Aumento Da Produção Offshore Impulsiona Inovações No Setor
Por Suzana Sakai
Edição Nº 51 - Julho/Agosto de 2011 - Ano 10
Sistemas de filtração estão cada vez mais modernos e com maior relevância no segmento
Dez anos de conquistas e inovações. Desde o início da Brasil Offshore o setor de petróleo brasileiro, e consequentemente a produção offshore, não se vê diante de perspectivas tão prósperas quanto às esperadas para 2011. Por conta disso, o segmento tem investido em novas tecnologias e em grandes conferências para atender as demandas deste crescimento exponencial.
Segundo informações da Agência Nacional de Petróleo (ANP), o segmento encerrou o ano de 2010 batendo o recorde tanto na produção brasileira de petróleo, quanto na de gás natural. A produção de petróleo foi de 2,18 milhões de barris por dia (bbl/d) em dezembro de 2010, o que representa um aumento 4,4% em relação a novembro de 2010, com 2,09 milhões de bbl/d. A produção de gás natural foi de aproximadamente 69 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d) em dezembro de 2010, uma elevação de 4,5% em relação aos 66,2 milhões de m³/d produzidos em novembro do ano passado. Na comparação com dezembro de 2009, o aumento registrado foi de 9,1% na produção de petróleo e 14,5% na produção de gás natural.
A expectativa é que em 2011 a produção aumente ainda mais. Para isso, é de extrema importância que o setor acompanhe esse crescimento com segurança e qualidade, em especial nos processos que envolvem a filtração. Segundo Marcello
Santos, engenheiro e diretor presidente da empresa Teknofil, o setor de filtros offshore conta com equipamentos modernos e seguros, que são cada vez mais importantes para a produção. "Como em qualquer segmento industrial, os filtros para aplicações offshore protegem as instalações e equipamentos envolvidos nos processos de produção e de apoio das plataformas. Hoje em dia com equipamentos mais modernos, onde componentes eletrônicos e sensores estão presentes, os sistemas de filtração têm cada vez mais relevância quer pela eficiência e qualidade que pode gerar ao processo ou produto, quer pela proteção dos equipamentos e componentes que garantem a disponibilidade e principalmente a confiabilidade do sistema", garante o especialista.
Para o key account manager da BoschRexroth, Rogério Silva, o processo de filtração é fundamental para a produção offshore. "Fluidos operando em condições perfeitamente confiáveis são um pré-requisito básico para o funcionamento de máquinas e de instalações completas, pois previnem gastos elevados de manutenção, bem como paradas de máquinas não planejadas", afirma.
De acordo com Marcello, o segmento de filtros offshore é dinâmico e diversificado, pois precisa atender a diversas etapas da produção. "Os produtos são os mais variados e visam atender as necessidades de purificação dos vários fluidos que servem o sistema, como água, ar, óleos lubrificantes, hidráulicos, combustíveis e também neste caso os produtos e subprodutos da extração de petróleo como gás natural, água e outros", afirma o engenheiro.
Com o crescimento e os recordes da produção de petróleo e gás, o segmento de filtros offshore tem o desafio de acompanhar a evolução desse mercado dinâmico e recheado de peculiaridades.
Segundo o presidente da Society of Petroleum Engineers (SPE), Alain Labastie, o Brasil tem se destacado no setor de petróleo e gás. No entanto, ele também ressalta que o segmento está ainda mais exigente em seus procedimentos. "Não há dúvidas que o Brasil está chamando a atenção de todo o mundo com investimentos pesados no setor de petróleo e gás. Principalmente pelo desenvolvimento das tecnologias aplicadas na exploração do pré-sal. Dois acontecimentos marcaram o segmento em todo o mundo. Um deles é o desastre do Golfo do México e o outro em Fukushima, no Japão. Ambos os acidentes trouxeram grandes mudanças em nosso mercado, principalmente para a questão de nos adaptarmos a novos procedimentos, e com isso reduzirmos ao máximo os riscos de acidentes na geração de energia", alegou Alain durante a cerimônia de abertura da Brasil Offshore 2011.
Para Marcello, o cuidado com o meio ambiente, a dinâmica e a diversidade do setor devem ser as principais preocupações do segmento. "O grande desafio acredito esteja em acompanhar a evolução do segmento, que é muito dinâmica reunindo uma grande variedade e diversificação de aplicações e das condições dessas aplicações como, por exemplo, diversidade de fluidos e condições de operação (pressão e temperatura). Outro aspecto de grande importância e que acredito também representar um grande desafio e oportunidade é realizar essa filtração sem perder o foco no cuidado com o meio ambiente", comenta o engenheiro.
Rogério também sinaliza que a constante evolução da produção offshore representa uma das principais preocupações do setor. "Os novos desafios do pré-sal estão presentes em nosso dia-a-dia. A cada nova descoberta da Petrobras, novos campos surgem e as aplicações precisam ser mais confiáveis. Para o pré-sal existe uma tendência de se usar cada vez maiores pressões, com o objetivo de realizar as novas operações necessárias (existe uma relação direta entre profundidade de exploração e pressão de trabalho hidráulico). Portanto, esse novo cenário faz com que qualquer particulado torne mais severo os danos e quando tal particulado trata-se de água, o cuidado precisa ser redobrado", afirma.
