Em um veículo há diversos tipos de filtros, um deles é o de cabine ou filtro do ar-condicionado. Esse equipamento sempre trouxe muitas dúvidas, que com o passar dos anos foram se enclareando. Não é de hoje que muitas pessoas pensam que ao dirigir com o ar-condicionado ligado significa que o usuário está respirando ar limpo, mas isso não ocorre.
Na verdade, o aparelho por si só não é capaz de reter tais agentes nocivos e proteger contra eventuais gases poluentes externos.  Aliás, já está comprovado que ar-condicionado e portas fechadas não barram a poluição do trânsito. É para isso que serve o filtro de cabine. 
De maneira resumida, sua principal função é melhorar a condição do ar do habitáculo do veículo retendo partículas nocivas à saúde dos usuários e, segundo Éder Bonifácio, coordenador de desenvolvimento da Filtros Brasil, sujeiras até 25 vezes menores que o diâmetro do fio de cabelo. 
Além disso, auxilia também na prevenção de problemas respiratórios, uma vez que, além de combater a entrada de poluição,  previne a proliferação de ácaros, um dos principais causadores de doenças. 
“Seu uso proporciona diversos benefícios para os veículos e seus ocupantes. Nesse sentido, sua utilização e manutenção são de extrema importância para reter a entrada dessas partículas e manter o ar mais limpo” – enfatiza André Gonçalves - engenheiro técnico MANN FILTER. Ele destaca as principais tecnologias utilizadas para esses equipamentos.
Carvão Ativado: eficaz na absorção de odores, gases e vapores auxilia na melhoria da qualidade do ar dentro da cabine, reduzindo odores desagradáveis e substâncias voláteis. 
Sintéticos: esses filtros são feitos de materiais sintéticos e são projetados para capturar partículas finas. Eles podem oferecer uma eficiência superior na retenção de partículas em comparação com filtros tradicionais. 
Tecnologia de Nanofibras: alguns filtros de cabine utilizam nanofibras para aumentar a eficiência na captura de partículas finas. As nanofibras têm uma estrutura mais fina e podem reter partículas menores do que os materiais tradicionais. 
Mecânicos: compostos por materiais fibrosos que retêm, de forma mecânica, partículas sólidas presentes no ar, como poeira, pólen e sujeira. Esses filtros são eficazes na remoção de partículas maiores. 
Eletrostáticos: nesse caso, os equipamentos usam uma carga elétrica para atrair e prender partículas no ar. Podem ser eficazes na remoção de partículas menores que os filtros mecânicos convencionais.
“São vários tipos e muitas tecnologia, mas certamente os filtros de cabine são essenciais para criar um ambiente interno saudável, confortável e seguro nos veículos, especialmente para os profissionais que passam longas horas na estrada, sendo um componente imprescindível para evitar tamanha exposição a elementos tóxicos” – enfatiza Gonçalves.

Inovações de mercado
Entendendo um pouco sobre a evolução desse equipamento, podemos dizer que antigamente, os sistemas de ar-condicionado não eram tão comuns e boa parte dos veículos com este acessório não tinham espaço para o filtro de cabine. Ademais, quando o sistema tinha o item era um produto pouco conhecido dos proprietários e mecânicos, sendo assim, não era substituído ou até mesmo removido por falta de conhecimento. 
Desta forma, é possível dizer que mercado brasileiro tem um atraso em relação a consciência quanto a necessidade de se utilizar esse equipamento. Só após essa mudança de pensamento e com o entendimento sobre a importância do uso e troca do filtro de cabine, houve um aumento da procura por produtos de qualidade e com mais tecnologia. 
As frotas brasileiras começaram a dar uma atenção a essa necessidade a partir dos anos 2000. Hoje, todos os modelos de veículos fabricado pelas montadoras, independentemente da marca ou modelo, possuem filtro de cabine para circulação de ar na parte interna do automóvel. 
Apesar disso, ainda estamos longe de atingir o potencial de vendas real. Muitos aplicadores nem ofertam esse tipo de produto, talvez por falta de conhecimento ou por não ter os argumentos técnicos que comprovam a necessidade de troca e as implicações que a falta dessa ação pode ocasionar.
Mesmo assim, Gonçalves destaca que o setor automotivo está constantemente buscando melhorias para atender aos padrões de emissões, regulamentações ambientais e proporcionar um ambiente mais saudável para os ocupantes dos veículos. 
As inovações dos últimos anos contemplam o desenvolvimento de filtros com maior eficiência na retenção de partículas, incluindo partículas finas e poluentes específicos, a utilização de materiais inovadores, como nanofibras ou materiais antimicrobianos, para melhorar a eficiência na captura de partículas e reduzir a proliferação de microrganismos no filtro.
Além disso, podemos citar a integração de sensores e sistemas de monitoramento para avaliar, em tempo real, a qualidade do ar dentro da cabine, o que permite aos motoristas e operadores do veículo estar cientes das condições e tomar medidas adequadas. Filtros mais compactos e leves, sem comprometer a eficácia para otimizar o espaço na cabine e reduzir o peso do veículo, também merecem destaque.
“O maior avanço nessa linha de produtos foi, com certeza, o desenvolvimento dos meios filtrantes, que aumentaram sua capacidade de retenção de partículas e também avançaram muito no que diz respeito a busca por opções de tratamento de questões como as que aconteceu durante a pandemia e alergias que surgiram após esse período” – complementa Bonifácio.

