Remoção De Verniz, A Última Fronteira
Por Willian Castro
Edição Nº 47 - Novembro/Dezembro de 2010 - Ano 9
A evolução das exigências de desempenho para máquinas nas mais diversas aplicações tem levado à criação de óleos lubrificantes cada vez mais específicos e caros.
Historicamente, esta busca se revelou na evolução do cuidado tomado com o óleo lubrificante durante seu uso. Inicialmente, a preocupação maior era a remoção de partículas do óleo.
Esta preocupação levou à criação de sistema de filtragem, primeiramente nominal (baixa eficiência) e posteriormente a filtragem absoluta (com eficiências acima de 99.99%). Sistemas de lubrificação e hidráulicos em todas as indústrias foram equipados com filtros dos mais diversos tamanhos e fabricantes. Ainda que a eliminação da contaminação por partículas sólidas seja uma batalha diária, esta já é uma tecnologia conhecida e aceita pelo mercado.
Na seqüência ao controle da contaminação por partículas, o próximo alvo foi a contaminação pela água. Longe vai o tempo em que uma boa rotina de manutenção incluía a abertura da válvula de dreno de reservatórios de óleo para remover a água decantada. Atualmente a utilização de centrífugas, sistemas de termovácuo, filtros com tecnologia adsorvente incorporada, já possibilitam a qualquer empresa o total controle da contaminação por água. A utilização destas tecnologias, contudo, não tem sido adotada em uma grande parte da indústria nacional.
A etapa faltante para estender a vida indefinidamente do óleo é evitar seu envelhecimento. O envelhecimento do óleo é a perda de suas funções causada pela eliminação de aditivos e pela formação e acumulação de verniz. Estas duas "doenças" estão associadas, como veremos abaixo.
É um depósito de um material, fino, duro, brilhoso e de difícil dissolução; composto por resíduos orgânicos. Não é de fácil remoção, é resistente a solventes saturados, aderindo fortemente a superfícies metálicas.
A formação de verniz segue um padrão de eventos que pode ser descrito abaixo:
a presença de partículas e água (que agem como aceleradores) conjuntamente com pressões e temperaturas médias a altas, levam o óleo lubrificante a reagir quimicamente com o oxigênio presente no ar e também com aquele dissolvido no próprio óleo. Como resultado desta oxidação, surgem radicais livres que levam à formação de compostos ácidos, ésteres, alcoóis e lactonas. Os aditivos antioxidação existentes no óleo, capturam estas substâncias, tentando neutralizá-las. Isso leva à redução dos aditivos no óleo.
a reação dos compostos formados pela oxidação com os aditivos anti-oxidantes na presença de pressão e temperatura, cria novas moléculas de cadeia maior. Estas moléculas (polímeros) são mais pesadas, polares e pouco solúveis.
a presença dos polímeros acentua-se no óleo até o momento em que este óleo não mais consegue mantê-los solúveis.
os polímeros não mais dissolvidos no óleo começam a precipitar dentro do reservatório. Esta precipitação é acentuada pela alteração da solubilidade do óleo, ou seja, quando há o resfriamento do óleo, este libera quantidades altas de polímeros que são prontamente precipitados.
por serem partículas polares, os polímeros começam um processo de aglutinação. Assim, partículas que inicialmente tinham 0.08 mícron agora passam a ter 1 mícron ou mais.
estas partículas, ainda com característica polar, começam a formar depósitos, revestir componentes e mesmo causar entupimentos no sistema hidráulico.
1– Limpeza mecânica do sistema hidráulico ou de lubrificação: Aguarda-se até que o estado do óleo não permita mais utilização; remove-se o óleo, executa-se o flushing de todo o equipamento e coloca-se uma nova carga de óleo.
2– Microfiltragem: Utilizam-se filtros de baixíssima micragem, removendo-se todas as partículas presentes no óleo, sejam elas metálicas, polímeros ou mesmo os aditivos existentes. Exige-se normalmente a substituição do óleo por nova carga. O resultado desta filtragem não possui as mesmas características do óleo original. O verniz que se encontrar dissolvido no óleo não é removido.
3– Filtragem eletrostática: Utilizam-se placas metálicas, carregadas eletricamente. Estas placas atraem uma parte dos polímeros existentes no óleo, reduzindo a quantidade de verniz. As características do óleo não retornam à condição original. O verniz que se encontrar dissolvido no óleo não é removido.
4– Remoção do verniz dissolvido: A utilização de um sistema de remoção de verniz dissolvido (Soluble Varnish Removal – SVR) elimina toda a carga de verniz que estiver dissolvido no óleo. Com esta remoção, o óleo é capaz de dissolver o verniz que estiver depositado no equipamento. Este novo verniz também é removido do equipamento. O processo se repete até que todo o óleo esteja livre de contaminação por verniz.
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