A expectativa de um crescimento exponencial da produção offshore torna essencial o investimento em novas tecnologias que assegurem a qualidade dos processos de filtração. De acordo com
Márcia Coimbra, Gerente de Unidades de Negócios de Congressos e Conferências da feira Brasil Offshore é importante colocar em pauta as necessidades de novas tecnologias para acompanhar a evolução do setor. "É imprescindível que os profissionais estejam sintonizados às novas tecnologias e desafios que a indústria offshore vai demandar nos próximos anos. Os dados da própria Agência Nacional do Petróleo já apontam que o crescimento e exigências da indústria são exorbitantes", declara.
Marcello explica que a produção offshore brasileira já utiliza sistemas de filtração modernos e de grande relevância para o mercado. No entanto, atenta que boa parte destes produtos vem do exterior. "O mercado é muito dinâmico e atua muito em função da evolução dos processos produtivos e dos equipamentos aplicados. Grande parte dos equipamentos desse seguimento ainda é importado ou usa tecnologia importada", diz o especialista.
O diretor presidente da Teknofil destaca ainda que, atualmente, os sistemas de filtração da produção offshore oferecem benefícios que vão além do processo de purificação. "Muitos produtos hoje não buscam como resultado apenas a purificação do fluido a que se aplica, o interesse está muitas vezes, além disso, buscando gerar condições que melhorem a performance do sistema e que agreguem algum tipo de valor na cadeia sustentável. Como exemplo, temos hoje um produto que além do propósito principal que é a filtragem do óleo, garante confiabilidade na operação, disponibilidade do equipamento onde é aplicado e ainda diminui consideravelmente o impacto ambiental", ressalta.
A constante evolução do segmento de produção offshore incentiva diversos profissionais a investirem em grandes feiras que têm como intuito discutir os avanços e dificuldades que dominam este setor que se encontra em crescente expansão.
Os eventos concentram-se no Rio de Janeiro, que é o grande centro da produção offshore do País. Da Bacia de Campos é extraído 96% do petróleo offshore brasileiro, o que transforma a região no local mais indicado para debater sobre as soluções e avanços do setor.
As feiras mais importantes do segmento acontecem no meio do ano. A primeira delas é a Brasil Offshore, que ocorreu entre os dias 14 e 17 de junho, em Macaé, no Rio de Janeiro, e reuniu autoridades, especialistas e expositores do setor.
A Brasil Offshore contou com uma forte presença internacional, tendo a participação de cerca de 38 países que se dispuseram a compartilhar informações sobre os avanços e soluções para a produção offshore.
O presidente da Reed Exhibitions Alcantara Machado, Juan Pablo De Vera, fez questão de destacar, em seu discurso durante a abertura do evento, a importância da feira no cenário internacional. "Temos muitos desafios pela frente para dar continuidade aos avanços que o setor e o evento merecem. Iremos usar o exemplo de Macaé para sensibilizar outras prefeituras e evidenciar o que estamos fazendo por aqui, um evento que começou regional e em pouco tempo alcançou visibilidade mundial", declarou.
O presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), João Carlos de Lucas, comentou durante a feira que o País vive um momento especial, marcado pelos investimentos em tecnologia destinados ao setor. "Estamos presenciando uma conjuntura nacional que torna ainda mais importante a presença da Brasil Offshore no cenário que representa", afirmou.
Marco Catarruza, gerente da Parker, concorda que o momento é propício para o evento. "Estar nessa feira é fundamental para o momento em que a Parker está vivendo e pelas ações que estão sendo implantadas nesse setor", afirma.
O Prefeito de Macaé, Riverton Mussi, ressaltou que eventos como a Brasil Offshore, contribuem ainda mais para o crescimento do setor. "Já realizamos muitos projetos nos últimos anos, e sabemos que eventos desse porte têm contribuído para um crescimento ainda maior. Temos certeza que quando investimos em infraestrutura projetamos um futuro brilhante para Macaé", ressalta.
Segundo o diretor presidente da Teknofil, a Brasil Offshore é, sem dúvida, uma grande contribuição para o setor. "Participamos dessa feira há algum tempo e estamos podendo ver o seu constante crescimento. Temos como parceiros: Engemai, Donaldson, Fluicom, Cummins Fleetguard, Mann+Hummel e a Parker. Para o mercado de petróleo não há uma exposição maior que a Brasil Offshore e o crescimento desse setor é vertiginoso, ainda mais agora com as oportunidades que o pré-sal vai proporcionar para esse segmento", diz.
O evento reuniu 700 expositores nacionais e internacionais. Destes, 282 participaram pela primeira vez da feira. O segmento de filtros foi representado por aproximadamente 20 expositores.
