Filtrado
Por Curadoria Revista Meio Filtrante
Edição Nº 103 - Março/Abril de 2020 - Ano 18
O que acontece no mercado de filtros
Filtro de partículas no combate à poluição
A Organização das Nações Unidas (ONU) elencou a poluição do ar como assunto prioritário na agenda mundial, relacionado aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), com metas estabelecidas pelos países até 2030. Um desses objetivos é tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis. Uma das formas de fazer isso é reduzindo o impacto ambiental negativo das cidades, inclusive prestando especial atenção à qualidade do ar.
Um estudo do IEA-USP (Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo), publicado em 2019 na Environmental Research, concluiu que exposição à poluição do ar na cidade de São Paulo faz seus moradores terem efeitos no pulmão como se consumissem cinco cigarros por dia. Um agravante é que as pessoas passam horas no deslocamento de casa para o trabalho, muitas vezes presas em congestionamentos, impactando aqueles que moram em áreas com menos concentração de poluentes.
Tecnologia nos transportes - O filtro de partículas, componente presente no escapamento apenas de veículos movidos a diesel no Brasil, é o responsável por eliminar completamente a fumaça preta proveniente da fuligem formada pelo material particulado (MP). O MP é resultado dos processos de combustão e composto por uma mistura de carbono e outros compostos orgânicos que se mantém suspensa na atmosfera por causa de seu pequeno tamanho, que chega a ser mais fino que um fio de cabelo.
O componente reduz mais de 90% a emissão de material particulado, e também possui função catalítica. Os filtros retêm as partículas e as convertem em CO2 e água. Essas reações químicas purificam os gases de exaustão e permitem que o componente seja regenerado para novas filtrações, evitando que ele fique entupido.
“É importante destacar que, com legislações de restrição às emissões de poluentes cada vez mais rígidas, esta é uma das aplicações essenciais para que os veículos movidos a diesel se adequem ao PROCONVE P8 a partir de 2023. Neste caso, os motores precisarão utilizar em conjunto o catalisador SCR, o catalisador de oxidação diesel (DOC) e o filtro de partículas para motores diesel (cDPF)”, afirma Miguel Zoca, gerente de aplicação do produto da Umicore, empresa especialista em tecnologias para redução de emissões tóxicas. Atualmente, a tecnologia da empresa para filtros de partículas pode ser encontrada no mercado brasileiro nos produtos originais e no mercado de reposição por meio das principais fabricantes de escapamentos.
Máquina parada é sinônimo de prejuízo
Um bom funcionamento e grande durabilidade dos equipamentos devem ser prioridade para indústrias de qualquer porte. Portanto, assistência e manutenção no maquinário são imprescindíveis para aproveitar o máximo da longevidade de cada equipamento, evitando surpresas desagradáveis.
Para um bom cuidado dos aparelhos e planejamento de manutenção certeiro, é necessário conhecer bem os equipamentos e acompanhá-los constantemente. Por isso, organize os gastos com cada tipo de reparo, quais peças de reserva são indispensáveis, e quais os custos gerados para cada manutenção. Assim, os mecanismos de intervenção serão os mais assertivos possíveis, e afetarão a produtividade em proporções mínimas.
No setor agrícola, por exemplo, a troca preventiva dos filtros – ou quando houver a necessidade por saturação – é essencial pois evita danos ao equipamento, que podem ocasionar paradas mais longas prejudicando o plantio.
Celso Ramos, técnico de vendas da Filtros Newtec alerta: “Um ponto importante é manter uma observação frequente a respeito das solicitações dos manuais dos fabricantes, principalmente em relação aos filtros específicos que não permitem sua recuperação, e somente deverão ser substituídos por novos”. É por essa razão que a Newtec trabalha com a premissa de trazer qualidade e rapidez na entrega de seus produtos, principalmente quando falamos em custo x benefício. O portfólio da marca é diversificado em soluções para filtragem, além de fabricar filtros sob demanda seguindo todas as especificações dos clientes e realizar entregas rápidas, com o prazo médio de 7 a 10 dias.
