O filtro é um equipamento com bastante variedade no mercado e que exerce uma das funções mais importantes no veículo: filtrar impurezas, partículas para bom desempenho e longevidade do motor.  Basicamente, os filtros de automóveis e motocicletas são bem semelhantes variando conforme tamanhos, pois os componentes usados na fabricação são os mesmos, como: meio filtrante, PU, tampas em aço, poliuretano e, componentes plásticos.
Segundo o gerente de assistência técnica da empresa Tecfil, Roberto Rualonga, "atualmente todos os veículos automotores estão providos de sistemas de filtração para prevenir o desgaste prematuro das peças móveis".
Em geral, as motos, especificamente a partir de 250 cilindradas, já saem de fábrica com pelo menos três tipos de filtros: ar, óleo e combustível.  As de baixa cilindrada somente com os filtros de ar e combustível; em algumas acompanham o filtro de óleo lavável. 

Filtro de ar
Considerado como um filtro básico, mas que possui uma função importante no sistema, os filtros de ar evitam que areia, poeira, pedras e até folhas se infiltrem na câmara de combustão e danifique o motor. Dependendo do tipo da motocicleta, do seu projeto original e aplicação este filtro pode ser de papel ou poliéster plissado (seco) ou de espuma impregnada com óleo especial (filtro úmido).
É necessário fazer a troca periódica conforme indicado pelo fabricante para que não haja queda de eficiência ou que sejam danificadas peças devido a manutenção inadequada, porém o desgaste do filtro de ar vai depender também do uso da moto e o tipo de terreno por onde trafega.
O filtro de ar é, normalmente, o mais lembrado, além de ser o mais exposto as diversas condições do clima. Também é o filtro que os usuários pensam em remover na intenção de obter um maior desempenho do motor.
Retirada do filtro de ar - Claro que não é indicado por nenhum fabricante a remoção de equipamentos originais, tampouco a adaptação de novos.
"Adaptações são feitas hoje, mas em menor escala e pela própria conscientização do usuário, porém, ainda de forma perigosa. A maior adaptação está relacionada ao elemento filtro do ar, a exemplo dos automóveis, muitos consumidores limpam os filtros jogando ar na peça, o que pode prejudicar o motor de forma grave", diz o diretor da empresa Filtran, Leonardo Antunes.
O motor da moto é de 4 tempos, ou seja, ele possui o tempo da admissão, da compressão, da ignição e da exaustão. Para melhorar o desempenho de um motor 4 tempos é preciso melhor o desempenho de cada um destes tempos. O filtro de ar é peça chave para o tempo da admissão, pois todo o ar que entra no motor passa por ele.
Muitos motociclistas, erroneamente, removem o filtro de ar para permitir que o ar tenha maior facilidade para entrar no motor. Aumentando a vazão do ar, teoricamente, se obteria um melhor desempenho na admissão, e consequentemente, no funcionamento do motor, tornando-a mais "rápida".
Entretanto, como já explicamos, o filtro de ar é de suma importância para o motor. Se a moto não tiver com esse filtro qualquer pedrinha que entrar na câmara de combustão pode causar um estrago enorme, desde riscar a camisa, estragar os anéis até o travamento de uma válvula no cabeçote. Portanto, além de não ser boa ideia não é indicada a retirada do filtro de ar.
Hoje são comercializadas alternativas para que o usuário consiga estes mesmos resultados. Como por exemplo, para quem pretende usar a moto em autódromos ou pista livre de detritos maiores, existem modelos de filtros de ar menos restritivo, que permite uma maior vazão de ar em troca de uma menor proteção ao motor. São os chamados filtros esportivos. Geralmente, este tipo de filtro de ar vai instalado diretamente na boca do carburador, eliminando assim a caixa de filtro de ar e o filtro de ar original. Porém, quando você modifica o filtro de ar a carburação deve ser conferida, porque, em geral, quando você coloca o filtro de ar mais livre, a alimentação fica pobre, pois a mistura de ar/combustível fica diferente do ideal. Portanto, o usuário consegue elevar a potência ou torque (que dependem de muitos outros fatores), mas que o risco de danos mecânicos, certamente, não compensa.


Filtros de combustível: mantém o motor mais limpo
Os filtros de combustível são do tipo em linha (in line), que ficam dispostos na tubulação que liga o tanque ao carburador ou corpo de borboletas. Há também disponível no mercado o filtro blindado e elemento filtrante.
A função dos filtros de combustível é a mesma: reter sujeiras encontradas na gasolina, consequentemente, evita o entupimento da agulha de injeção, responsável pelo transporte do combustível para o motor, carburadores e bicos injetores. Além dos problemas acima, nas motocicletas com injeção eletrônica pode ocorrer a queima da bomba de combustível.
Há algum tempo atrás nem todas as motos saiam de fábrica com esse tipo de filtro. Com as tecnologias aplicadas também nas motocicletas o equipamento passou a ser necessário nas montagens de fábrica, como explica o supervisor de assistência técnica da Sogefi Filtration do Brasil, Ronilso Toledo: "Os filtros de combustível, salvo algumas exceções, não era aplicado em equipamento original na grande maioria das motocicletas, mesmo nas de alta cilindrada. Atualmente, em virtude da tecnologia Flex e injeção eletrônica, onde é usado tanto gasolina quanto álcool, este filtro é aplicado desde os modelos de menor cilindrada até as de maior potência".
Uma moto sem este filtro fica vulnerável aos contaminantes presentes nos combustíveis que compromete o sistema de injeção ou alimentação. O uso correto do filtro de combustível ajuda a prolongar a vida útil do motor, assim como o uso de combustível de qualidade.