Atenção com a troca e manutenção
Uma coisa evidente e fundamental, independente da época, é em relação a manutenção desse equipamento. Ontem, hoje e sempre a troca desse equipamento deve estar em dia, já que um filtro saturado, além de prejudicar o próprio sistema de ar-condicionado, não irá filtrar adequadamente o ar externo, o que pode gerar fungos e bactérias para o interior do veículo, ocasionando desconforto e prejudicando a saúde dos passageiros como um todo, principalmente com questões respiratórias. 
Outra dica de segurança é com relação ao ar quente. É importante que seja mantido o fluxo de saída de ar dos dutos para que em situações de chuva e vidros embaçados, ao ligá-lo, as gotas evaporem rapidamente restabelecendo uma visão segura para o motorista. 
De maneira geral, a manutenção regular do filtro de cabine deve ser realizada a cada 6 meses ou 10 mil km rodados. Vale ressaltar que este intervalo pode variar de acordo com cada fabricante e com o tipo de região em que o veículo circula com maior frequência. Sua vida útil depende do ambiente onde trafega. Em vias urbanas, com alto tráfego de caminhões, ou em estradas de terra, por exemplo, o filtro chega a se desgastar mais rapidamente.  
Para circulação em condições normais, recomendamos que a troca seja realizada uma dentro das recomendações do fabricante. Lembrando que, um filtro saturado diminui a vazão de ar, a força o sistema de ventilação e a refrigeração. Com isso, até mesmo o consumo de combustível pode aumentar. 
A inspeção visual do filtro usado é o principal método para a indicação da necessidade de substituição. Se estiver sujo e escuro, é sinal de saturação. Alguns sinais de desgaste, o próprio motorista pode reconhecer, entre eles podemos destacar a redução do fluxo de ventilação, presença de odores desagradáveis e, em casos extremos, partículas visíveis nas saídas do ar-condicionado.
Em contrapartida é preciso ficar atento a um tipo específico de filtro: o de carvão ativado, capaz também de reter odores. De cor cinza-escura quando novo, este filtro pode ser confundido com um filtro saturado. Por isso, é válido prestar atenção também na quantidade de impurezas, e não somente na cor do filtro antigo.
Vale enfatizar que o uso de jatos de ar comprimido para limpeza do componente não é aconselhável, uma vez que pode ocorrer a ruptura do papel filtrante, isso porque a sensibilidade do filtro de cabine é grande e quando se utiliza qualquer artifício agressivo para limpeza a peça será danificada. Sendo assim, a recomendação de todos os fabricantes é nunca optar pela limpeza e, sim, pela troca por um novo componente.

O futuro do setor
Segundo Gonçalves, mesmo com todos os avanços, ainda existe um grande potencial para novas tecnologias. Os filtros biofuncionais são um bom exemplo disso, uma vez que muitos clientes e fornecedores ainda não os têm na sua gama, e os que já oferecem são uma pequena percentagem do mercado total. 
Por outro lado, como nenhum microrganismo pode ser neutralizado sem ser filtrado antes, a eficiência da filtração é mais importante do que nunca e um argumento para os filtros de nanofibras, já que garantem uma filtragem confiável durante a vida útil do filtro e que os contaminantes possam ser neutralizados. 
“Destaco especialmente que a filtragem de vírus intensificou o interesse nos filtros HEPA para carros e caminhões, onde é possível oferecer um sistema de filtragem estática de vários estágios ou nosso sistema de filtro de ar Smart Cabin, que é mais compacto e garante o uso inteligente de espaço e energia” – explica o engenheiro da MANN FILTER.
O filtro HEPA, que significa “High Efficiency Particulate Air” (Ar de Partículas de Alta Eficiência) é um tipo de filtro de ar altamente eficiente, capaz de capturar uma ampla variedade de partículas muito pequenas, incluindo pólen, poeira, ácaros, bactérias e vírus, são compostos por uma malha de fibras dispostas aleatoriamente, geralmente de fibra de vidro, com diâmetros entre 0,5 e 2 µm 2.

Eles são projetados para reter com eficiência partículas muito finas, mas vale ressaltar que não filtram gases e moléculas odoríferas. Assim, é importante mencionar que as circunstâncias que exigem a filtragem de compostos orgânicos voláteis, vapores químicos, odores de cigarros, animais domésticos etc, requerem o uso de filtros de carvão ativado em lugar ou em conjunto com os filtros HEPA.
Para Bonifacio, o mercado e especialmente a Filtros Brasil tem buscado compreender quais são as maiores necessidades relacionadas principalmente a saúde que envolvem usuários de veículos no Brasil e avançar nos estudos para cada dia oferecer mais qualidade de vida aos seus clientes.
O ambiente interno do veículo é naturalmente um ambiente propício a proliferação de microrganismos, também de acúmulo de sujidades que são danosas a saúde humana. O filtro de cabine tem por função a importância de cuidar desse ambiente interno do veículo reduzindo e eliminando os possíveis fatores que possam contribuir com problemas como alergias e problemas respiratórios.

O fato é que, esses equipamentos desempenham um papel crucial na manutenção da qualidade do ar dentro do ambiente da cabine. A filtragem eficaz desses alérgenos pode ajudar a prevenir alergias e irritações respiratórias. Desta forma, o equipamento auxilia a reduzir a exposição dos ocupantes a partículas suspensas no ar, o que é particularmente importante para motoristas. 
“Um ambiente de cabine mais limpo e saudável contribui para o conforto e isso, por sua vez, pode ter um impacto positivo na produtividade e no bem-estar dos motoristas e passageiros” – finaliza Gonçalves. 

Contato das empresa
Filtros Brasil: www.filtrosbrasil.com.br
MANN FILTER: www.mann-hummel.com