Consumidor busca purificadores mais completos para tratamento bacteriológico e viral
Por Cristiane Rubim
Edição Nº 107 - Novembro/Dezembro de 2020 - Ano 19
A pandemia do coronavírus, a quarentena imposta dentro de casa e a preocupação em se prevenir do Covid-19 trouxeram novos hábitos e fizeram as pessoas buscarem purificadores de água com tecnologia de tratamento mais completa, bacteriológica e viral.
A pandemia do coronavírus, a quarentena imposta dentro de casa e a preocupação em se prevenir do Covid-19 trouxeram novos hábitos e fizeram as pessoas buscarem purificadores de água com tecnologia de tratamento mais completa, bacteriológica e viral. O resultado foi que as vendas aumentaram. O fato é que os purificadores de água ficaram mais populares e atingem todas as classes sociais. Os modelos vão dos mais simples aos mais sofisticados, atendendo às questões econômica e tecnológica. Estes equipamentos passam por rigoroso controle para sua fabricação e ensaios até chegar às mãos do consumidor, que deve estar atento ao Selo do Inmetro no produto, garantia de certificação do aparelho.
A pandemia motivou o aumento da procura e influenciou nas vendas de filtros e purificadores de água. Mais conscientes, as pessoas buscam informações sobre elementos filtrantes para melhorar a água que consomem.
“As pessoas ficando mais tempo em casa passaram a se preocupar mais com a saúde.
As vendas estão em alta e a expectativa para 2021, mesmo com cenário negativo de crescimento na economia, é de acréscimo em relação a este ano” – prevê Evandro Junges, gerente comercial e de marketing da Filtros Planeta Água.
O Covid-19 influenciou de forma decisiva na venda de purificadores de água. “O produto substitui a compra de água em garrafões, eliminando o risco de agentes externos ou pessoas estranhas entrarem nas residências para manuseio, e a compra de águas em garrafas e precisar higienizá-las” – diz Valdemir Dantas, presidente e CEO da Latina.
O aumento das vendas se concentrou fortemente no e-commerce. “A expectativa de crescimento em 2021 deverá ser superior a 20% em relação a 2020” – analisa Dantas.
Segundo a Latina, os fatores que mais influenciam no processo de compra:
• Consumidor mais racional e consciente;
• Praticidade do uso;
• Redução substancial no custo comparada a compra do purificador/filtro com a de garrafões e garrafas de água;
• Consciência ecológica na redução do uso de embalagens plásticas/PET;
• Higienicamente mais seguro;
• Conveniência.
A pandemia do coronavírus trouxe um novo comportamento ao consumidor. “Ao passarem mais tempo no lar, as pessoas se motivaram a fazer reformas e reparos nos ambientes e, como consequência, buscar novos produtos que agregassem funcionalidade e design” – avalia Paulo Galina, gerente de marketing da Lorenzetti.
Mesmo em meio à pandemia, a Lorenzetti tem registrado ótimos números. Outro fator que contribuiu para impulsionar o setor, segundo ele, foi a liberação dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do Auxílio Emergencial, o que impactou positivamente grande parte da população.
Tudo relacionado ao lar teve uma demanda maior. “Houve crescimento de 4% em vendas em relação ao ano passado. Ano de eleição sempre cria instabilidade e pode afetar o comportamento do mercado. Outro ponto que pode influenciar muito é o tempo até que se descubra a vacina contra a Covid-19” – analisa Carlos Alexandre Rangel Guimarães, diretor comercial da Everest Refrigeração.
A pandemia trouxe novos hábitos de consumo e convívio social. A quarentena aumentou a procura por produtos antes não vistos como essenciais.
“O consumidor teve que se adaptar a uma nova realidade, o que beneficiou as vendas de purificadores, não apenas por sua praticidade, mas também pela redução de custos e maior segurança da não exposição ao vírus, como locais de compra, recepção de entregadores etc.” – reflete Felipe Marques, responsável pela área comercial do Grupo Europa.
No período mais crítico da pandemia, a venda no mercado digital cresceu e o mesmo ocorre agora com a reabertura das lojas. “Os consumidores estão muito mais preocupados com a qualidade de água consumida e buscam tecnologias que fazem tratamento mais completo, bacteriológico e viral” – conta.
