A Atuação Dos Filtros Em Processos Industriais
Por Cleber Arruda
Edição Nº 52 - Setembro/Outubro de 2011 - Ano 10
Utilizados nos processos industriais dos mais diversos setores, os filtros autolimpantes, os filtros do tipo cesto, do tipo bolsa e filtro cartucho reduzem custos operacionais e apresentam melhorias de desempenho e tempo de serviço.
Utilizados nos processos industriais dos mais diversos setores, os filtros autolimpantes, os filtros do tipo cesto, do tipo bolsa e filtro cartucho reduzem custos operacionais e apresentam melhorias de desempenho e tempo de serviço. "Estudos realizados por algumas instituições, revelam que o custo de investimento empregado na aquisição desses filtros (autolimpantes), se paga em menos de três meses de operação. Em alguns casos, seu investimento é imediato na instalação", avalia Flavio Luiz Dalavia, gerente de produto da Hydac Tecnologia LTDA. A seguir uma apresentação da atuação desses filtros realizada por profissionais que atuam em empresas do setor.
Existem vários tipos de filtros autolimpantes e cada um tem alguma
característica especial em função do fluido a ser filtrado, porém o mais
comum é o filtro para água. Segundo o engenheiro Kenji Kimura, da Pro
Mach. Com. Ind. de Filtros Inds. Ltda, a função principal de um filtro
autolimpante tipo cesto é o de proteção, ou seja, reter partículas
sólidas que não deveriam estar no fluxo, mas que por algum motivo
contaminaram a água. A autolimpeza é feita através da "sucção" desses
sólidos por meio de coletores que giram internamente ao cesto retirando
os sólidos e descartando para fora do filtro. A sucção é conseguida
devido à diferença de pressão entre a linha em que está instalado o
filtro e o ponto de descarte. Uma parte da água que acabou de passar
pelo cesto, retorna pelos coletores.
"É importante salientar que a limpeza do cesto é feita sem a interrupção
do fluxo e sem a necessidade de um operador, pois um painel elétrico
comanda toda a operação. Durante a limpeza, que dura de 30 a 60
segundos, apenas 5% da vazão principal é descartada", ressalva Kimura.
Os filtros autolimpantes prolongam a vida de equipamentos, aumentam
intervalo de paradas para manutenção geral e não necessitam de
operadores para a limpeza do filtro. Kimura explica que o custo de
aquisição e instalação comparado com a economia nos custos de manutenção
é irrisório.
"Sempre faço a seguinte pergunta para exemplificar melhor: O que
aconteceria se um automóvel não utilizasse o filtro de óleo e o filtro
de ar?", questiona Kimura.
Flavio Luiz Dalavia, da Hydac Tecnologia, considera. "O conceito básico
para utilização de filtros autolimpantes é obter em qualquer tipo de
processo manutenção zero, ou seja, isento de mão de obra para limpeza
dos elementos filtrantes ou parada do processo para alguma intervenção
em sistemas de filtragem".
E, por isso, observa um crescimento no mercado. "Com esse alto
aquecimento do mercado brasileiro, estamos notando que empresas de
outros segmentos como alimentícia, automobilística, entre outras, que
antes não buscavam esse tipo de tecnologia, estão em busca de melhorias
contínuas no processo, buscando aumentar sua produtividade e reduzir
custos operacionais. Outro fator não menos importante é a valorização da
moeda brasileira, que aumenta ainda mais as importações, notamos que
para manter os produtos internos com preços competitivos em comparação
com essas importações desenfreadas, o nosso mercado vem se atualizando
em busca de melhores tecnologias", considera Flavio Luiz Dalavia.
Ele explica que os sistemas de osmose reversa utilizam vazões de água
relativamente alta, nesses casos há necessidade de utilização de
filtragem com cartuchos finos de 4,5 µm para proteção das membranas de
osmose. Para reduzir o consumo desses cartuchos finos, muitas vezes são
aplicados uma série de filtros antecedendo esses sistemas.
