Como o próprio nome sugere, os filtros autolimpantes são equipamentos de filtração automatizados e que não necessitam da interferência humana para limpeza e/ou troca do elemento filtrante na operação, tendo como principal objetivo a remoção de sólidos suspensos de maneira autônoma. 
São utilizados em empresas que não podem interromper o fluxo de produção do produto filtrado para manutenção, seja por que a intervenção humana não é viável sob o ponto de vista de custo e disponibilidade de pessoal humano ou onde a intervenção humana não seja uma prática comum ou aceitável sob o ponto de vista higiênico e/ou sanitário, como no caso das indústrias de alimentos e de fármacos.
Normalmente são utilizados em sistemas de filtragem onde existem grandes concentrações de sujidades e baixa viscosidade, onde podem garantir acima de 99% de eficiência em filtração. A limpeza do sistema é feita aproveitando parte do fluxo do processo e sua utilização reduz o tempo de parada de linhas produtivas e custos de operação a médio e longo prazo. De acordo com Marcel Iacontini, gerente técnico da Laffi Filtration, esse custo do investimento do equipamento é absorvido na sua produtividade. 
“De forma simples e direta são filtros que não necessitam de uma intervenção externa para que possa operar, sua capacidade de regenerar a cada ciclo de limpeza é muito eficiente e garante uma campanha muito maior de operação sem necessidade de que a manutenção precise atuar no processo de limpeza. Comparando com os filtros do tipo cesto ou cartuchos tradicionais seu custo/benefício é excelente, mas ainda tem suas resistências por conta do custo do equipamento” – explica Marcel Iacontini. 

Todos os filtros autolimpantes funcionam de maneira independente e possuem o mesmo conceito operacional: Modo de filtração, incremento do diferencial de pressão, contralavagem e modo de filtração. Mas, de acordo com Eliezer Wenzel, representante da Purifil, podem funcionar de três formas principais:
- Automação: Por meio de painel elétrico e CLP (Controle Lógico Programável).
- Diferencial de pressão: O sistema é acionado pelo aumento na pressão em função da quantidade de sujidade sendo depositada no elemento filtrante.
- Tempo: É realizada uma programação de tempo a ser acionada para o sistema de limpeza independentemente da quantidade de sujidades depositadas no elemento filtrante. Esse sistema deve estar intertravado e acionado quando necessário, pois caso antes ocorra o aumento de diferencial de pressão haverá graves consequências ao processo e possível rompimento do elemento filtrante. 

“Os filtros autolimpantes têm como sua principal característica efetuar o processo de autolimpeza pelo diferencial de pressão, ou seja, a medida que o elemento filtrante retém particulados sólidos seu diferencial vai aumentado até que atinja o valor regulado em seu painel elétrico, nesse momento o processo de autolimpeza retira todo particulado sólido acumulado nos elementos filtrantes através da válvula de descarte automático” – completa Gilberto Fernandes, gerente técnico da Filtros Barra. 

Tipos de filtros
Os filtros autolimpantes fazem o processo de limpeza sem interrupção do processo de filtragem e podem ser fabricados em diversos materiais: Aço carbono, Aço Inox AISi 304, 304L, 316, 316L, Super Duplex. Quando fabricados em aço inox, Fernandes destaca que podem receber acabamentos jateados, apassivados, polimentos mecânico espelhado ou sanitário.
Atualmente, existem no mercado diversos tipos e tecnologias de filtros autolimpantes, sendo três as mais utilizadas. O primeiro deles é o filtro de cesto único de tela. Trata-se de uma unidade totalmente automática que funciona de maneira independente em regime de vazão e fluxo ininterrupto. O filtro é constituído de um único elemento de filtragem independente e tubular. A filtração se processa de dentro para fora do elemento filtrante e seu processo de limpeza é automático. 
Segundo Wenzel, a operação de limpeza do elemento filtrante baseia-se na operação dupla e simultânea de sistema de raspagem por meio de escovas e sucção. A raspagem se dá através de escovas com cerdas de aço inox, o que possibilita a retirada de qualquer sujidade e incrustação, somada com o processo de sucção retiram os particulados retidos na malha do elemento filtrante e através de um sistema de sifão encaminha as sujidades ao dreno de descarte. 

O filtro automático com múltiplos cartuchos filtrantes, por sua vez, também é uma unidade totalmente automática que funciona de maneira independente em regime de vazão e fluxo ininterrupto. O filtro é constituído de múltiplos elementos de filtragem independentes e tubulares. A filtração se processa de dentro para fora dos elementos filtrantes e seu processo de limpeza, assim como o anterior, é automático. 
A operação dos elementos filtrantes baseia-se na operação de bloquear individual e sucessivamente cada elemento filtrante descartando e retrolavando esses elementos através de um sistema de sifão, que será direcionado ao dreno de descarte. 
Iacontini explica que esse modelo de filtro é indicado para altas vazões, pois sua característica principal é ter uma alta área filtrante, porém seu custo é mais elevado comparado com o filtro tipo cesto com raspadores, pois para sua operação é obrigatoriamente necessário sistema de monitoramento por PLC / HMI - Programmable Logic Controller / Human Machine Interface - Controlador Lógico Programável / Interface Homem Máquina.

