemente lançados, os quais exigem filtração em determinadas fases da fabricação ou nos insumos utilizados no processo produtivo" - comenta.
De acordo com André Luis Moura, os investimentos, em compasso de espera, devem ser desengavetados. "Este ano cumpriremos nossas metas de crescimento em vendas, e acreditamos que em 2019 continuaremos crescendo" - afirma. A ideia é aumentar a área produtiva da fábrica e implantar células de produção, no conceito de "minifábricas". 

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A Pall Corporation endossa o entusiasmo. Para a empresa, 2018 tem sido um ano de vendas aquecidas. Até por isso, as perspectivas são de incrementos da ordem de pelo menos 10% em relação ao ano passado. "O potencial de crescimento da empresa neste setor é grande" - diz Helena Branco, gerente de vendas da Pall Food & Beverage.
Arthur Gianesi, gerente-geral da Tecitec, por sua vez, não analisa o mercado com tanto otimismo. Segundo ele, as vendas da indústria de alimentos não estão aquecidas. "Infelizmente as expectativas são maiores do que a realidade" - conclui. Em tempo; o segmento de filtros para o setor de alimentos representa entre 5% e 10% de todo o negócio da Tecitec, empresa que traz na bagagem a experiência de quem já passou pelos altos e baixos constantes da economia. 


Contato das empresas
Laffi Filtration: www.laffi.com.br
Rogério Jardini: rflcursoseservicos@gmail.com

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