Em momento de incertezas, é difícil prever o tamanho do impacto na economia. “Este é um segmento que ganhará cada vez mais destaque. Para sobreviver neste novo cenário em 2021, é preciso reinventar e adotar novas formas de atendimento e de atuação” – sugere Marques.
Até o ano passado o mercado se encontrava estável com expectativa de crescimento. Com a chegada da pandemia do coronavírus, o cenário mudou. Segundo Alexandre Augusto Domingues, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Filtros, Purificadores, Bebedouros e Equipamentos para Tratamento de Água (Abrafipa), entre abril e junho, as vendas de purificadores de água registraram queda em torno de 20%, porém, as vendas de elementos filtrantes de reposição se mantiveram e registraram pequena alta.
Em julho, as vendas retornaram ao patamar anterior, equiparando aos números de 2019. “Devido à redução de vendas de aparelhos e ao aumento das vendas de dispositivos de melhoria, acreditamos que 2020 o volume de vendas será o mesmo de 2019, se a pandemia se manter estável ou decrescente” – avalia.
Para 2021, não se tem como prever. “A pandemia está influenciando muito na renda das famílias e isso tem impacto significativo no poder de compra, que fica limitado a produtos básicos. A vinda de uma vacina será determinante para a contenção da pandemia e, por consequência, a estabilidade econômica” – presume Domingues.
Mais populares
O crescimento do mercado encoraja as indústrias a investir em equipamentos mais sofisticados.
“Os purificadores de água vêm se tornando muito populares e atingindo todas as classes sociais.
O mercado oferece modelos simples até os mais sofisticados, o que acaba atendendo à questão econômica e tecnológica” – avalia Guimarães, da Everest.
As empresas do setor estão atentas às demandas dos consumidores. “A eletrônica estará cada vez mais presente, com purificadores interagindo com outros aparelhos da casa” – salienta Junges, da Filtros Planeta Água.
A Latina utiliza IoT (Internet das Coisas) nos seus purificadores de água. “Eles são monitorados por nosso APP mobile, que indica o momento da troca dos filtros, além de certificar a autenticidade do refil através de QR Code” – ressalta Dantas.
De acordo com Fabiana Pereira, do depto. de qualidade do Grupo Europa, insights sobre tecnologias e produtos dos mercados econômicos de países centrais vão em direção de quatro importantes drivers:
• Reprodução dos mecanismos de purificação presentes na natureza;
• UX (Experiência do Usuário): conectividade, monitoramento e controle através de IoT (Internet das Coisas) e aplicativos de smartphones;
• Customização da água de saída por temperatura, gaseificação e grau de mineralização;
• Redução dos impactos ambientais, uso de materiais ecologicamente corretos, recicláveis e reutilizáveis.
Nos últimos anos, há tendência em espaços gourmet funcionais e completos. “Grande parte dos itens que compõem o ambiente é estudada de maneira cuidadosa com o objetivo de ampliar o conforto e a praticidade” – diz Galina, da Lorenzetti. O novo purificador Acqua Due da empresa, por exemplo, une tecnologia e design com praticidade.
Na mesma bica móvel que facilita as atividades diárias, tem-se acesso à água natural e purificada. O produto foi eleito pelo Prêmio Museu da Casa Brasileira, na categoria “Construção”, com o Melhor Design do Ano.
Qualidade
Os purificadores agem com eficiência bacteriológica, retenção de partículas e redução de cloro livre. Hoje com purificadores cada vez mais modernos, por outro lado, há mais desafios na água, que contém fármacos, problema emergente atual que pode afetar a saúde das pessoas. A Portaria de Consolidação nº 5, de 28 de setembro de 2017 – Anexo XX –, dispõe sobre o controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.
Os purificadores melhoram as características químicas, físicas ou microbiológicas da água. “Os purificadores de água domésticos, assim como outros tratamentos de água convencionais, não atuam nos Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs)” – explica Dantas, da Latina. “Não aprofundamos ainda essa atuação, mas a Planeta Água vem estudando e buscando tecnologias para minimizar o impacto deles no organismo humano” – diz Junges.
