A feira da Metalurgia está consolidada como o segundo maior e importante evento da indústria de fundição do Brasil. Realizada em Joinville a cada biênio, neste ano ocorreu de 14 a 17 de setembro, com a 7ª edição em abrangência internacional. A exposição recebeu 23 mil visitantes, 15% acima do público de 2008, vindos de 19 países e 14 estados brasileiros, com maior representatividade dos segmentos de fundição e automotivo. A previsão dos organizadores é que a geração de negócios durante a feira e nos seis meses seguintes supere os R$ 450 milhões, em função de negociações e contatos iniciados no evento. 
A Metalurgia 2010 reuniu 450 expositores nos segmentos de fundição, siderurgia, forjaria, alumínio, serviços, educação e outros. Os principais setores e produtos presentes no evento: matérias-primas, insumos, máquinas e equipamentos, laboratório, ensaios, pesquisa, ensino, meio ambiente, fundidos, forjados, estamparias, laminados, siderurgia, modelação e ferramentarias, projetos, acabamentos, automação, manutenção industrial, segurança do trabalho e publicações técnicas.       
O setor de fundição terminou os sete primeiros meses do ano com produção de 1,818 milhões de toneladas. O resultado é 53% maior ao registrado em 2009, mas ainda está 12% abaixo do alcançado em 2008. Em contrapartida, a exportação obteve números importantes no acumulado de 2010: ao todo, já foram exportadas 239.818 toneladas, entre fundidos de aço, ferro e metais não ferrosos. Este avanço representa 50,6% a mais que o obtido em 2009. Em valores, a exportação soma U$ 630,883 milhões. O que se pode deduzir desses resultados é que o setor vem recuperando os níveis de produção e faturamento que perdeu por conta da crise internacional, mas ainda está significativamente abaixo dos bons resultados registrados em 2008, ou seja, antes da eclosão da crise.               
Os fabricantes de forjados e fundidos, principalmente para a indústria automobilística, possivelmente estariam em boa situação se não tivessem que enfrentar competidores estrangeiros agressivos, que invadem o mercado nacional com preços atrativos. O crescimento das importações foi acentuado depois da crise financeira internacional, mas abriu oportunidades em solo brasileiro. O real forte e toda sorte de custos extras agravam as dificuldades dos empreendimentos de porte. Desta forma, a evolução no preço do aço nem chega ao topo das preocupações dos empresários do setor, que acompanham a cotação de metais não ferrosos mais nobres, como alumínio, cobre, latão e zinco negociados pela London Metal Exchange, bolsa que também regula a demanda de sucata de ferro e do aço.    


A Tupy como maior fundição da América Latina e uma das cinco do mundo que atendem ao mercado automotivo, novamente fez de sua presença da Metalurgia ocupando a maior área entre todas as negociadas, cerca de 400 m². O veículo que de fato movimentou o estande da Tupy, atraindo uma multidão de curiosos, foi um carro Toyota Camry, da Fórmula Nascar, trazido dos Estados Unidos especialmente para a exposição. O motor desse veículo, desenvolvido pela Toyota Racing Development (TRD), está montado em um bloco fabricado pela Tupy em ferro fundido vermicular. 
A Votorantim Metais esse ano participou com o lançamento do manual Zamac, suprindo a carência de informação técnica desse produto no mercado. "A feira é estratégica pela força do pólo industrial da região que viabiliza oportunidades em zinco (presente na feira) e alumínio", afirma Nataly Yuko Yoshino, do marketing de zinco da Votorantim Metais.
A Vick levou para a Metalurgia uma inovação tecnológica para as fundições, um equipamento que permite reciclagem e quase 100% de reaproveitamento da areia de fundição, o que lhe atribui o conceito de sustentabilidade.
O Grupo Voges, uma das maiores fundições do Brasil, marcou presença estratégica na feira. A empresa está construindo uma nova unidade industrial que amplia a capacidade produtiva em 80%, com início de operação previsto para 2012.  
A Renner Têxtil, líder nacional em fabricação de não tecidos, trouxe as novidades em têxteis para filtração de particulados: mangas cerâmicas Pyrotex para filtração de dioxinas e furanos; mangas de Nomex KD para filtração otimizada de partículas com menos de 2,5 micra em altas temperaturas e Renner Sontara para filtração de óleo de corte.