"Para viabilizar o custo de operação, utilizamos filtros automáticos
antes da entrada desses filtros finos com intuito de aumentar a vida
útil dos elementos filtrantes. Existem casos de aplicações em que
conseguimos reduzir a troca de 24 cargas de elementos filtrantes por ano
para 4 cargas de elementos filtrantes anuais, reduzindo custos
operacionais para o cliente final", explica Dalavia.
Existem inúmeras possibilidades de utilização dos filtros
autolimpantes nas mais diversas atividades, como indústrias químicas,
petroquímicas, refinarias, plataformas marítimas, siderurgia, papel e
celulose, estações de tratamento de esgoto.
Kenji Kimura, engenheiro da Pro Mach, exemplifica: "algumas aplicações
mais comuns: água de torre de resfriamento, água selagem de eixo de
turbinas e bombas, água de injeção em poços de petróleo, como pré-filtro
de cartuchos de osmose reversa, proteção de trocadores de calor a
placas, proteção de bicos spray, proteção de bombas".
Os filtros cestos devido ao seu sistema de abertura e fechamento rápido proporcionam agilidade e facilidade em sua manutenção não necessitando de chaves ou ferramentas especiais para sua abertura e fechamento.
De acordo com o Gilberto Fernandes, gerente técnico comercial da Filtros Barra, os filtros tipo cestos além da agilidade e rapidez de manutenção são fabricados com elementos filtrantes tipo cestos geralmente em chapa perfurada ou revestidos em tela metálica, o que proporciona economia na sua reposição, pois oferecem a opção de lavá-los e reutilizá-los.
Com os filtros autolimpantes, os filtros cestos são aplicados nos mais diversos setores. "Usinas siderúrgicas, usinas hidrelétricas, usinas sucroalcooleiras, indústria petrolífera, indústria química, indústria alimentícia, indústria naval , laboratórios, indústria de cosméticos , entre outros", exemplifica Fernandes.
O sistema de filtração por bolsa consiste em três partes: Vaso de pressão, cesto (suporte) e a bolsa filtrante. O fluido a ser filtrado é introduzido de forma pressurizada na parte superior da bolsa suportada pelo cesto, o que assegura uma distribuição completa e uniforme pela superfície interna da bolsa, resultando em um fluxo distribuído por todo meio filtrante, sem qualquer efeito negativo de turbulência. O sentido do fluxo é de dentro para fora da bolsa, garantido que todos os contaminantes retidos permaneçam em sua parte interna, evitando uma possível contaminação durante a troca do elemento filtrante.
De acordo com Diego Santos, do departamento de marketing da DBD Filtros, o filtro bolsa é importante num sistema de filtração industrial pelo seu funcionamento, que evita a contaminação do fluido por reter particulados sólidos indesejados de 1 a 800micra. Com o equipamento instalado o cliente possui benefícios como baixo custo de filtragem devido à alta capacidade de vazão por elemento filtrante, alta capacidade de retenção de sólidos, redução no consumo de energia, facilidade e rapidez na troca dos elementos filtrantes, redução no tempo de limpeza do vaso de pressão. "Todos estes fatores promovem melhorias no desempenho do processo industrial, reduzindo custos operacionais e tempo de paradas", diz Santos.
Sua principal aplicação está na remoção de particulados sólidos em diversos processos industriais para fluido líquido, tais como: processo de desengraxe em montadoras, torres de resfriamento para evitar acumulo de sólidos no tanque, filtração em água de processo, bebidas, tintas, produtos químicos, entre outros.
Os filtros tipo cartucho possuem o fluxo de funcionamento de fora para dentro, o fluido precisa atravessar o meio filtrante poroso, proporcionando assim uma filtração de profundidade. Os elementos filtrantes podem ser confeccionados em diversos materiais e tamanhos distintos e possuem grau de filtragem de 0,04 µm até 200 µm, os elementos mais comuns são de resina fenólica, cartucho sinterizador, cartuchos extrusados, cartuchos bobinados, cartuchos plissados e de carvão ativado, que atendem a diversas aplicações infustriais como: fabricação de produtos farmacêuticos, alimentos, tintas e vernizes, cervejarias, pré-filtro para brandadores, desmineralizadores e osmose reversa.