Diferenciais
O PA355, da Latina, é bacteriostático e remove impurezas, odores e cloro e preserva o flúor para a saúde bucal. A câmara de carbono ativado com prata coloidal faz o controle microbiológico e impede proliferação de algas e bactérias. A refrigeração por compressor garante água supergelada (5°C). Purifica até 3 mil litros de água (6 mil garrafinhas PET). Devem ser usados apenas refis originais, refis “compatíveis” podem causar riscos à saúde.
O Soft, da Everest, possui sistema de refrigeração por compressor e elemento filtrante de 4 mil litros (200 garrafões). Seu reservatório hermético protege a água já purificada de contaminação com o ambiente. Atende clínicas, consultórios, escritórios, escolas e comércios. Utiliza Gás R134A, que evita a degradação da camada de ozônio.
Os purificadores de água da Lorenzetti têm camadas de carvão ativado com prata coloidal que eliminam o cloro e reduzem o nível de metais pesados, como chumbo e mercúrio, sabores e odores desagradáveis, além do controle do nível microbiológico.
Fazem parte dos destaques da Europa os purificadores: portátil Mov, que propicia água potável em qualquer lugar, evitando a compra de garrafas pets; Bliss, para quem cuida da saúde da água e quer um produto que se adapte ao seu estilo de vida; e Fluir, que oferece água natural, fresca e gelada e tem reservatório de água gelada de 2 litros.
Melhoria contínua
A certificação do Inmetro para purificadores de água é obrigatória conforme Portaria 344/2014, do Inmetro. Aparelhos que melhoram a qualidade da água, sejam refrigerados ou não, têm certificação compulsória. “As especificações e legislações hoje utilizadas são uma vitória dos próprios fabricantes. Em conjunto com a Abrafipa, estabeleceram regras e normas, que se tornaram a NBR e Portarias atuais. Todos os fabricantes têm que cumprir requisitos mínimos de segurança e saúde” – esclarece Fabiana, do Grupo Europa.
O desafio para os fabricantes é atender todos os requisitos. “A certificação exige controle rigoroso na fabricação e na qualidade dos produtos. Sem isso, eles não obtêm o selo do Inmetro e não podem colocar o produto no mercado” – afirma Domingues, da Abrafipa.
Os purificadores de água devem ser projetados e fabricados de acordo com a ABNT NBR NM 60335-1:2010 / ABNT NBR 16098:2012 / ABNT NBR 16236:2013. A certificação define padrões mínimos para segurança elétrica, desempenho e qualidade de purificação. “O desafio é buscar a melhoria contínua dos índices” – diz Dantas, da Latina.
requisitos e métodos de ensaio para os aparelhos. A Portaria 394/2014, do Inmetro, complementa a NBR 16098 e regulamenta as exigências normativas para os purificadores de água. A Portaria MS 2.914/2011 dispõe sobre os procedimentos de controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. “A robustez das legislações e das padronizações torneia a organização para a melhoria dos processos de forma contínua” – analisa Liéven Peruzzo, coordenadora da Qualidade da Filtros Planeta Água.
A Portaria Inmetro 344/2014 estabelece os critérios de conformidade do aparelho com foco na segurança e desempenho, além da certificação e do uso do selo do Inmetro. Nele, são estampadas as eficiências do aparelho. Nos elétricos, que devem também atender à norma ABNT NM IEC 60335-1, a eficiência energética, a capacidade de fornecer água gelada e consumo de energia.
O Inmetro está reformulando a regulação dos produtos de acordo com o grau de risco ao usuário. Recentemente, a Portaria Inmetro nº 282, de 26/08/2020, classificou aparelhos para consumo de água de risco III, o de maior risco, mantendo a obrigatoriedade de certificação e uso do Selo do Inmetro. Com isso, fica assegurado que não ofereçam nenhum perigo ao consumidor.
Certificação
Os fabricantes passam por processo de certificação do produto em duas etapas:
• Auditoria de Fábrica, realizada por organismo acreditado pelo Inmetro;
• Ensaios dos Produtos, feitos por laboratórios acreditados pelo Inmetro.
Os ensaios visam à:
• Prevenção de acidentes contra riscos elétricos (Segurança);
• Qualidade da água (Saúde);
• Satisfação do usuário quanto à temperatura média de água fornecida e eficiência energética (Desempenho e Eficiência Energética).
