Com tecnologia avançada e soluções renováveis, Brasil tem potencial mundial para bioeconomia
Por Cristiane Rubim
Edição Nº 116 - Maio/Junho 2022 - Ano 21
A crise climática soa um alarme que desafia o planeta. O último relatório do IPCC, Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, órgão das Nações Unidas, citado pela Klabin, alerta que a saúde e os meios de subsistência das pessoas são adversamente
A crise climática soa um alarme que desafia o planeta. O último relatório do IPCC, Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, órgão das Nações Unidas, citado pela Klabin, alerta que a saúde e os meios de subsistência das pessoas são adversamente afetados, assim como a infraestrutura de energia, transporte etc. A discussão não gira mais em torno de ser possível revertê-la, mas do que pode ser feito agora para mitigar os impactos que já são sentidos e, no longo prazo, estabilizar a situação. O aquecimento global é urgente. O Relatório do IPCC adverte ainda sobre a necessidade de agir, como sociedade, a favor do combate às mudanças climáticas.
Empresa de base florestal, a Klabin desde muito cedo assumiu o compromisso com a preservação ambiental. Foi pioneira na adoção de Certificações ambientais para atestar o correto manejo de suas florestas, orientando pequenos produtores para que conquistassem a Certificação e tivessem como ofertar um produto que atenda às exigências atuais.
O compromisso histórico da empresa com a sustentabilidade é um objetivo associado à sua estratégia de negócios. “Não há caminho alternativo. Nossa atuação é baseada em contribuir com o avanço da bioeconomia e do uso de soluções renováveis.
A conservação da biodiversidade faz parte da nossa essência” – pontua Júlio Nogueira, gerente de sustentabilidade e meio ambiente da Klabin.
Amplificar debate
Em ação conjunta das empresas, sociedade e governos, há como reverter a crise climática e conservar a biodiversidade. A Klabin aposta no potencial positivo do debate e na importância das discussões para a transformação social. “Defendemos que se fale cada vez mais sobre o clima, as mudanças climáticas e os efeitos do aquecimento global, assim como se amplifiquem os debates sobre compromissos e estratégias que possam ser adotadas em prol desta agenda” – enfatiza Nogueira.
Segundo o gerente, o comprometimento com a Agenda Climática tem avançado como pôde ser observado durante a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26), em Glasgow, na Escócia, mas ainda é necessário fazer mais. Entre os principais caminhos, três frentes de trabalho são prioritárias. “Para as empresas, é preciso avançar no comprometimento com a descarbonização. E para os governos, é necessário combater o desmatamento e se comprometer com o chamado financiamento climático, contribuição de países ricos para mitigação e adaptação à crise do clima em nações pobres e emergentes” – menciona.
Brasil potência
Para Nogueira, o Brasil tem capacidade para se tornar uma potência mundial na bioeconomia, com diversas empresas trabalhando alinhadas a essas premissas. “O combate ao desmatamento ilegal precisa avançar. O Brasil já foi reconhecido como exemplo de combate ao desmatamento e possui as ferramentas necessárias para resolvê-lo rápido, mas é preciso vontade política e organização para zerar o desmatamento imediatamente” – aponta o gerente.
Origem renovável
Como uma empresa de base florestal, todas as suas soluções são de origem renovável, vinda de florestas plantadas e certificadas. A empresa está presente em diferentes etapas da cadeia produtiva de papel e celulose, desde a parte florestal até a produção de papéis para embalagens. “O nosso propósito é de ofertar ao mercado cada vez mais produtos de fontes renováveis, que sejam recicláveis e biodegradáveis, fomentando a economia circular e participando ativamente da construção de um futuro de consumo sustentável” – afirma Nogueira.
A Klabin atua para ampliar os usos da madeira e desenvolver novos negócios com as árvores, sua principal matéria-prima, nas quais vê um dos principais caminhos para fortalecer a bioeconomia. “Existe um potencial enorme para substituir matérias-primas fósseis por soluções renováveis, que oferecem infinitos ganhos sustentáveis às cadeias produtivas e de consumo. Investimos em inovação e desenvolvimento em diferentes frentes, desde biobarreiras para embalagens até novos usos das soluções da floresta, que são inúmeros” – destaca o gerente.