Nesses dois tipos, o sistema aproveita-se da pressão existente no lado externo dos E.F’s e provoca nos mesmos a reversão de fluxo, ocasionando a retirada das sujidades do mesmo e descartando-os ao dreno num tempo pré-determinado,  que pode ser modificado ou ajustado conforme o processo.
Enfim, o filtro automático com cesto filtrante e raspador é destinado à separação de sólidos, fibrosos e/ou granulados de líquidos utilizados na conservação e reciclagem de água em circuitos fechados nos sistemas de resfriamento de tratamentos de águas e efluentes. 
O filtro é uma unidade totalmente automática que funciona de maneira independente em regime de vazão e fluxo ininterrupto. 
Esse filtro é constituído de um único elemento de filtragem independente e tubular. A filtração se processa de fora para dentro do elemento filtrante e seu processo de limpeza é automático. A operação de limpeza do elemento filtrante baseia-se na operação de raspar e retrolavar o elemento filtrante onde a sujidade se aglutina ganhando aumento de peso, onde é conduzido ao dreno de descarte. 
Nesse caso, o sistema aproveita-se da pressão existente no lado interno do E.F.  provocando a reversão de fluxo, retirando as sujidades e descartando ao dreno num tempo de 30 segundos. Normalmente é recomendado para vazões baixas e seu custo de investimento é inferior ao modelo de contra fluxo tipo cartucho, pois sua automação é mais simples e o seu modelo mais básico e não precisa ter monitoramento por PLC / HMI.
“De modo geral os filtros autolimpantes podem ser fabricados em tela quadrada tipo Mesh e tipo wire Screen (Espiralado) apenas o modelo por sucção que não pode ter a opção por tipo mesh tradicional” – destaca Iacontini explica ainda que as retenções podem variar a partir de 50 µm (micra), todas as aplicações devem ser estudadas de forma que garantam as suas especificações. 

Manutenção, vantagens e principais cuidados
Como todo filtro, uma hora é necessário realizar a limpeza externa ou até mesmo a troca dos elementos filtrantes, porém esses equipamentos são de maior durabilidade comparado com filtros convencionais, uma vez que fazem automaticamente suas limpezas no tempo certo e por isso sua durabilidade é muito maior.
De acordo com Fernandes, a manutenção dos filtros autolimpantes é muito baixa, praticamente restrita a componentes eletrônicos do painel elétrico, elemento filtrante ou algum componente por fadiga mecânica, no caso dos filtros autolimpantes por raspadores sugadores é necessário periodicamente substituir o conjunto das pás que fazem o processo de limpeza.
Como se trata de elementos praticamente feitos em sua grande maioria de elementos metálicos e alta resistente as manutenções, as vezes, a manutenção é geralmente em partes móveis como selos mecânicos, buchas e vedações. Devido a suas características, tais manutenções podem ser programadas  junto aos setores pertinentes, quase nunca em ações de manutenção durante o processo de produção da fábrica.
Para Wenzel, o grande benefício dos filtros autolimpantes é que de maneira autônoma e sem a presença ou interferência humana o mesmo operacionaliza a produção independente da quantidade de sujidades presentes em sistemas de produção diversos, e onde, a interferência humana não deve ser uma prática presente em certos processos.
Com a utilização dos filtros autolimpantes é possível aumentar a produtividade, uma vez que não é necessário interromper o processo para trocar as peças do filtro e não haverá redução da vazão causada pelo bloqueio da malha do filtro e reduzir seus custos, pois não há despesas contínuas de troca do (malha) elemento filtrante e descarte. 
É possível ainda a redução no desperdício de produtos líquidos, nos custos de mão de obra e tempo de inatividade, melhorar a qualidade do seu produto, pois são equipamentos totalmente fechados, impossibilitando a contaminação do produto e o escape de vapores e limitando a exposição dos operadores a líquidos, preservando a saúde e a segurança de operadores.

Apesar de tanto benefício é preciso ficar atento quanto ao uso do elemento filtrante e sua retenção. “Existem retenções muito baixas onde o custo do elemento filtrante e consequentemente do equipamento se inviabiliza, existindo sim as alternativas na utilização se for o caso dos filtros cartuchos e bags” – completa o representante da Purifil. 
Iacontini ressalta ainda que o ambiente onde será instalado depende de energia elétrica para que acione o motor que são responsáveis pelo acionamento do ciclo de limpeza independente do modelo que será selecionado, existe no mercado filtros com sistema de acionamento manual, porém esse modelo destoa do conceito de autolimpante.

Ao advento da tecnologia os processos estão cada vez mais estáveis, exigindo mais dos filtros e elementos filtrantes. Wenzel explica que este avanço vem fazendo com que os sistemas e elementos metálicos destes filtros sejam cada mais exigidos com retenções com graus de retenção diminutos, e isto também vem exigindo mais investimentos em sua tecnologia, como acontece hoje com os elementos filtrantes do tipo cartucho de não tecidos.
“O mercado de filtros autolimpantes está sempre aquecido e em evolução. As novidades estão sempre por conta de modernidades apresentadas nos processos de controle a distância (supervisório). Hoje temos painéis com tela touchscreen, sistema de monitoramento a distância via internet” – completa Fernandes. 

Contato das empresas
Filtros Barra: www.filtrosbarra.com.br
Laffi Filtration: www.Laffi.com.br
Purifil: www.purifil.com.br