O fabricante é avaliado em auditoria e nos ensaios de eficiência do produto anualmente. As características declaradas no início são monitoradas nas avaliações de manutenções da certificação do purificador. Caso o fabricante altere alguma característica ou eficiência do seu produto, deve submetê-lo à nova avaliação, seja de processo (auditoria) ou ensaio laboratorial.
Há um custo elevado de certificação e manutenção para o fabricante. “Porém, entendemos como necessário para mantermos uma posição transparente e segura para o mercado consumidor. Só se torna injusto quando encontramos produtos não certificados sendo comercializados. Para impedir falsificação, nossos filtros possuem códigos de barras impressos a laser impossíveis de serem adulterados” – aponta Marcia Andrea, gerente de qualidade da Everest Refrigeração.
Ensaios rigorosos são realizados de acordo com a NBR 14908/2004. “Na etiqueta dos produtos, devem constar os resultados dos ensaios de desempenho, que têm classificações de retenção de partículas, redução de cloro e eficiência bacteriológica. Esses fatores mostram se o purificador oferece água realmente tratada para o consumo” – explica Galina, da Lorenzetti.
Segundo a Norma ABNT 16098:2012, os seguintes ensaios são obrigatórios:
• Controle de nível microbiológico: avalia a capacidade do aparelho de inibir ou limitar o desenvolvimento de bactérias;
• Extraíveis: analisa se o aparelho não transfere para a água algum contaminante prejudicial à saúde;
• Pressão hidrostática: avalia se o aparelho suporta a pressão da rede hidráulica;
• Fadiga: analisa o desgaste do aparelho devido aos esforços hidráulicos repetitivos;
• Os materiais em contato com a água devem ser atóxicos e o aparelho não pode ter arestas cortantes ou extremidades pontiagudas que ofereçam risco ao usuário.
A Norma 16098:2012 também disciplina os ensaios classificatórios que avaliam as eficiências anunciadas pelo fabricante:
Eficiência na redução de cloro livre: pelo menos 75% do cloro deve ser retido, sem o que o fabricante não pode anunciar tal eficiência.
Eficiência na retenção de partículas: mede o tamanho da partícula em µm(micra) para classificar de “A” a “F”. O aparelho classificado em “A” retém partículas de ≥0,5 a <1. Classificado em “F”, retém partículas de ≥50 a <80.
Eficiência bacteriológica: confere se de fato o aparelho reduz em 99% de bactérias.
Todo e qualquer filtro, purificador ou bebedouro deve ostentar pelo menos uma das eficiências. Sem isso, não pode afirmar que seja um aparelho para melhoria da qualidade da água.
Selos
A Portaria Inmetro 344/2014 estabelece que todo e qualquer aparelho para consumo de água deve ser certificado por organismo acreditado pelo órgão e ter um selo colado no aparelho e na embalagem. Sem o selo de certificação do Inmetro, filtros, purificadores de água e bebedouros são proibidos de comercialização no Brasil. Para o processo de certificação, os ensaios devem ser feitos por laboratórios também acreditados pelo Inmetro.
A certificação inibe a concorrência desleal e a comercialização de produtos de qualidade duvidosa.
Selos obrigatórios do Inmetro:
A Abrafipa editou processo voluntário para avaliar dispositivos originais e não originais e dispõe aos associados um selo, que pode ser colocado no dispositivo de melhoria, vela, refil, câmara, cartucho, etc. Os critérios são os mesmos de certificação do aparelho. A Abrafipa tem dispositivos avaliados para 67 modelos de purificadores de água.
Selo de qualidade Abrafipa
Aparelhos sem o selo do Inmetro devem ser denunciados pelos canais:
• www.inmetro.gov.br/prodcert/produtos/lista.asp
• Inmetro - Ouvidoria: www4.inmetro.gov.br/ouvidoria
• Ipem de São Paulo: Ouvidoria: www.ouvidoria.sp.gov.br
• Procon SP: www.proconpaulistano.prefeitura.sp.gov.br/consumidor
• Delegacia do consumidor em SP: (11) 3338-0155
• Abrafipa: www.abrafipa.com.br/contato
Contatos
Abrafipa: www.abrafipa.org.br
Everest: www.everest.ind.br
Filtros Planeta Água: www.planetaagua.ind.br
Grupo Europa: www.europa.com.br
Latina: www.latina.com.br
Lorenzetti: www.lorenzetti.com.br