Fruto de investimentos de R$ 10 milhões, a MAHLE Filtros América do Sul inaugurou em março a nova estrutura da fábrica de Mogi Guaçu (SP), que passou a ter área de 1.320 m² com foco em filtros do óleo spin-on. A ampliação tem importância estratégica e trará ganhos de performance nas operações da companhia no Brasil e no exterior, priorizando a utilização de matérias-primas e componentes nacionais.
“Com a disputa de mercado cada vez maior, foi necessário pensar e fazer diferente. Boa parte do consumo local de filtração era atendido por produtos importados de outras plantas MAHLE, o que nos limitava tecnicamente em ações de aumento de qualidade e competitividade”, explica Edison Bueno, diretor da MAHLE Filtros América do Sul. “Este roadblock e a situação do cenário global de instabilidade da nossa moeda, alto custo de frete e escassez de algumas commodities, foram cruciais para expandirmos o parque fabril, com a instalação de uma linha de filtros de óleo completamente nova, produção verticalizada e inovações tecnológicas no processo produtivo, automação e qualidade. Com a ampliação, iniciamos um novo ciclo para a MAHLE no Brasil e podemos dizer que temos autossuficiência local para atendimento de todas as soluções de filtração para o ramo automotivo, tanto para montadoras quanto no pós-venda”, ressalta Bueno.
Pela importância da realização, a inauguração teve a participação de Olaf Henning, Membro do Board Diretivo; Sergio Sá, presidente e CEO da MAHLE Metal Leve; Eduardo Spilla, diretor da unidade de negócio de distribuição para aftermarket, além dos colaboradores que participaram diretamente do projeto da ampliação.

Nova estrutura e tecnologia de ponta
A expansão da fábrica está 100% concentrada nas áreas produtivas, e setores de apoio como logística, desenvolvimento e qualidade foram acomodados no espaço físico existente. A nova fábrica de filtros do óleo agregou melhorias na infraestrutura da planta, como a revitalização da logística e manutenção, mudanças de layout no fluxo de materiais, expansão do sistema de tratamento de efluentes, entre outras. “Um dos pilares do projeto foi a manutenção de boas práticas no fluxo de movimentação atual para minimização dos impactos na operação corrente, o que gerou desafios e algumas quebras de paradigmas foram necessárias, como a criação de um warehouse descentralizado para armazenamento de materiais metálicos de difícil movimentação”, diz Bueno. “Na produção, objetivamos concentrar no mesmo prédio desde as operações de transformação até montagens finais, reduzindo os estoques intermediários ao mínimo necessário”.
A ampliação demandou a aquisição de novos maquinários e tecnologias específicas para a operação, entre os quais prensas, sistemas de tratamento superficial e pintura, equipamentos de pós-processamento, montagem, testes semiautomáticos e automáticos. O único equipamento existente utilizado foi o processamento da mídia filtrante, compartilhado com outras linhas de produtos, uma vez que a planta de Mogi-Guaçu também produz filtros de ar, cabine e combustível.
Entre as novas tecnologias, destaca-se a estação de tratamento superficial e pintura. “Ela foi desenvolvida com o que há de melhor no mercado em eficiência produtiva e minimização de impactos ambientais, sendo incorporado um teste de vazamento a seco 100% automático à montagem final dos filtros”, ressalta Bueno.

Aumento de empregos e redução de prazos
A ampliação em Mogi Guaçu também trouxe benefícios diretos em capital humano e social. “Haverá um aumento de 25% na geração de empregos nos postos diretos, com impactos positivos para toda a cadeia de suporte para a fábrica, como serviços terceirizados e apoio, que com certeza, terão as demandas ampliadas”, diz Bueno.
Os investimentos reforçam o bom relacionamento da corporação com a cidade de Mogi Guaçu. “A MAHLE mantém boa parte da sua estrutura corporativa na cidade. Geograficamente, Mogi Guaçu está localizada em uma região com ótima malha rodoviária, próxima a aeroportos e clientes estratégicos, tendo em vista a extensão do território nacional. A região é rica em recursos humanos, o que é essencial para o nosso desenvolvimento. Com certeza, temos relevante participação social na cidade, aprovar e executar um investimento tão significativo é uma mensagem clara dos planos promissores para o futuro nesta localidade”.
Os ganhos logísticos também serão expressivos. “Tendo em vista o cenário de fretes internacionais e a constante busca de melhoria na gestão do estoque, a localização da produção nos trará benefícios principalmente quanto ao prazo de entrega e resiliência às mudanças de mercado. Desde o pedido até a entrega, teremos redução de no mínimo 50% em comparação ao modal de importação”, ressalta o executivo. A previsão é que a fábrica atinja capacidade plena de produção no período de três meses, atendendo filtros para carros de passeio, caminhões e máquinas agrícolas.

Destaque internacional e foco no futuro
A nova linha de filtros do óleo consolida a planta de Mogi Guaçu como um dos sites com maior diversidade de produtos na divisão de Filtração e Periféricos de Motor no grupo MAHLE. “Isso nos traz relevância no cenário global, principalmente em relação à concentração de know-how e flexibilidade dos processos fabris”, diz Bueno.
Para a MAHLE, a América do Sul representa uma operação estratégica rentável e estável, com custos operacionais competitivos em relação a outras regiões. “Olhando o direcionamento global de migração para uma nova mobilidade mais limpa e o cenário local em termos da linha do tempo para a mudança, vemos uma forte tendência inicial na concentração da produção de componentes para motores à combustão na nossa região, aumentando assim, os volumes do portfólio de produtos existentes para posterior migração em longo prazo para a nova mobilidade”, explica Bueno. “Estamos nos preparando fortemente para um período longo de dupla estratégia, significa que teremos capabilidade de atendimento tanto para os motores à combustão remanescentes no mercado, como para as novas tecnologias de mobilidade que estão por vir”.