No mês de outubro tivemos o pior desastre ambiental marítimo na Nova Zelândia, fruto de um vazamento de óleo por conta de um cargueiro que ficou encalhado na barreira de corais de Astrolabe.
Catástrofes acontecidas por conta de vazamento de óleo deram ao homem ao longo dos anos a total percepção do quão importante é intervir e controlar a utilização deste produto que ao mesmo tempo em que se mostra tão importante para o avanço da humanidade, se mostra também devastador à ela.
O óleo está presente em máquinas hidráulicas e também é peça chave no funcionamento de qualquer tipo de motor. É ele o responsável por lubrificar e não permitir a corrosão das peças. Em contato com o meio ambiente, no entanto, ele pode ter um efeito não muito positivo. Na água, por exemplo, o óleo é responsável pela eliminação do oxigênio, necessário para a sobrevivência de várias espécies marítimas. Este produto também contamina o solo e o torna improdutivo, eliminando desta maneira, a possibilidade de desenvolvimento da agricultura.
Com a utilização de carros e a necessidade de limpeza e troca de óleos cada vez maiores em postos de combustível, o problema chegou também as grandes cidades e medidas foram necessárias para se preservar o meio ambiente. A lavagem de veículos sempre resulta em um despejo que contém quantidades razoáveis de óleos e graxas. Esse despejo chega através de canais ligados às caixas de inspeção, que, por sua vez, estão conectados aos coletores de esgotos, podendo causar, entre outras coisas, a obstrução das redes e danos aos equipamentos e instalações das Estações de Tratamento de Esgotos. Nas trocas de óleo também sempre há respingos fora do recipiente de óleo usado. Com o tempo, o chão e as paredes das valas ficam sujos e ao lavar-se o local, o óleo acaba chegando até a rede de esgoto.
Um dos meios para ajudar a amenizar e controlar este problema foi a instalação de separadores de óleos nos estabelecimentos. "Desde que foi fundada, em agosto de 2001, a Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos para Postos de Serviços (ABIEPS) sempre defendeu a criação de regulamentos mais justos para adequação ambiental em postos de combustíveis conforme mandam a Resolução 273 do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente)", explica Edgard Laborde, assessor da diretoria da ABIEPS e consultor de meio ambiente.
"A entidade encara com bons olhos a obrigatoriedade da caixa separadora de água e óleo em postos de combustíveis, como forma de prevenir contaminação do solo, uma vez que o óleo é um produto altamente poluente", acrescenta. "A caixa separadora de água e óleo tem papel fundamental na proteção ambiental na área ocupada pelos postos. O sistema separa a água do óleo vindo da lavagem de autos, abastecimento de veículos, descarga de combustível e troca de lubrificantes, dando destinação correta para cada um. A água segue para rede coletora de esgoto já tratada, enquanto o óleo é segregado em reservatório específico para destinação correta, conforme determina a legislação em vigor", conclui.

São sistemas usados para receber efluentes e águas contaminadas com óleos e graxas de áreas de manutenção, lavagem de veículos, máquinas em oficinas mecânicas e através da utilização de um método físico, fazer a separação da água e do óleo.
"O líquido contaminado é obrigado a passar pelo bloco. A água flui normalmente, mas o óleo é retido. Por ter a densidade menor que a da água, o óleo sobe para a superfície do sistema e posteriormente é recolhido por tubos coletores e levado a um depósito específico onde fica armazenado", explica Alberto Abrikian, diretor de Engenharia da Ecosan. "O sistema é colocado dentro de tanques que podem ser fabricados tanto em concreto, como em aço carbono, dependendo do tamanho que é necessário, compensa utilizar-se de um tanque construído de concreto", salienta.
Para o bom funcionamento da máquina deve evitar a introdução de sólidos grosseiros no interior do sistema. Para que isso não ocorra, sugere-se a instalação de uma grade antes da entrada da caixa de areia. A caixa de areia deverá ser limpa quando o volume de sólidos sedimentados atingirem a metade do volume útil da caixa. A limpeza evita a obstrução das tubulações e aberturas de escoamento. Já a remoção do óleo poderá ser feita pelo dispositivo de drenagem próprio ou, caso tenha-se optado pela não construção do sistema, através de baldes.


