De acordo com o infectologista Jean Gorinchteyn, médico do Instituto Emílio Ribas, o principal problema para a saúde das pessoas que ingerem uma água de má qualidade são os riscos com doenças gastrointestinais, como quadros de diarreia, etc. Vários agentes também causam a hepatite A, doenças bacterianas graves, salmonela, cólera e desidratações, chegando até morte. Outro aspecto da água mal cuidada é o que pode causar doenças e infecções na pele.
"As pessoas que ingerem água contaminada de forma contínua acabam tendo malefícios diretos imediatos, como as fezes amolecidas. A exposição a bactérias maiores pode causar quadros de diarréia em 12 ou 24 horas, dependendo da quantidade de bactéria presente nesta água", afirma Gorinchteyn.
Na opinião do infectologista, as iniciativas mundiais importantes para os problemas de água que estamos passando são o uso racional da água e não haver desperdício em nenhuma das esferas, sejam indústrias, hotéis, entre outros. "Há propostas de governo para o saneamento básico, mas ainda as condições são precárias em alguns lugares, principalmente para as crianças, que morrem com desidratação e diarréias graves", sinaliza.

Papel dos filtros e purificadores de água
Os filtros e os purificadores de água visam à melhoria da qualidade da água residencial, que não precisaria ser filtrada, já que passa por suficiente tratamento do sistema de abastecimento, apesar de toda esta questão atual da água. Mesmo assim, a falta de manutenção de encanamentos e caixas d´água, que devem estar sempre limpas para evitar contaminação, altera o gosto e o odor. Os filtros e os purificadores eliminam possíveis contaminações da água na passagem pelo encanamento e também mudam para melhor seu gosto e odor. Existem diferentes tipos de filtros e purificadores de água e todos eles fazem controle microbiológico, reduzem o cloro e retêm partículas indesejáveis. Os filtros são mais simples, têm preço mais baixo e possuem uma vela que retém impurezas. Já os purificadores são mais completos, custam mais e têm elemento filtrante e camadas de purificação, além de outras tecnologias.

Atenção a manutenção
Para a saúde do consumidor, a manutenção periódica do filtro ou purificador é necessária e deve ocorrer conforme a definição do fabricante para um bom desempenho e funcionamento do equipamento, o que garante a qualidade da água servida. "No caso dos produtos da IBBL, além da manutenção periódica, é indicada a troca do refil a cada seis meses, devendo também ser verificada a integridade dos componentes do filtro", recomendam Isabel Cristina de Siqueira, supervisora de filtros, e Walther da Costa Gomes Jr., supervisor técnico, ambos da IBBL. Segundo o professor Flavio Vichiarelli, gerente de assistência técnica do Grupo Europa, fazer a manutenção periódica dos purificadores de água é fundamental. "A maioria dos elementos filtrantes que os acompanham possui vida útil determinada pelo fabricante, e isso garante a eficácia total dos produtos quanto à qualidade e vazão da água", explica.
Se o consumidor não fizer a manutenção periódica e conforme o fabricante recomenda pode gerar problemas para sua saúde. "Os filtros têm a capacidade de captar grandes partículas. Se nem todas as pessoas fazem estas manutenções e trocas em seis meses ou um ano, o filtro deixa de ter ação, e os detritos e bactérias não ficam detidos, ou seja, em vez da água filtrada a água dos filtros acaba sendo a mesma da torneira", adverte o infectologista Jean Gorinchteyn, médico do Instituto Emílio Ribas.
"Podemos comparar o purificador a um automóvel. O automóvel necessita de revisões periódicas para garantir sua perfeita funcionalidade. Já os purificadores devem assegurar a qualidade da água servida. Se o consumidor não seguir as orientações de manutenção preventiva descritas em todos os nossos manuais de utilização de produtos, a empresa não pode garantir a eficácia do processo de filtragem. O refil possui uma vida útil indicada de acordo com o modelo do produto. Se utilizado corretamente, garante água de qualidade com alto grau de pureza. Por isso, a importância do processo de limpeza externa e manutenção preventiva", esclarecem Isabel e Gomes Jr., da IBBL.
"Quando não se respeita o período de manutenção informado pelo fabricante, principalmente no caso dos produtos com elementos filtrantes que retêm cloro, compromete-se a eficácia do purificador. Além de impactar na vazão d´água, que fica reduzida por excesso de resíduos retidos, o filtro vencido pode permitir a passagem de cloro por saturação", ressalta Vichiarelli.
No caso de uma pessoa tomar água com cloro do filtro vencido, o gerente de assistência técnica do Grupo Europa afirma que "se a dosagem de cloro estiver dentro das especificações determinadas pelo Ministério da Saúde, não existe nenhum problema em consumir água clorada". Isso porque, de acordo com ele, todas as concessionárias são obrigadas a fornecer água potável pronta para consumo. A dosagem de cloro é baixa - o suficiente para a proteção contra contaminações em seu trajeto até o consumidor final. O tratamento através dos purificadores primeiramente filtra partículas que possam vir a acompanhar essa água no trajeto (detritos de encanamentos, por exemplo) e, em seguida, a purifica, eliminando odores e sabores (como o do cloro) e tornando-a mais agradável ao paladar. 