DF segue padrão internacional no tratamento do chorume
Diariamente, cerca de 1,2 milhão de litros do líquido resultante da decomposição do lixo passa por tratamento criterioso antes de seguir para o curso do Rio Melchior
O Distrito Federal segue padrões internacionais para tratar os resíduos do lixo no Aterro Sanitário de Samambaia. Diariamente, cerca de 1,2 milhão de litros de chorume (líquido resultando da decomposição de resíduos orgânicos) são tratados antes de serem lançados no Rio Melchior. O processo é periodicamente acompanhando por técnicos do Brasília Ambiental e da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa).
“Tratamos a produção diária de chorume com altíssima qualidade, dentro dos padrões do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama)”, explica o presidente do Sistema de Limpeza Urbana (SLU), Félix Palazzo.
Segundo ele, o tratamento segue um rito criterioso de acompanhamento e fiscalização. “Periodicamente o processo é fiscalizado e autorizado pelos órgãos de controle ambiental”, afirma. “Inclusive, já emitiram as autorizações para lançar a água no córrego, a partir da comprovação dos testes de laboratório que constataram a qualidade”, completa.
Processo - Dentro do aterro, o lixo chega de todas as 33 regiões administrativas do DF, em caminhões pesados. São mais de 2,7 mil toneladas de lixo despejados diariamente e compactados com a ajuda de escavadeiras. “Embaixo dessas montanhas de lixo fizemos um colchão drenante, que evita qualquer vazamento do chorume e conduz o líquido em segurança para tratamento na estação”, detalha Palazzo.
O líquido segue paras duas lagoas de contenção, onde recebe produtos químicos que iniciam o processo de purificação. Em seguida, o chorume segue para 16 filtros da estação de tratamento. “Ao final, temos um líquido com qualidade suficiente para escoar no córrego Melchior”, completa o presidente do SLU.
Até 10 de fevereiro, a empresa trabalha na instalação de mais um processo, o de ultrafiltragem. “A qualidade já é muito boa e vai ficar ainda melhor. Com isto, vamos deixar o líquido ainda mais transparente”.
Passivo - O presidente do SLU explicou que o passivo de chorume acumulado em seis lagoas de contenção é fruto do planejamento inicial de operação do aterro. “Naquele momento, a preocupação era acabar com o lixão da Estrutural. Não se pensou no tratamento do chorume”, lembra Palazzo.
Por isto, até maio do ano passado, o lixo em estado líquido era levado para a estação de tratamento de esgoto da Caesb. “A companhia foi impedida de continuar com os serviços e enquanto encontrávamos uma alternativa, começamos a construir as lagoas de contenção”, explicou.
Hoje, o aterro administra o acúmulo de 45 mil m³ de chorume. Estão abrigados em seis tanques: um com capacidade para 36 mil m³; e outros quatro, com 5 mil m³ cada. “Todos são impermeáveis, cobertos com uma capa de isolamento de dois milímetros de espessura”, explica o gerente do Aterro da Samambaia, Cícero Carlos Gomes.
O problema será resolvido até o final do ano, após licitação de empresa especializada que vai operar o tratamento de um volume maior de chorume. “É algo que vamos resolver até o final desse ano. A nova licitação, que prevê a ampliação do tratamento em cerca de 50%”, calcula Palazzo.
Segundo ele, o novo contrato vai conseguir ampliar o tratamento avançando para os resíduos acumulados nas bacias de contenção. “Hoje, a produção diária é de 800 mil litros em época de chuva. Na seca, cai pela metade e conseguiremos trabalhar o passivo”, explica.
Palazzo descarta a possibilidade de transbordo das lagoas e a consequente contaminação de lençóis freáticos. “Em função das chuvas, estamos construindo mais duas lagoas. Estamos acompanhando com técnicos isto de perto. Nunca houve nenhum caso de transbordamento, porque a gente fica em cima”, conta.
Fonte: Agência Brasília