"Em um posto de combustíveis, são utilizados Sistemas Separadores de Óleo na área da pista (onde os carros são abastecidos) e no lava-rápido. Porém esse sistema deve ser aplicado em qualquer segmento que trabalhe com óleos e graxas, como oficinas mecânicas, garagens de ônibus, concessionárias, indústrias em geral, entre muitos outros", disse Solange Zeppini, Gerente de Marketing do Grupo Zeppini.
Além desses, os separadores também são bastante encontrados em refinarias e indústrias químicas. Na hora em que for feita a sua instalação, alguns requisitos devem ser levados em conta. Por exemplo, a localização do sistema de remoção de areia e óleo deverá estar distante de locais de tráfego intenso, evitar proximidade de locais de escoamento de águas pluviais e promover desníveis de modo a aproveitar a ação da gravidade para escoamento.

"O processo utiliza a diferença de densidade para separar o óleo da água. As águas oleosas são introduzidas no sistema e passam através de uma chicana de forma a orientar o fluxo e quebrar a energia", orienta Alberto da Ecosan. "A seguir, o efluente passa por blocos de placas onduladas colocadas à 45º onde os óleos são interceptados de forma que as partículas separadas aglutinam-se no topo das ondulações das placas e pelo efeito da inclinação, fluem para cima. Na superfície o óleo é removido por meio de um tubo coletor", completa.
"O Separador de Água e Óleo da Hydro Z é composto por 4 módulos: Gradeador (que elimina sólidos como pedras, folhas, bitucas de cigarro, entre outras), Caixa Separadora (onde é realizada a separação entre água e óleo), Módulo de Coleta Óleo (onde ficará armazenado o óleo após a separação), Módulo medidor de vazão/coleta de amostras (que serve para verificar se a vazão do sistema esta de acordo com o dimensionado, e também coletar amostras que serão enviadas ao laboratório para verificar se o tratamento esta sendo feito adequadamente)", afirma Solange Zeppini. "O sistema atua em quatro etapas, passando pelos módulos citados acima que irão garantir a melhor qualidade do efluente. Ao final do processo o óleo será armazenado em um módulo específico", reforça.


Muito simples, os sistemas de separação de água e óleo quase não necessitam de manutenção. A caixa de areia, no entanto, deverá ser limpa, quando o volume de sólidos sedimentados atingirem a metade do volume útil da mesma. As tampas das caixas deverão ser removíveis, de fácil acesso e fiscalização. Poderá ser concreto ou chapas metálicas. Os tubos de escoamento hidráulico de entrada, ligação entre as caixas e saída do sistema podem ser de cerâmica ou PVC. "A manutenção vai variar de acordo com o dimensionamento do sistema e uso, a manutenção do sistema Hydro Z é muito simples de ser realizada, bastando remover o óleo do módulo específico, e fazer pequenas limpezas na Caixa Separadora de Água e Óleo", garante Solange da Zeppini.
"Ele não pede contínua assistência ao equipamento. Mas as vezes pedimos para o cliente tirar o bloco para ver se tem alguma no sistema, senão houve uma interferência externa, por exemplo, um animal que acabou entrando dentro do sistema ou então senão há o acúmulo de sujeira excessivo", observa Alberto da Ecosan.


Por se tratar de um processo físico, não necessita monitoramento sistemático. Além disso, o sistema ocupa uma área muito menor, suas placas aumentam a superfície de separação em função da superposição de um número de planos dispostos um sobre o outro; eliminam fatores hidráulicos tais como: passagens diretas, turbulências e efeito do vento. "O sistema não possui nada elétrico, não precisa de acionamentos e nem de controle técnico", explica Alberto da Ecosan. "Por ser um sistema compacto, ele não sofre também ação do vento e nem turbulências", finaliza.