Principais trocas e limpezas
"O período de manutenção varia de produto para produto. Hoje, no mercado, existem desde modelos que exigem manutenção a cada seis meses até produtos que permitem a troca a cada dois anos. Essa variação depende do fabricante e das tecnologias usadas no tratamento da água", avalia Vichiarelli.
A IBBL cita alguns de seus produtos como exemplo para a troca do elemento filtrante (filtro/refil). A recomendação da empresa é que a troca seja feita no prazo máximo de seis meses ou 2 mil litros para o modelo Avanti e 3 mil litros para os purificadores refrigerados, como Atlantis, FR600, FRQ600 e PFN2000. Outros refis despontam no mercado. "Estamos desenvolvendo novos refis para atender, de forma sustentável, alguns clientes específicos, reduzindo, assim, o impacto ambiental", destacam os supervisores da empresa.
Segundo eles, a limpeza externa dos aparelhos também é importante e deve ser feita periodicamente, utilizando-se um pano macio umedecido com água e detergente neutro. Em seguida, deve-se retirar o excesso com pano macio seco ou papel toalha. "Em itens como torneiras ou bicas de saída da água, para evitar contaminações, indicamos a limpeza com papel toalha levemente umedecido em álcool. Após a secagem natural, liberar a água por alguns segundos, garantindo uma completa higienização." 
Já as peças relacionadas ao sistema hidráulico e elétrico, exceto elemento filtrante, deverão ser substituídas somente com orientação técnica adequada. O prazo médio de seis meses é indicado para a manutenção preventiva e a higienização do produto, proporcionando desempenho em filtração ou refrigeração (nos casos de produtos elétricos) dentro da qualidade esperada. Em caso de reparo ou substituição de peças, a IBBL disponibiliza uma rede de assistências técnicas em todo o país (www.ibbl.com.br).

Água potável nas emergências
Os produtos da H2Life são compactos e portáteis e atuam em situações de emergência. A ideia do equipamento surgiu quando um dos sócios da companhia teve um sonho que o fez mudar radicalmente suas atividades e fundar a H2Life para desenvolver o projeto junto a profissionais da área. "Após os testes realizados com as Forças Armadas, estava pronto para ser comercializado com vazão/minuto específica como equipamento portátil para potabilização de água. Foi nos pedido se teríamos condições de desenvolver um equipamento que atendesse a um pelotão de fronteira", relata Ricardo Fittipaldi, um dos sócios-diretores da H2Life. Eles decidiram, então, desenvolver um equipamento portátil de uso coletivo com vazão de 125 ml/minuto do Life Tube para 3.000 litros/hora. "Nascia o Super H2Life, equipamento capaz de captar águas de superfícies, filtrar e fornecê-las tratadas com tecnologia de ponta, atendendo à portaria vigente do Ministério da Saúde", conta Fittipaldi.
O desenvolvimento destes produtos compactos e portáteis para situações de emergência faz parte, segundo Fittipaldi, do bom senso dos dois empresários que uniram a boa vontade de trabalho e investimentos para um só objetivo: "Levar água potável para todos, em pequenas cidades e comunidades."
Por causa das fortes enchentes na cidade de Xerém, no Rio de Janeiro, o Super H2Life, testado pela Funasa, foi colocado na casa do cantor Zeca Pagodinho para atender à população. "Quando retornávamos de uma viagem, na madrugada do dia 3 de janeiro de 2013, vimos pela televisão a catástrofe em Xerém. Acionamos nossa equipe e deslocamos o equipamento para lá. Só conseguimos cumprir nossa missão graças ao carinho do cantor Zeca Pagodinho e de seu filho Eduardo para com sua cidade", relata Carlos Arasanz Loeches, também um dos sócios-diretores da H2Life.
O H2LifeTubeum, canudo purificador, foi levado para demonstração no quartel-general da Amazônia, sede da 12ª Região Militar, durante 90 dias. "Após a calamidade provocada pelas cheias do rio que deixou as comunidades ribeirinhas sem água potável, o comandante solicitou permissão para o envio do nosso equipamento que cumpriu sua missão de socorrer a população", diz Loeches.

Pioneirismo e saúde
A empresa aposta em pesquisas e novos produtos em situações de emergência. "Estamos fazendo parcerias com fabricantes de membranas, assim como em novos filtros de maior eficiência, porém, mais compactos. Também pesquisamos componentes, partes e peças para ampliar nossa linha de equipamentos de tratamento de efluentes. Nossos investimentos são da ordem de US$ 1 milhão", afirma Loeches.
Na opinião de Loeches, "este mercado ainda não despertou". "Estamos pagando o alto preço do pioneirismo no Brasil. Nossos clientes têm ainda que perceber que água não é só para matar a sede, cozinhar e tomar banho. Nossa principal missão é mostrar que ‘água pura’ é saúde." Para ele, "todo o investimento feito em purificar a água para consumo humano reverte em vantagem na diminuição dos custos com saúde, evitando que a população adoeça e deixe de produzir, além do consumo de altas verbas com médicos e remédios. Isso vale para toda a América do Sul, na verdade, para todo o mundo. O tamanho e crescimento deste mercado são inesgotáveis", indica, entusiasmado.
Apesar de todo o pioneirismo, Loeches diz que sempre existirão produtos similares, parecidos e, em parte, usados para os mesmo fins e que a fatia de mercado da empresa é pequena. "Esperamos atingir em cinco anos um faturamento de US$ 100 milhões ao ano. Nossa fatia hoje está mais voltada para o poder público, governo, prefeitura e estatais, porém, com as variações científicas que atingem atualmente os grandes centros, estamos avançando nos mercados da habitação para condomínios", revela.

Contatos:
Grupo Europa: www.europa.com.br
H2Life: www.h2life.com.br
IBBL: www.ibbl.com.br
Jean Gorinchteyn: Médico do Instituto Emílio Ribas