A Brasil Offshore é uma ótima oportunidade para fazer novos contatos. "As feiras e os eventos, para nós, da área de negócios, são sempre muito interessantes, porque é o momento de estreitarmos nossos contatos com nossos clientes em geral, no caso da Eaton temos uma família de produtos muito expressiva e a Brasil Offshore nos aproxima dos nossos focos de interesse que é o cliente. Expomos não só filtros, mas uma amostra do que podemos oferecer como Eaton. No caso dos filtros especificamente estamos focado em aquisições - iniciamos com Hayward, Ronnig Peterson e Internormen e pode ser uma companhia de porte internacional ou até mesmo uma companhia local, nossos executivos vem trabalhando em uma porção de negócios que mais cedo ou mais tarde devem ser anunciadas agora é só uma questão de tempo", diz Alfredo Luz, diretor regional da Eaton.
Décio Pereira de Camargo Filho, engenheiro da Gascat concorda que a feira é uma preciosa fonte de network. "A Brasil Offshore é muito importante para nossa empresa e uma vitrine de oportunidades para quem atua no segmento. É também uma grande oportunidade de recebermos nossos clientes como os visitantes, pois acabamos conversando e trocando informações que sempre acabam gerando negócios", afirma.
A MSA do Brasil também destaca a troca de informações com o cliente como um dos pontos fortes deste tipo de evento. "A MSA do Brasil participa de uma porção de feiras e eventos que aponte uma sinergia com a nossa família de produtos e a Brasil Offshore é uma delas. Aqui é possível estar mais direto e em contato com nossos clientes porque é um momento de descontração onde o próprio usuário nos traz informações que nós usamos na melhoria do atendimento dos nosso produtos e serviços", ressalta Raquel de Nadai, coordenadora de Marketing.
Na opinião da Difiltro, estabelecer uma relação próxima aos clientes é o ponto forte desse tipo de evento. "Sempre que temos oportunidade, participamos de feiras e eventos que tenha algum tipo de relação com o que nós fazemos, e a Brasil Offshore nos coloca direto com os nossos clientes do dia-a-dia", esclarece Dilson Rodrigues.
As feiras do setor também são uma ótima vitrine para os produtos offshore. "A Brasil Offshore é um evento muito interessante para MP Filtri porque nos dá a oportunidade de mostrar produtos específicos para este mercado, como os filtros de alta pressão e os contadores de partículas para fluidos offshore", comenta Guido De Falco, gerente da Área Internacional da MP Filtri.
Participantes do segmento de filtros da Brasil Offshore 2011 |
|
|
- Com mais de 25 anos de experiência em desenvolvimento de equipamentos de combate a poluição por hidrocarbureto, entre sua linha destaca-se barreiras de contenção, recolhedores de óleo e separadores de água e óleo. - Fornece soluções voltadas para acionamento, comando e movimentação de máquinas e equipamentos, que são utilizados em automação industrial e de produção, aplicações móbil, assim como para aproveitamento de energias renováveis. - Filtragem de ar para compressores, turbinas e geradores e ventilação industrial. - Filtros para tratamento de ar e ar comprimido, separadores de ar óleo, filtros bag e filtros cartucho. - Filtros tipo bag para aplicações diversas. - A Engefiltro trabalhando com tecnologia Pall Corporation possui uma extensa linha de produtos de separação, purificação e controle de contaminação, filtros de cartuchos e coalescedores. - Filtros separadores do tipo cartucho, projetados para a filtração de sólidos presentes no fluxo de gás utilizando-se de cartuchos de celulose plissada. - Filtros e sistemas hidráulicos, acumuladores, elementos filtrantes de alta eficiência. - Filtros e elementos filtrantes utilizados em sistemas hidráulicos e de lubrificação, unidades de purificação, off-line e unidades moveis. - A empresa conta com uma linha de produtos ampla de soluções e sistemas API de selagem, filtros para turbomáquinas entre outros. - Internacional – Italiana - www.mpfiltri.com - Focada em aplicações químicas para tratamento industrial de óleo, gás, água e ar. - É especialista nas áreas de filtração e separação, possuí em sua linha de produtos filtros de alta eficiência para tratamento de fluidos hidráulicos, filtragem de ar e filtragem de processo. - A Parker Hannifin é fabricante de filtros para linha hidráulica e sistemas de movimento e controle, oferecendo soluções de engenharia de precisão para uma ampla variedade de mercados como móbil, industriais e aeroespaciais. - Filtros tipo cesto, filtros para tratamento de ar comprimido, filtros autolimpantes. - Filtros de linha, filtros coalescentes, filtros para remoção de névoa de óleo, filtros para remoção de odores, filtro submicrônico e secadores de ar por refrigeração e por membranas. - Filtros e elementos filtrantes para ar, óleo lubrificante, óleo combustível, óleo hidráulico, separadores ar/óleo, separadores água/diesel, filtros coalescentes e secadores. - Fornecedora de soluções para manutenção e desenvolvimento de sistemas hidráulicos, distribuidor autorizado Atos e Stauff. |