Água filtrada é essencial para saúde dos pets
Por Carla Legner
Edição Nº 124 - Setembro/Outubro 2023 - Ano 22
Assim como para os humanos, a hidratação é essencial para qualquer pet. Água fresca junto com uma ração de qualidade é fundamental para que a nutrição do animal esteja completa. Ingerir a quantidade ideal durante o dia ajuda o organismo
Assim como para os humanos, a hidratação é essencial para qualquer pet. Água fresca junto com uma ração de qualidade é fundamental para que a nutrição do animal esteja completa. Ingerir a quantidade ideal durante o dia ajuda o organismo a funcionar adequadamente.
Isso porque, a água é responsável por grande parte das funções. Ela auxilia na digestão dos alimentos e faz com que a absorção de vitaminas e minerais aconteça naturalmente, regula a temperatura do pet e lubrifica as articulações. Ademais, serve como veículo de limpeza e filtragem, uma vez que carrega o que deve ser eliminado pela urina e pelas fezes.
Segundo o médico veterinário Antônio Marcos Vansan, o organismo dos animais (o sistema imunológico, o sistema digestivo) é bem parecido com os dos seres humanos, então o cuidado e a hidratação devem ser os mesmos.
É importante destacar que cães e gatos têm uma relação especial com a água, porém de forma diferente. Os cachorros precisam de água fresca o tempo todo, especialmente quando voltam dos passeios e caminhadas. Eles sentem muita sede e precisam se hidratar com bastante frequência.
Para se ter ideia, o corpo de um cão adulto é composto por 60% de água, enquanto no filhote esse percentual é de, em média, 84%. Um animal pode beber até 100 ml/kg ao dia. Essa quantidade varia de acordo como espécie, ambiente e atividade física exercida. Por exemplo, um cão de 3kg bebe, em média, 300ml de água por dia.
Já os gatos são conhecidos por não gostarem de beber água, o que significa que os tutores precisam ativamente incluir esse líquido na rotina e na dieta, de preferência misturando com a comida úmida.
Independente da espécie, o que podemos dizer de fato é que a água ajuda a determinar o quadro de saúde do animal, permitindo um ótimo funcionamento do intestino, o desenvolvimento do corpo, além de promover a proteção contra doenças.
Água de torneira, mineral ou filtrada?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) é a responsável, junto aos governos, por criar diretrizes relativas à Qualidade da Água Potável. Muitas cidades obedecem às normas, mas isso não significa que a água que sai da torneira seja boa para o pet. Após o tratamento, a água segue para a rede de distribuição e durante o percurso acaba sendo exposta a diversas formas de contaminação.
Canos subterrâneos e tanques corroídos podem afetar a sua qualidade. Além disso, o tratamento inclui a adição de produtos químicos para eliminar germes que podem estar presentes no líquido. As distribuidoras acrescentam cloro para matar microrganismos e flúor para evitar cáries dentárias. Entretanto, para muitos, esse tratamento é em parte desnecessário, ultrapassado e até prejudicial à saúde.
Todo mundo sabe que a água deve ser cristalina, inodora e insípida, portanto, a turbidez não é normal e pode ser sinal de excesso de cloro ou de contaminantes. Já o flúor só pode ser reduzido ou extraído por filtros mais sofisticados, como os de osmose reversa ou por unidades de destilação.
A questão com esse componente é que, ao contrário do cloro, ele não serve para nada. Apesar de ser adicionado à água há muito anos, estudos recentes mostram que essa substância só rende benefícios para aplicação tópica, como para escovação dos dentes. Em outros casos é, inclusive, acusado de fazer mal.
Esse mineral é suspeito de aumentar a incidência de fraturas ósseas; se acumular na glândula pineal (localizada no cérebro) reduz a produção de um hormônio chamado melatonina; danifica o esmalte dentário ; causa predisposição ao osteossarcoma (câncer ósseo), artrites e hipotireoidismo; aumenta a entrada de alumínio no cérebro; reduz a taxa de fertilidade; aumenta a entrada de chumbo no sangue; ocasiona disfunções renais; causa deficiência de vitamina C e enfraquece o sistema imunológico.