Filtro do óleo: aumento da vida útil do motor
Mais desempenho, menos consumo. Para satisfazer as elevadas exigências aplicadas nos motores modernos, as montadoras exigem os mais altos níveis de desempenho dos componentes utilizados. Por exemplo, a importância do circuito do óleo: somente um óleo limpo pode assegurar permanentemente um desempenho consistente. Se o óleo em circulação não estiver livre de impurezas e resíduos de combustão, a proteção contra o desgaste não é garantida. No pior dos casos, isso pode até mesmo danificar o motor.
"Em matéria de filtro de óleo, sua utilização também depende do projeto do motor, pois há motocicletas de baixa cilindrada que não utilizam um filtro convencional, mas um tipo de tela metálica para reter as impurezas, porém há também algumas de baixa cilindrada que usam um filtro, neste caso, do tipo refil. Quando se trata de motores maiores já são usados filtros sem exceção, dependendo da marca e modelo, podem ser do tipo refil ou blindados", exemplifica Toledo da Sogefi.


Manutenção dos filtros
A manutenção dos filtros deve ser feita no prazo indicado no manual da moto como em qualquer outro equipamento do veículo, de preferência que o serviço seja feito por profissionais, como recomenda o consultor técnico da Mann-Filter, André Gonçalves: "Não aconselhamos ao proprietário colocar o filtro por conta própria, porque a moto foi desenvolvida, testada e aprovada com esta configuração. Realizando a manutenção conforme indica o manual do fabricante não haverá problemas".
A maioria dos fabricantes recomenda a troca dos filtros ao invés da limpeza. No filtro de ar, por exemplo, além de não retirar completamente toda a sujeira impregnada, a limpeza com ar comprimido pode ocasionar o rompimento do papel do filtro, permitindo a passagem de ar sujo para a câmara de combustão, aumentando o consumo de combustível, contaminando o óleo e desgastando as partes móveis do motor, o que diminui a sua vida útil. 
A manutenção preventiva e o constante cuidado são ações que impedem o desgaste precoce do motor e melhoram o desempenho da motocicleta. Realizar a troca dos filtros do ar, óleo e combustível, respeitando os prazos indicados pela montadora ajuda a economizar tempo e dinheiro.
A falta de manutenção ou não se atentar ao prazo de troca dos equipamentos traz problemas tanto para o motor quanto ao usuário. "Além de perda de potência, entupimento do sistema de alimentações, a não troca dos filtros no tempo certo pode ocasionar a perda do motor", alerta o gerente de assistência técnica da empresa Tecfil, Rualonga.

Adaptações no motor
"Nenhum tipo de adaptação é recomendada, pois não são procedimentos testados e homologados pelas montadoras e nem pelos próprios fornecedores, desta forma não oferecem nenhuma garantia. Pode existir algum tipo de procedimento que a montadora recomende, onde é possível instalar algum filtro que não estava instalado na motocicleta desde sua fabricação, porém nestes casos trata-se de algo que somente as concessionárias podem executar, pois seguem uma série de procedimentos e normas.
Podem ocorrer problemas da ordem de deficiência no funcionamento e de desempenho do motor, e em casos extremos, em relação ao filtro de combustível, se existir vazamentos pode ocorrer algum incidente mais grave causando ferimentos e até a morte do condutor. Caso seja um filtro de óleo, o vazamento do lubrificante, em contato com os pneus pode causar uma queda, que também pode levar à lesões fatais", completa o especialista da Sogefi Filtration do Brasil, Ronilso Toledo.
Como mencionado acima, o filtro de ar é o campeão em alterações nas motocicletas. Em busca de maior desempenho do motor, usuários, ainda que hoje mais conscientes do perigo, fazem alterações, substituições no motor correndo sérios riscos.
"Toda alteração da especificação de um filtro acarreta em algum dano e em algumas motos há o costume do uso de filtro esportivo, mas o proprietário não considera a eficiência deste, pois quando falamos em um motor para o esporte este é usado em corridas, que é um motor que tem uma baixa durabilidade, por conta de diversos fatores. Um deles é o uso de filtro do ar esportivo para maior vazão, mas com baixa eficiência. Sem esquecer que em uma adaptação existem vários fatores de risco que vão desde a parada do motor, o travamento do mesmo e risco de incêndio em caso de adaptação de filtro do combustível, por exemplo", enfatiza o consultor técnico da Mann-Filter, Gonçalves.