Nogueira cita um exemplo dos infinitos novos usos das soluções da floresta. No início da pandemia, em 2020, quando o País sofreu desabastecimento de certos produtos, a empresa desenvolveu um álcool em gel de celulose microfibrilada (MFC), que é capaz de substituir o carbômero tradicionalmente usado nesta produção. Este novo produto foi criado em parceria com Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos e Fibras, organização integrante do Senai CETIQT – Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil, e a indústria de cosméticos Apoteka.
Da linear para circular
É constante o trabalho da Klabin em busca de novas soluções renováveis para a transição da economia linear para um modelo circular, que traz mais sustentabilidade para a cadeia. “Investimos cerca de R$ 180 milhões, entre 2019 e 2021, apenas em pesquisa florestal e industrial. Avançamos em pesquisas voltadas à integração de propriedades que visam aumentar a efetividade do papel como material sustentável para embalagens, na forma de barreiras para água, vapor, gordura e oxigênio” – conta Júlio Nogueira.
A empresa intensifica seus programas de inovação aberta e colaborativa, estimulando soluções com base na floresta. “Novos produtos estão surgindo com base nos constituintes da madeira, como ligninas, açúcares e extrativos. Além de processos para transformar a fibra de celulose em dimensões micro e nano, propiciando melhores produtos com base renovável” – relata Júlio Nogueira. A celulose nanocristalina (CNC), que a empresa desenvolve com a Melodea Bio Based Solutions, startup israelense na qual tem participação, é um exemplo disso.
Preservação
Como soluções de preservação, destaca-se sua estratégia de manejo. A empresa é referência na técnica de plantio em mosaico, que mescla áreas de florestas nativas preservadas. Na Klabin, representa quase a metade de toda sua área florestal, com florestas plantadas em diferentes idades. “Intercalamos o cultivo de pínus e eucalipto, evitando gerar extensas áreas com uma única cultura, com florestas nativas, formando corredores ecológicos que unem as Áreas de Preservação Permanente (APPs) aos fragmentos florestais nativos dentro das propriedades” – explica o gerente. Os mosaicos são pautados no conceito hidrossolidário, que busca o equilíbrio entre a produção florestal e a disponibilidade hídrica da região.
Controle tecnológico
As áreas florestais da Klabin são monitoradas por tecnologias avançadas. No Paraná, por exemplo, a empresa dispõe de uma Torre de Controle Florestal responsável pela gestão on-line ininterrupta, desde a colheita, o carregamento e o transporte de madeira até os pátios de madeira e a alimentação das fábricas na região. A iniciativa utiliza Inteligência Artificial (IA), transmissão de dados via rádio e satélite, telemetria dos equipamentos e ferramentas de otimização.
As informações são integradas e apoiam a tomada de decisão em diferentes procedimentos: desvios operacionais, evitando paradas não programadas, manutenção, trocas de turno e indisponibilidade dos equipamentos e caminhões. Há ainda ganhos para a comunidade local. “O monitoramento via Torre de Controle Florestal garante mais segurança com a melhora do fluxo da frota de caminhões, evitando formação de comboios nas estradas e acompanhando a velocidade e os desvios de rotas dos veículos” – salienta Júlio Nogueira.
Reduzir emissões
Em sua Agenda ESG, de boas práticas ambientais, sociais e de governança, a Klabin desenvolve diversas ações para combater as mudanças climáticas. Uma delas é a redução de suas emissões de gases causadores do efeito estufa. O histórico da empresa em investimentos e adoção de tecnologias de baixo carbono permitiu, de 2003 a 2020, diminuir em 64% a emissão de CO2 equivalente por tonelada de produto gerado.
Além disso, em 2021, suas metas de redução foram aprovadas pela Science Based Targets initiative (SBTi), que impulsiona ações climáticas no setor privado por meio da ciência. A meta da Klabin, segundo Nogueira, é reduzir as emissões de gases de efeito estufa (escopo 1 e 2) em 25% por tonelada de celulose, papel-cartão e embalagens até 2025; e 49% até 2035, levando em conta o ano-base 2019.
Setor privado
Ciente de seu papel social, a Klabin colabora para engajar o setor privado na definição de metas com base em ciência. “Somos a única empresa latino-americana a participar do COP26 Business Leaders, grupo responsável por difundir e engajar o setor privado no tema de Mudanças Climáticas” – ressalta Nogueira. A empresa uniu-se à Rede Brasil do Pacto Global da ONU para lançar o movimento ImPacto NetZero, que estimula outras empresas a procurar o apoio da SBTi para avaliar suas metas de redução de Gases de Efeito Estufa (GEE).
Contato da empresa
Klabin: www.klabin.com.br