Para que servem e como funcionam os Filtros para caixa d’água
Por Carla Legner
Edição Nº 110 - Maio/Junho de 2021 - Ano 20
Os filtros para caixa d’água ou Filtro Central são normalmente instalados logo após a entrada de água do imóvel e auxiliam na remoção de partículas coloidais como ferrugem, sedimentos, barro, areia e outros contaminantes presentes na água
Os filtros para caixa d’água ou Filtro Central são normalmente instalados logo após a entrada de água do imóvel e auxiliam na remoção de partículas coloidais como ferrugem, sedimentos, barro, areia e outros contaminantes presentes na água fornecida pelas redes de abastecimento público, que muitas vezes apresentam instabilidade sanitária.
Por melhor que seja a operação das Estações de Tratamento de Água (ETAs) convencionais de abastecimento, estas não são capazes de garantir a remoção de 100% dessas partículas. A presença de um filtro previne o acúmulo de resíduos, garantindo o fornecimento de água devidamente tratada e evitando as frequentes limpezas das caixas d’água.
Trata-se de uma potente e eficaz unidade de higienização. Isso porque, de acordo com Luciane Prado Rocha Lopes, diretora administrativa e projetos da Fusati, esse filtro garante a qualidade química e bacteriológica da água que será armazenada e, posteriormente, distribuída a todos os pontos do imóvel. O produto final é uma água com total segurança: insípida, incolor e inodora.
Além da ação sanitária, que é a sua missão central, esse tipo de dispositivo traz uma série de vantagens como “a redução de custo na medida em que o filtro evita que os reservatórios acumulem resíduos e micropartículas carreadas pela rede de abastecimento, a eliminação da turbidez da água (água totalmente cristalina e segura) e a capacidade de operar com grandes vazões” – explica Luciene.
Ela destaca também a preservação de encanamentos, torneiras, chuveiros, registros, válvulas e outros dispositivos hidráulicos que, normalmente, sofrem danos devido ao acúmulo de sujeira e micropartículas, o aumento da vida útil de máquinas de café, gelo, sorvete, lava-louças, aquecedor solar e chuveiro, além da prevenção do surgimento de manchas em roupas durante a lavagem.
Greice Mendes, supervisora de marketing da Hidrofiltros enfatiza também que não utilizar esses filtros podem acarretar sérios problemas, como manutenção sucessiva da caixa d’água, entupimento de equipamentos e tubulações e menor durabilidade de outros filtros instalados no local.
“Boa parte da população acredita que o fato da água ser tratada já proporciona segurança. No entanto, a água pode sofrer contaminações ao longo do processo de distribuição. Até mesmo o armazenamento da água na caixa pode ser um problema caso a manutenção não seja feita” – afirma Greice Mendes.
Além disso, o sistema de distribuição também pode sofrer com problemas temporários, como o rompimento de um cano, que vai gerar também questões no reestabelecimento da água. Desta forma, é importante sempre investir em soluções que ajudem o consumidor a se prevenir dessas oscilações.
Tipos de filtros e suas características
De acordo com diretor comercial e de marketing da Fortlev, Wenzel Rego, o Filtro para Caixa d’Água deve ser instalado entre o hidrômetro e o reservatório. A partir do momento em que a água passa pelo filtro, as micropartículas de sujeira, que normalmente ficam depositadas no fundo do reservatório, ficam retidas no elemento filtrante.
Ele destaca ainda que esse filtro pode ser indicado para o uso em caixas d’água, tanques e cisternas. “Sua função é garantir uma água mais limpa, além disso pode desempenhar um papel importante no que tange a vida útil dos aparelhos hidráulicos, uma vez que ele impede que as partículas de sujeira entrem e gerem desgaste nesses equipamentos” – complementa Wenzel Rego.
Pode-se dizer que existem dois tipos, que variam de acordo com a tecnologia do elemento filtrante: os Filtros com meio granular e os Filtros de Cartucho. Os filtros equipados com meios granulares (areia, resina, quartzo, zeólito, cascalho e outros) podem ser retrolavados, ou seja, podem ser limpos com a reversão do fluxo da água nos equipamentos. Por sua vez, os filtros que funcionam com cartuchos exigem a substituição periódica desses refis após um determinado tempo de uso.
O funcionamento dos filtros de cartucho se dá pela retenção das partículas na superfície da membrana de filtração. O processo é semelhante à ação de um coador. “Os dois métodos de filtração executam a remoção de impurezas através de grãos ou membranas, respectivamente, mas tecnicamente falando, a filtração ocorre por meio dos processos de transporte e de aderência” – explica Luciene.