Números baixos não inibem fabricantes
Depois de apresentar uma alta no ano passado, o setor de motocicletas teve uma queda representativa nos números, segundo dados da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares). De acordo com dados divulgados no site da Associação, no mês de outubro, por exemplo, foram produzidas 144.596 motocicletas contra 172.826 no mesmo mês do ano passado. Isso corresponde a um decréscimo de 16,3%. As vendas no atacado – para as concessionárias – apresentaram queda de 17,5% entre os períodos, passando de 156.569 unidades (2013) para 129.156 (2014).
Ao comparar com o mês anterior, o segmento observou certo alívio. A produção registrou crescimento de 13,1%, quando foram fabricadas 127.813 motocicletas. As vendas no atacado apresentaram um acréscimo de 10,7%, com 116.655 unidades comercializadas em setembro.
Entretanto, se considerado o acumulado no período, o cenário não é positivo. A produção obteve declínio de 9%, passando de 1.436.029 unidades, nos primeiros 10 meses de 2013, para 1.307.293, no mesmo período de 2014. A comercialização para as concessionárias apontou um recuo de 11,5%, com 1.196.583 (2014) contra 1.352.339 motocicletas (2013).
A venda das motocicletas brasileiras para o exterior, que no mês passado havia registrado alta, declinou 21,7% em outubro. Foram exportadas 7.107 unidades contra 9.075 em setembro. Na comparação com o mesmo mês de 2013, a queda foi de 34,6% (10.864). No acumulado do ano, com 87.317 (2013) contra 78.648 unidades comercializadas (2014), o decréscimo registrado foi de 9,9%.
Contudo os fabricantes parecem estar mais otimistas que nunca. Apesar dos números baixos no balanço anual do setor, os fabricantes sentem que ainda há crescimento para os próximos anos.
"O mercado está numa crescente constante e deve se manter desta forma, temos uma visão muito otimista para o futuro". É com esse olhar que o diretor da Filtran, Antunes, enxerga o nicho de mercado para motocicletas. Talvez, pela experiência e histórico da empresa, da observação na maneira de como se desenvolve o setor, é que Antunes tem motivos para esbanjar otimismo.
Com sede própria, a Filtran existe desde 1979. Já naquela época com o objetivo de atender o crescente mercado de reposição de peças automotivas. Sua marca se fortalece pela qualidade dos produtos, que conta com equipamentos de última geração, mão de obra especializada no desenvolvimento de filtros de ar, óleo, combustível - para Linha Leve, Pesada e Moto. Apostaram no resultado de uma tecnologia avançada de desenvolvimento da linha para atingir um patamar compatível ao de grandes montadoras, levando a empresa não apenas se firmar nacionalmente. Hoje a Filtran exporta para diversos países da América, Europa e África.
Não é diferente com Mann+Hummel, já consolidada como uma das maiores fabricantes de filtros automotivos do mundo e detentora das marcas Mann-Filter e Purolator. Gonçalves da Mann-Filter se apóia nos dados de enorme expansão em longo prazo que o setor teve:
"O mercado de motos cresceu significativamente nos últimos anos, segundo a Abraciclo. Entre 2001 e 2012 a participação de motos na frota nacional de veículos automotores cresceu de 14,2% para 26,2%, e temos algumas regiões em que a presença das motos é significativa (27% dos domicílios do Nordeste, contra 15% na região Sudeste).  O grande desafio é justamente conseguir entender e, consequentemente, atender a este público com produtos e serviços que venham de encontro com a relação custo x benefício esperada pelos diferentes perfis no mercado brasileiro", analisa ele.
A companhia de origem alemã foi fundada no Brasil em 1954. Dentre o extenso catálogo da linha da Mann-Filter inclui-se: sistemas de elementos filtrantes para veículos leves e pesados, como filtro do ar, filtro do óleo, filtro do combustível e filtros de cabine para manutenção e reparação de veículos.
Com uma visão ampla sobre o assunto, o supervisor da Sogefi, Toledo, acredita que a demanda por motos é geral, sendo assim, o mercado muito mais atrativo e com diversas opções para se explorar: "De fato é um mercado em ascensão em todas as faixas de valor, desde as motocicletas menos potentes e mais baratas até as mais caras e top de linha. Desta forma, é um nicho de mercado visto com carinho e que deve ser explorado em sua totalidade".
A Tecfil, que já atua no mercado de filtros automotivos há mais de 60 anos, sempre está atenta as novas oportunidades no setor. De acordo com Simone M. Queiroz, do departamento de marketing da empresa, o mercado duas rodas também é um dos focos de investimento da empresa.
 

Contato das empresas:
Abraciclo: www.abraciclo.com.br
Filtran: www.filtran.com.br
Mann+Hummel: www.mann-hummel.com.br
Sogefi: www.sogefi.com.br
Tecfil: www.tecfil.com.br