A verdade é que quando falamos em doenças crônicas de causas vagas é muito difícil apontar os culpados com certeza. Hoje, nós e nossos pets estamos expostos a uma infinidade de toxinas vindas da alimentação, dos medicamentos, dos cosméticos, dos poluentes, e, como vimos, até da água.
O fato é que a água que sai das torneiras passou por tratamentos que mudaram muito pouco nos últimos anos, e em função dessa possível defasagem, pode sim conter contaminantes, muitos ainda desconhecidos e não identificados, ou seja, com grande dificuldade de ser removido.
Seja como for, a recomendação de muitos médicos e veterinários é que a água da torneira deve ser excluída para consumo dos pets, uma vez pode conter vírus, bactérias e protozoários que causam doenças nos bichinhos. A ideia é reduzir ao máximo a ingestão de toxinas.
É importante mencionar que algumas dessas doenças são classificadas como zoonose, ou seja, são transmitidas. “Sem água adequada, o animal pode adquirir algum tipo de verminose, problemas como gastroenterite ou alguma doença infecto contagiosa. A giárdia é uma das principais zoonoses transmitidas do animal para o ser humano. Trata-se de uma verminose que se aloca no intestino e vem através da água inadequada” – destaca Vansan.
A água mineral engarrafada, por sua vez, está livre das impurezas que podem prejudicar a saúde pet, contudo, a quantidade de sódio e magnésio contida em cada garrafinha inspira cuidado. O magnésio, por exemplo, pode levar à formação de cálculos a longo prazo.
Outro problema são os pequenos resíduos que o plástico libera. Se consumido em excesso, pode provocar náusea, vômito, diarreia e mau funcionamento dos rins. Além disso, para muitos, a água mineral engarrafa acarreta danos ambientais, já que seu consumo resulta em lixo descartável.
Os filtros, quando a água está imprópria para o uso, são os responsáveis por remover partículas sólidas e eliminar resíduos prejudiciais ao organismo, trazendo maior segurança para o consumo do pet. Os equipamentos à base de carvão ativado são uma boa opção, mas vale destacar que não eliminam totalmente o cloro.
Em contrapartida, os purificadores reduzem todas as substâncias que podem prejudicar os animais, como os microrganismos, a sujeira, os minerais e até mesmo o excesso de cloro. Além do mais, também é um produto com fácil manutenção, envolvendo não mais do que a troca dos refis para garantir a água de qualidade para os bichinhos. Sendo então, a solução mais indicada.
Vale ressaltar que mesmo com esses equipamentos é preciso alguns cuidados. Água armazenada na geladeira deve ser consumida rapidamente. Já as das vasilhas dos pets devem ser trocadas duas vezes ao dia ou no mínimo uma vez. Além disso, substituir os filtros desses equipamentos, conforme as recomendações do fabricante, é fundamental.
Para nós e para eles
Os animais de estimação também precisam de água de qualidade para se manterem hidratados e mais saudáveis. Assim como não é viável o ser humano beber água da torneira, os pets merecem o mesmo cuidado. A água purificada é a melhor opção para garantir saúde e para que eles tenham a melhor qualidade de vida possível.
Os filtros são uma ótima alternativas, mas os purificadores são a solução perfeita para sempre ter água potável, segura e de excelente qualidade, sem a presença de resíduos sólidos, químicos e biológicos que podem transmitir doenças.
Quem decide comprar um aparelho normalmente encontra diversos tipos, cada um com características diferentes, de modo a atender necessidades específicas. Atualmente há desde filtros simples, até purificadores automáticos. Destacamos alguns exemplos dos equipamentos mais utilizados:
Filtro de barro: Feito de barro ou de cerâmica, funciona por gravidade, com a água passando de um recipiente para outro, através de um elemento filtrante, chamado popularmente de vela.
