Como Saber O Sistema De Filtragem Ou Filtro Correto Para Seu Produto
Por Cristiane Rubim
Edição Nº 71 - Novembro/Dezembro de 2014 - Ano 13
Os clientes têm dúvidas frequentes na hora de requisitar um sistema de filtragem ou filtro que garanta o melhor desempenho da produção e atenda às necessidades específicas do seu produto
Os clientes têm dúvidas frequentes na hora de requisitar um sistema de filtragem ou filtro que garanta o melhor desempenho da produção e atenda às necessidades específicas do seu produto. A par desta realidade de mercado, cada fabricante desenvolveu seu método para abordar parâmetros e informações que forneçam o perfil exato do que o cliente precisa. Com estes dados em mãos, o fornecedor consegue dimensionar e definir de forma correta o sistema de filtragem ou filtro adequado à solicitação do cliente, gerando economia.
"A experiência é fator determinante na definição do sistema de filtragem. É imperativo ter conhecimento dos diversos processos produtivos e saber como eles funcionam. A definição de um sistema de filtragem por uma pessoa que não conhece as características do processo pode ser desastrosa", afirma Valdir Montagnoli, gerente de produtos da Laffi Filtration.
O primeiro item que se deve saber para o correto dimensionamento de um sistema de filtração de processo, segundo Edison Ricco Jr., da engenharia de aplicação da Apexfil, é qual o resultado final esperado, o que se deseja filtrar efetivamente, para que se verifique qual o tipo adequado. "Não há um único, existem muitos tipos de filtros e sistemas. Para uma mesma situação, podem-se encontrar diferentes tipos, por exemplo, filtração sólido-líquido, gás-líquido, líquido-líquido etc. O melhor está relacionado à qualidade final do produto e qual o investimento direcionado ao sistema de filtração", aponta.
Outro item muito importante a ser levantado na hora de dimensionar um sistema de filtração ou filtro, conforme Ricco Jr., é a perda de carga do sistema. "Qualquer filtro, por mais simples que seja, terá uma perda de carga, que aumentará de acordo com o tempo de uso e/ou a quantidade de partículas no sistema", explica. Além deste item, o especialista diz que é muito comum perguntarem se o sistema ou o filtro terá uma grande perda de pressão. Muitas vezes também, falta entendimento com quem está especificando o processo de filtração. "Houve casos nos quais se desejavam retirar partículas de 0,1 a 1.000 micra num único estágio de filtração", relata.
Ele cita ainda que há situações nas quais em um processo há um filtro instalado há mais de cinco anos no sistema e é muito bom, mas o manômetro diferencial nunca subiu. "Obviamente, este sistema não está funcionando de forma adequada por conta de alguma falha no processo de filtração, por exemplo, um possível colapso do elemento filtrante ocasionará em perda de carga quase nula. Com isso, o manômetro diferencial não subirá mesmo com o processo falho", adverte.
Para Anderson Silva, da diretoria industrial da Newtec, é necessário saber todas as características do sistema para se ter certeza do que realmente o cliente precisa. "Normalmente, solicitamos ao nosso cliente o esquema hidráulico da máquina e as características do fluido a ser filtrado. Durante a visita técnica, tentamos obter o maior número possível de informações do sistema que necessita do filtro", esclarece.
Para coletar as informações de processo independentemente do fluido a ser filtrado e definir corretamente o equipamento para o cliente, a Filtros Barra utiliza como sistemática um formulário de check-list. "Com estas informações, nossa engenharia de produtos terá condições de especificar o equipamento adequado à finalidade do processo", afirma Airton Rockenbach, gerente comercial da empresa.
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Orientações
O cliente deve conhecer as características do seu produto, levantar as informações e parâmetros necessários e seguir as orientações e procedimentos do fornecedor para facilitar o trabalho de dimensionamento do filtro ou sistema de filtragem correto.
Os parâmetros mínimos necessários indicados por Valdir Montagnoli, da Laffi, para definir um sistema de filtragem são: tipo de fluido, viscosidade, pH, temperatura de operação e pressão de operação. "Além destes, é muito importante saber qual é o ‘grau de filtragem desejado e o tipo de contaminante a ser removido’." A maioria dos clientes desconhece os parâmetros necessários. "Estes dois são provavelmente os mais importantes para o dimensionamento do filtro." Segundo ele, mais uma vez, a experiência é imprescindível. "Nestes casos, o conhecimento adquirido em aplicações similares será determinante na definição do grau de filtragem do elemento filtrante", ressalta. É importante também, conforme diz, "o cliente definir claramente qual o objetivo da filtragem e qual a qualidade que deseja obter após a filtragem".
Para fazer o levantamento dos dados, alguns fabricantes dispõem de um questionário de filtração que aborda todas as informações necessárias para o correto dimensionamento e eficiência do sistema. "Entre os itens, estão: tipo e viscosidade do fluido, análise granulométrica, pressão e vazão de sistema, máxima perda de carga admissível e tipo de sistema de filtração." Algumas informações não estão disponíveis, porém, quanto mais informações ou informações precisas, mais correto será o novo sistema de filtração. "Existem alguns sistemas críticos, onde um sistema de filtração é de extrema importância. Nestes casos, as informações devem ser completas", especifica Ricco Jr., da Apexfil.
No formulário de check-list da Filtros Barra, são solicitadas informações imprescindíveis referentes ao processo, como fluido, pressão de operação, vazão, temperatura de operação, viscosidade e micragem. Na hora de preenchê-lo, se o cliente não dispor de detalhes imediatos, o corpo técnico da empresa realiza visitas e apura em campo os parâmetros necessários para orientar e definir qual o melhor sistema. "Com este trabalho, há garantia de melhor resultado tanto para a proteção de sistemas diversos como para o produto final", salienta.
No esquema hidráulico da máquina que a Newtec solicita ao cliente, já constam todas as características para fornecer um filtro compatível com a necessidade do cliente. Quando o cliente não tem este esquema, a empresa solicita as características principais do sistema: vazão de bomba e do retorno, pressão do sistema, temperatura de trabalho, tipo e viscosidade do fluido, turno de trabalho da máquina – exemplo: 8, 12 ou 24 horas – e a micragem – caso o cliente não a tenha, é preciso saber quais os principais componentes da máquina que devem ser protegidos. "Nestes casos, as características dos nossos filtros não são o foco.
O principal objetivo é atender o cliente e saber as características de sua máquina para oferecer o que ele realmente precisa", ressalta Anderson Silva.
Ele cita como exemplo o sistema com o óleo limpo, que economiza com manutenção da máquina, bombas, cilindros e válvulas. O "óleo novo não é óleo limpo", o que significa que precisa ser filtrado, porque, mesmo sendo novo, vem com grande quantidade de partículas que podem danificar o sistema. Para evitar a troca de componentes por desgaste e, consequentemente, ter economia, o óleo precisa estar limpo, ou seja, sempre livre de contaminantes. "O óleo novo comercializado no Brasil está dentro da Norma NAS12 ou superior, entretanto, a maioria das máquinas, sejam novas ou antigas, trabalha com óleo dentro das Normas NAS6 ou NAS7. Por isso, sempre indicamos que o óleo deve ser filtrado antes do abastecimento das máquinas", destaca.
Contato das empresas:
Apexfil: www.apexfil.com.br
Filtros Barra: www.filtrosbarra.com.br
Laffi Filtration: www.Laffi.com.br
Newtec: www.filtrosnewtec.com.br