A Influência Do Dólar Na Economia Brasileira
Por Anderson V. Da Silva
Edição Nº 53 - Novembro/Dezembro de 2011 - Ano 10
Muitas pessoas se intrigam com as oscilações ocorridas com a moeda norte-americana em nosso país e, principalmente, o grande alvoroço causado por essas oscilações.
Muitas pessoas se intrigam com as oscilações ocorridas com a moeda norte-americana em nosso país e, principalmente, o grande alvoroço causado por essas oscilações. Mas afinal, o que temos a ver com isso, quais as causas e porque o nosso governo luta para manter a estabilização da moeda norte-americana e a nossa moeda desvalorizada?
Inicialmente vamos a algumas definições: o dólar só aumenta ou diminui devido à lei que ocorre em qualquer negociação empresarial e econômica - a lei da oferta e procura, ou seja, quanto mais procura a moeda tem, maior será o valor dela no mercado. Em contrapartida, se há mais dólares no mercado do que pessoas procurando, o dólar baixa.
Outros fatores de suma importância também são considerados para que estas oscilações ocorram, que implicam diretamente na primeira lei de oferta e procura, dentre as quais vou citar algumas que julgo mais importantes.
A expressão risco-país ou risco-Brasil é um indicador denominado Emerging Markets Bond Index Plus (EMBI+), utilizado nos países emergentes e que tenta definir o grau de instabilidade econômica do país, o que indica aos grandes investidores de fora como anda nossa economia e qual o "perigo" de se investir no Brasil. Quanto maior for este índice, menor será a capacidade do país de captar investimentos de fora; em contrapartida, quanto menor o índice, maior a atração aos investidores que injetam dólares em nossa economia e assim, voltamos novamente à primeira lei - oferta e procura: com mais dinheiro na economia, o dólar tende a baixar.
Segundo o economista da Austin Rating, Alex Agostini, a queda do risco-país reflete, entre outros fatores, o maior interesse de investidores estrangeiros pelo Brasil. Ele complementa: "É a sensação de confiança do investidor no Brasil".
O menor índice alcançado pelo Brasil foi 137 em maio de 2007. Em comparação, em 11 de outubro deste ano (2011), o Brasil estava com índice de 226.
O governo brasileiro, ao perceber uma oscilação muito grande da moeda americana, interfere no mercado tentando manter a moeda estabilizada e nosso real desvalorizado. Essa medida é tomada para tornar os produtos brasileiros mais competitivos no mercado internacional, uma vez que o Brasil, por não possuir um mercado interno forte, depende muito das exportações e importações que impulsionam o crescimento, e geram emprego e renda. Segundo informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, atualmente cerca de 21,4% do PIB brasileiro correspondem a importações e exportações.
Tomando como base a crise americana em 2008, durante a qual tivemos a oscilação de 31,7% de alta no período de fevereiro a dezembro, o governo brasileiro tomou algumas medidas para tentar frear o crescimento acelerado, como por exemplo, o aumento do limite de dedução de compulsórios e a ampliação da linha de crédito para exportações, entre outras medidas.
No início de outubro, o mercado brasileiro foi afetado mais uma vez pela alta desestabilização da moeda americana, reflexo das consequencias da crise européia, e o governo precisou intervir novamente para conter essa elevação.
Assim, anunciou em 3 de outubro de 2011 pelo Banco Central, a mais forte intervenção no mercado futuro de câmbio desde o agravamento da crise financeira internacional. Em valores, a operação equivaleu à oferta de US$ 5,348 bilhões injetados no mercado futuro, até então a maior operação de swap cambial do ano.
Dólar baixo
A queda do dólar em relação ao real tem prejudicado dois grupos de empresas no Brasil:
- As que são voltadas para as exportações;
- E as que atuam no mercado interno e sofrem com a concorrência do produto importado.
O que acontece:
O real valorizado deixa os produtos brasileiros mais caros no mercado internacional, o que reduz a competitividade em relação aos artigos de outros países, especialmente da China.
As empresas que atuam no mercado interno acabam sendo prejudicadas pela maior entrada de produtos importados no país, onde os consumidores podem optar por produtos de outros mercados que ofereçam preços mais competitivos.
Dólar alto
O aumento do dólar prejudica as empresas que atuam com importação e com o mercado interno.
O que acontece:
As empresas do mercado interno são prejudicadas, pois equipamentos eletrônicos e bens duráveis ficam mais caros, porque geralmente possuem em seus produtos matérias-primas ou componentes importados. As empresas que atuam no comércio internacional são afetadas diretamente pela alta do dólar.
Segundo comentário de Miriam Leitão no programa Bom dia Brasil em 13 de setembro (2011), com o aumento do dólar os commodities começam a subir e demais itens, como combustíveis e alimentos, também sofrem essa influência, impactando diretamente na inflação, ou seja, "dólar subindo é mais inflação, dólar caindo é risco de desindustrialização".