Essa alternativa usa filtros que promovem uma purificação simples da água, sem conseguir eliminar bactérias totalmente. Seu diferencial é o preço, é que muito mais acessível do que outros modelos disponíveis no mercado. Porém, exige uma manutenção mais frequente, de preferência toda semana, para tirar a sujeira do filtro e evitar a contaminação da água.
Filtros de ponto de uso: Trata-se de uma opção quando não se tem muito espaço para instalação de um aparelho maior de purificação de água, uma vez que é instalado no diretamente na torneira ou parede da cozinha. Funciona pela pressão da água da tubulação da residência. Alguns modelos, elétricos, também oferecem água gelada, quente e com gás.
Costuma também ter preço mais acessível, mas em contrapartida possui filtragem simples e dependendo da pressão da água há a possibilidade de não reter sujeiras sólidas facilmente.
Normalmente, utiliza o carvão ativado como elemento filtrante, que é capaz de retirar resíduos sólidos, bem como os que causam odor e sabor desagradáveis, coloração amarelada ou turva. Além disso, reduz o cloro da água. Recomenda-se fazer uma manutenção regular desse tipo de filtro, para evitar o acúmulo de partículas sólidas e que elas escapem caso a pressão da água seja maior.
Filtro central: Esse é um modelo que visa garantir água potável para todo o imóvel, sem ser em um ponto específico. Por isso, esse tipo de filtro é instalado no ponto de entrada da rede hidráulica, na área externa. É uma alternativa interessante para condomínios residenciais, escolas, comércios, indústrias, hospitais, pousadas, hotéis, entre outros estabelecimentos que precisam de água de qualidade em todos os pontos.
Um dos diferenciais do filtro central é que como é instalado no ponto de entrada, ele consegue evitar que sujeiras sólidas, como areia, barro e ferrugem, entrem na caixa d’água e entupam a tubulação. Além disso, também elimina a possibilidade de que esses resíduos sólidos cheguem até equipamentos utilizados no imóvel, como máquinas de lavar e chuveiro, minimizando a possibilidade de danificá-los.
Jarra Filtrante: Equipamento que se destaca pela praticidade por ser portátil.
Bebedouro: Equipamentos que dispensam água para beber diretamente na bica sem a necessidade de uso de copo. Podem ser também os conhecidos porta-galão, que servem de apoio para acomodar um garrafão e gelar ou não a água despendida por ele.
Purificador: É a solução mais atual disponível no mercado. O aparelho é acoplado à torneira ou tubulação e possui um sistema de filtragem mais potente do que as outras opções, eliminando resíduos Sólidos, como barro, areia, ferrugem, pedaços de madeira, entre outros; Químicos, como cloro e geosmina; e Biológicos, como bactérias e vírus.
É por isso que a água fornecida pelo purificador é livre de sabor e odor desagradáveis, além de apresentar uma aparência cristalina, tudo isso por um longo período. Ainda sim, é preciso considerar um ponto importante: o purificador de água precisa de troca de filtro a cada seis meses ou de acordo com o uso do aparelho. Se utilizar muito, pode ser que seja preciso trocar antes.
Alguns purificadores têm um indicador automático que acende uma luz para sinalizar a necessidade de troca. Caso seu aparelho não tenha esse indicador, recomenda-se trocar o filtro por um refil assim que identificar que a água está com cor alterada, bem como com sabor e odor ruins. Outro sinal é quando o fluxo da água se torna reduzido.
Vale ressaltar os filtros são mais básicos e trabalham para bloquear as impurezas da água. Já os purificadores são mais completos, além de barrarem as impurezas, também retêm ou eliminam as bactérias e reduzem odores, sabores, excesso de cloro etc. São a última fronteira no tratamento da água para consumo.
“Quando a gente fala em uma água adequada e nos cuidados com a sua qualidade, estamos colocando em prática a medicina preventiva, que hoje, a meu ver, é o melhor método para cuidar dos Pets. Uma água de qualidade previne muitas doenças e complicações na vida do animal” – finaliza Vansan.