Projeto da UFMG pesquisa fungos na Antártica em busca de substâncias que possam ser usadas na indústria

Com aproximadamente 14 milhões de quilômetros quadrados, território 1,6% maior do que o Brasil, a Antártica abriga, além de uma grande variedade de seres vivos, uma rica biodiversidade que poucos vêem


Projeto da UFMG pesquisa fungos na Antártica em busca de substâncias que possam ser usadas na indústria

Com aproximadamente 14 milhões de quilômetros quadrados, território 1,6% maior do que o Brasil, a Antártica abriga, além de uma grande variedade de seres vivos, uma rica biodiversidade que poucos vêem. São fungos, bactérias, vírus e microalgas que se adaptaram para enfrentar as baixas temperaturas e têm despertado o interesse cada vez maior de pesquisadores. No Brasil, uma equipe da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), tem se dedicado a estudar uma parte destes microrganismos — os fungos. A ideia é descobrir se eles contêm substâncias que possam ser empregadas na atividade industrial, em defensivos agrícolas e em novos medicamentos, como antivirais para a dengue.
Os fungos são retirados de rochas e sedimentos marinhos ao longo da Península Antártica e trazidos congelados para o Brasil. Aqui, uma equipe de 12 pessoas, orientada pelo doutor em microbiologia Luiz Henrique Rosa, coordenador do Projeto Antártica, submete o material a uma análise para saber se ele tem propriedades úteis. Os estudos na UFMG já têm alcançado resultados significativos, com a descoberta de uma levedura criada por um dos microrganismos pesquisados. Os pesquisadores acreditam que seja possível produzir a partir dela materiais sustentáveis e biocompatíveis, que possam substituir compostos industriais, como detergentes e substâncias utilizadas na produção de cosméticos.
O projeto, que desde 2013 faz a coleta anual no continente gelado (em 2020 e 2021 as viagens foram interrompidas por conta da pandemia) possui a maior coleção de fungos da Antártica do mundo, com cerca de 8 mil espécies. “Considerando a diversidade e ecologia dos fungos residentes nos diferentes ambientes da Antártica e, principalmente, sua capacidade de produção de diversos metabólitos, é importante que mais estudos sejam conduzidos nos ambientes antárticos para ampliar o conhecimento sobre as comunidades residentes, identificando enzimas, biossurfactantes e metabólitos com aplicações biotecnológicas”, afirma Lauren Machado Drumond, Mestre em Microbiologia pela UFMG, com foco na Diversidade e Bioprospecção de Fungos.

Projeto da UFMG pesquisa fungos na Antártica em busca de substâncias que possam ser usadas na indústria

No ponto extremo do planeta, é importante que o projeto disponha de equipamentos e consumíveis robustos, que requeiram pouca manutenção. “É o que chamamos de qualidade alemã. São anos e anos de estudo e investimentos para que um equipamento seja lançado. Além disso, temos a preocupação de garantir a menor carga ambiental possível em todos os processos de fabricação”, garante Adriana Machado, gerente de Marketing da Eppendorf para a América Latina. A Eppendorf é a empresa responsável por boa parte dos equipamentos utilizados na Estação Comandante Ferraz, na Antártica, e nos laboratórios de pesquisa no Brasil.
Nos próximos meses, uma nova expedição seguirá, de navio, para o gelo polar. Na bagagem, expectativas em alta e avanços promissores. 
Fonte: Dona Comunicação

Publicidade