O processo de filtração por transporte envolve a passagem da partícula presente na água pela superfície do meio filtrante. Esse processo é regido por parâmetros físicos, como taxa de filtração, características do meio filtrante e das partículas coloidais.
Segundo ela, um exemplo comum disso ocorre quando as partículas/impurezas são retidas pelos poros intergranulares do material filtrante. Isso acontece porque as partículas são maiores do que os poros. Como já dito, tal processo nada mais é do que a ação de coar, o processo clássico de filtração por transporte.
Em contrapartida, quando a água apresenta uma grande gama de partículas, com diferentes dimensões físicas, incluindo algumas menores que os poros do material filtrante, é necessária a utilização de outras técnicas de filtração como a sedimentação, interceptação e difusão browniana.
O processo de filtração por aderência, por sua vez, se caracteriza pela ação das forças superficiais envolvidas entre as partículas (sujeira) e os grãos que compõem o meio filtrante. A capacidade de aderência é influenciada pelas características físico-químicas da água, das partículas e do meio filtrante.
Uma vez que uma partícula tenha sido transportada da fase líquida para a superfície de um coletor, os fenômenos físico-químicos assumem uma importância maior que os puramente físicos. “Quando duas partículas se aproximam, as forças superficiais tornam-se mais significativas. Entre elas podemos citar as forças de origem eletrostática, as forças de Van Der Waals, a adsorção mútua e as reações de hidratação” – afirma a diretora da Fusati.
Durante o processo, a filtração ocorre por meio de um processo físico no sentido de fora para dentro do elemento filtrante, ou seja, a água passa pelo elemento filtrante e por meio da pressão, retém os sedimentos. “Após o final da vida útil (que pode ser observada pela redução da pressão da água), o elemento deve ser descartado” – completa Greice.
Manutenção e principais cuidados
Quando não são utilizados filtros antes da tubulação de entrada de água de caixas d’água, tanques e cisternas, as partículas de sujeira acumulam-se mais no fundo do reservatório, dificultando ainda mais a limpeza e provocando maior desgaste nos equipamentos hidráulicos. Além disso, há a redução na qualidade e segurança da água de consumo humano.
Umas das principais vantagens desses equipamentos são que possuem elementos filtrantes com maior vida útil, e assim há uma melhor relação custo X benefício a longo prazo. Nesse sentido, é praticamente descartada a não utilização de um filtro. Wenzel Rego ainda explica que a manutenção é simples, consiste apenas na troca do elemento filtrante (refil) a cada seis meses ou quando houver redução do fluxo de água, o que acontece com a saturação do filtro, devido à retenção de partículas.
“Os Filtros Centrais exigem manutenções periódicas, chamadas de retrolavagem. Esse procedimento, que ocorre com a inversão do fluxo de água no equipamento, elimina todas as partículas sólidas que ficaram retidas durante a filtração maior que 5 micra. A frequência dessas ações de autolimpeza varia de acordo com a qualidade da água de fornecimento” – complementa Luciene Prado Rocha Lopes.
Ainda segundo a diretora da Fusati, os principais riscos relacionados à falta de um Filtro Central são: a incidência de doenças, problemas de saúde e males relacionados à instabilidade e/ou falta de qualidade da água, além do aumento de custos relacionados com a manutenção e a substituição de dispositivos hidráulicos. Ela ressalta que, no Brasil, os níveis de potabilidade da água são estabelecidos pela Portaria de Consolidação Nº 5, de 28 de setembro de 2017, do Ministério da Saúde (MS).
Com a Crise Hídrica e a qualidade da água cada vez mais comprometida no Brasil, Greice explica que tem sido frequente a procura por soluções que ajudem a purificar a água que bebemos. “No Rio de Janeiro, por exemplo, que sofre com falta de água e a contaminação de esgoto no Rio Guandu, Filtros para Caixa d’água podem ajudar a reter sedimentos da água que se contamina após sair da concessionária” – conta.
Para Wenzel Rego, o mercado de Filtro para Caixa d’Água segue a tendência do segmento de Reservatórios e Material de Construção em geral, que está aquecido com a relevância que a casa ganhou no decorrer da pandemia e na expansão da prática de home office. Além disso, a priorização da saúde nas despesas familiares fez com que produtos voltados para a segurança e o cuidado com a água apresentassem crescimento.
“É um mercado de oportunidades e em ascensão, tendo em vista fatores como: a necessidade e a demanda global por água doce tratada e segura; as mudanças climáticas e a crescente escassez de recursos hídricos; demanda crescente por sistemas de reúso da água; e o aprimoramento das políticas de saúde e de saneamento básico” – finaliza Luciene.
Contatos das empresas
Fortlev: www.fortlev.com.br
Fusati: www.fusati.com.br
Hidrofiltros: www.hidrofiltros.com.br