Este artigo foi baseado em trabalho acadêmico para o curso de pós-graduação em Gestão Empresarial, desenvolvido pelos alunos - Anderson Vicente da Silva, Luiz Marcelo Denis, Thais Cristina Silva e Fernanda Cristina B. da Silva.
Inicialmente vamos a algumas definições: o dólar só aumenta ou diminui devido à lei que ocorre em qualquer negociação empresarial e econômica - a lei da oferta e procura, ou seja, quanto mais procura a moeda tem, maior será o valor dela no mercado. Em contrapartida, se há mais dólares no mercado do que pessoas procurando, o dólar baixa.
Outros fatores de suma importância também são considerados para que estas oscilações ocorram, que implicam diretamente na primeira lei de oferta e procura, dentre as quais vou citar algumas que julgo mais importantes.
A expressão risco-país ou risco-Brasil é um indicador denominado Emerging Markets Bond Index Plus (EMBI+), utilizado nos países emergentes e que tenta definir o grau de instabilidade econômica do país, o que indica aos grandes investidores de fora como anda nossa economia e qual o "perigo" de se investir no Brasil. Quanto maior for este índice, menor será a capacidade do país de captar investimentos de fora; em contrapartida, quanto menor o índice, maior a atração aos investidores que injetam dólares em nossa economia e assim, voltamos novamente à primeira lei - oferta e procura: com mais dinheiro na economia, o dólar tende a baixar.
Segundo o economista da Austin Rating, Alex Agostini, a queda do risco-país reflete, entre outros fatores, o maior interesse de investidores estrangeiros pelo Brasil. Ele complementa: "É a sensação de confiança do investidor no Brasil".
O menor índice alcançado pelo Brasil foi 137 em maio de 2007. Em comparação, em 11 de outubro deste ano (2011), o Brasil estava com índice de 226.
O governo brasileiro, ao perceber uma oscilação muito grande da moeda americana, interfere no mercado tentando manter a moeda estabilizada e nosso real desvalorizado. Essa medida é tomada para tornar os produtos brasileiros mais competitivos no mercado internacional, uma vez que o Brasil, por não possuir um mercado interno forte, depende muito das exportações e importações que impulsionam o crescimento, e geram emprego e renda. Segundo informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, atualmente cerca de 21,4% do PIB brasileiro correspondem a importações e exportações.
Tomando como base a crise americana em 2008, durante a qual tivemos a oscilação de 31,7% de alta no período de fevereiro a dezembro, o governo brasileiro tomou algumas medidas para tentar frear o crescimento acelerado, como por exemplo, o aumento do limite de dedução de compulsórios e a ampliação da linha de crédito para exportações, entre outras medidas.
No início de outubro, o mercado brasileiro foi afetado mais uma vez pela alta desestabilização da moeda americana, reflexo das consequencias da crise européia, e o governo precisou intervir novamente para conter essa elevação.
Assim, anunciou em 3 de outubro de 2011 pelo Banco Central, a mais forte intervenção no mercado futuro de câmbio desde o agravamento da crise financeira internacional. Em valores, a operação equivaleu à oferta de US$ 5,348 bilhões injetados no mercado futuro, até então a maior operação de swap cambial do ano.
Dólar baixo
A queda do dólar em relação ao real tem prejudicado dois grupos de empresas no Brasil:
- As que são voltadas para as exportações;
- E as que atuam no mercado interno e sofrem com a concorrência do produto importado.
O que acontece:
O real valorizado deixa os produtos brasileiros mais caros no mercado internacional, o que reduz a competitividade em relação aos artigos de outros países, especialmente da China.
As empresas que atuam no mercado interno acabam sendo prejudicadas pela maior entrada de produtos importados no país, onde os consumidores podem optar por produtos de outros mercados que ofereçam preços mais competitivos.
Dólar alto
O aumento do dólar prejudica as empresas que atuam com importação e com o mercado interno.
O que acontece:
As empresas do mercado interno são prejudicadas, pois equipamentos eletrônicos e bens duráveis ficam mais caros, porque geralmente possuem em seus produtos matérias-primas ou componentes importados. As empresas que atuam no comércio internacional são afetadas diretamente pela alta do dólar.
Segundo comentário de Miriam Leitão no programa Bom dia Brasil em 13 de setembro (2011), com o aumento do dólar os commodities começam a subir e demais itens, como combustíveis e alimentos, também sofrem essa influência, impactando diretamente na inflação, ou seja, "dólar subindo é mais inflação, dólar caindo é risco de desindustrialização".
Este artigo foi baseado em trabalho acadêmico para o curso de pós-graduação em Gestão Empresarial, desenvolvido pelos alunos - Anderson Vicente da Silva, Luiz Marcelo Denis, Thais Cristina Silva e Fernanda Cristina B. da Silva.
Gerente de desenvolvimento e criação da L3ppm, editora das Revistas Meio Filtrante e Revista TAE, formado em sistemas de informação pela Fundação Santo André e Pós-graduado em Gestão Empresarial pela FATEC-SP. |