A feira Brasil Offshore, que será realizada em junho, promete alavancar novamente os negócios do mercado de petróleo, gás e óleo no Brasil. Apesar da crise após os escândalos de corrupção da Petrobras, o setor está animado para reagir e ir contra a maré negativa que se instalou com otimismo e força de vontade para continuar trabalhando com afinco em seu crescimento. Vale a pena conferir os novos produtos e tecnologias que despontam na feira, aperfeiçoada a cada ano.   
Para Anderson Parreira, gerente de desenvolvimento de negócios da Parker Filtration Group, o mercado de petróleo no Brasil ainda está absorvendo o que aconteceu. "Os escândalos de corrupção da Petrobras, aliados à brutal queda de preço internacional do barril de petróleo, provocaram uma pausa significativa nos investimentos. Não há um grande projeto em discussão. Por outro lado, as instalações existentes continuarão a produzir e requerem suporte que a Parker está preparada para proporcionar", afirma.
Carolina I. Bonete, gerente de produto da 3M, compreende este momento atual, mas acredita que as grandes qualidades do setor o impulsionem novamente. "Entendemos o cenário no qual Oil & Gas está passando, todavia, este mercado é extremamente promissor. A tendência é de breve recuperação e retomada de investimentos no setor", salienta.
Como se encontra hoje o mercado de petróleo no Brasil? "O mercado está abalado em sua credibilidade ética, o que impacta no comercial e nos negócios de curto prazo. No entanto, não tenho dúvidas que esta crise é passageira.

A Petrobras e as grandes empresas estão sendo reestruturadas com novos processos de conformidade, auditoria e compliance, os quais, com o tempo, trarão de volta a confiança ao setor", afirma Igor Tavares, diretor de Energia da Reed Exhibitions Alcantara Machado, uma das empresas organizadoras da Brasil Offshore.
"A tendência, neste ano, é que as oportunidades de negócios fiquem mais concentradas no período da feira e não diluída ao longo do calendário. No longo prazo, estou certo que o preço do petróleo irá subir, a crise ética vai virar passado, novos blocos serão leiloados e a produção do pré-sal deva atingir o plano de 2020 sem os imensos atrasos prognosticados hoje. Ainda estamos no meio do furacão, o que torna muitas previsões demasiadamente negativas", aponta Tavares.
Apesar desta crise, há sim chances de crescimento. "É só olhar para a Região Norte Fluminense, onde 86% da produção de petróleo do mercado brasileiro vem da Bacia de Campos e hoje ainda é local de trabalho de cerca de 90 mil profissionais da Petrobras. O palco operacional se mantém favorável, tanto que as empresas ficam onde encontram espaço, nada fora do normal, já que a cidade é detentora de uma prefeitura atuante, que está com uma economia sólida há 40 anos. É importante frisar que, atualmente, em meio a esse cenário mais sensível da economia, Macaé continua sendo um polo de desenvolvimento e negócios e a capital nacional da energia. Por isso, a Brasil Offshore permanece no município", ressalta o diretor de Energia da Alcantara Machado.
O comportamento do mercado mostra disposição. "O mercado está resistindo. Prova disso é que 94% dos estandes da Brasil Offshore estão fechados e entre as empresas confirmadas se encontram as maiores, como Sotreq, Technip, Weatherford, Wärtsilä, Bosch Rexroth e Air Liquide Brasil. A participação na feira se torna uma ferramenta ainda mais importante em tempos de crise para manter a competitividade, fazer networking e atualizar conhecimentos técnicos. Nossa meta de negócios é agressiva e gira em torno de R$ 1 bilhão", destaca Igor Tavares.
A Brasil Offshore aposta em melhorias para trabalhar o momento atual. Segundo Tavares, a Prefeitura de Macaé investiu mais de R$ 14 milhões nas obras do pavilhão-sede para melhorar toda a infraestrutura, desde banheiros até praças de alimentação descentralizadas. O evento terá também área maior para o estacionamento com preços mais acessíveis, proporcionando mais conforto a expositores e visitantes. Para agilizar o acesso, será feita venda antecipada de pacotes e selos via web para o estacionamento em que todos os expositores terão uma credencial VIP. Foi realizada ainda uma parceria com a idealizadora do aplicativo 99Táxis, que já iniciou cadastramento de novos taxistas da região.

 

Sobre o evento A cidade de Macaé, no Rio de Janeiro, por ser base operacional da maior parte da exploração offshore do Brasil, é palco também, a cada dois anos, da Brasil Offshore, terceira maior feira da indústria offshore do mundo. O evento, em sua 8ª edição, traz à tona para este mercado um debate sobre novas tecnologias, novas ideias e soluções para exploração e produção de petróleo. Organizada e promovida pela Reed Exhibitions Alcantara Machado, Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) e Sociedade de Engenheiros de Petróleo (SPE), a Feira será realizada entre 23 e 26 de junho no Centro de Convenções de Macaé. Segundo dados da assessoria de imprensa, são 800 expositores em 45 mil m² de exposição e 38 países representados e o objetivo para 2015 é atingir 53 mil visitantes.

Dados do mercado
A Bacia de Campos, que vai das imediações do município de Vitória, no Espírito Santo, até o Arraial do Cabo, no litoral norte do Rio de Janeiro, é a principal área petrolífera explorada no país, onde a Petrobras construiu um dos maiores complexos petrolíferos marítimos do mundo. Sua produção comercial de petróleo teve início em 1977 e hoje concentra nada mais nada menos que 86% do petróleo nacional, segundo informações do site da Brasil Offshore (ver boxe). Os números vêm comprovando isso ao longo do tempo. O Produto Interno Bruto (PIB) da Bacia de Campos, segundo dados de 2009, foi estimado em cerca de US$ 80 bilhões. Já a região Norte Fluminense representou em 2006, de acordo com fontes da Fundação Cide, 48,4% do PIB industrial do Estado do Rio de Janeiro. O Plano de Negócios e Gestão 2014-2018 da Petrobras prevê 12 novas unidades entre 2013 e 2020 na Bacia de Campos.

Alguns números
• Quarto recorde consecutivo em outubro de 2014 de produção de petróleo pela Petrobras, incluindo a parcela operada por seus parceiros: 2 milhões e 268 mil bpd (barris de petróleo por dia) – volume 1,3% superior aos 2 milhões e 239 mil bpd relativo a setembro de 2013;
• Produção total de petróleo e gás natural em fevereiro de 2015: 2 milhões e 801 mil boed (barris de óleo equivalente por dia), 1,5% inferior ao de janeiro, de 2 milhões e 845 mil boed. Em outubro de 2014, foram gerados 2 milhões e 795 mil boed;
• Total de 63 novos poços em 2014;
• Recorde de produção de gás natural no Brasil: 72 milhões e 40 mil m³/dia (outubro de 2014);
• Produção média de óleo e LGN da Bacia de Campos em 2014: 1.510,4 mbpd;
• São 565 poços produtores de óleo, 16 de gás, 181 de injeção de água e sete de injeção de gás.
Fontes: sites Petrobras e Brasil Offshore.

Bacia de Campos: Produção de Petróleo, Gás Natural e Óleo

Etapas do petróleo A operação da indústria de petróleo se divide em três ações: Upstream - Abrange a busca, identificação e localização das fontes de óleo e o transporte até as refinarias para processamento. Fazem parte desta fase a exploração, perfuração e produção; Midstream – Nesta etapa, que consiste do refinamento, é que as matérias-primas são transformadas em gasolina, diesel, querosene, GLP, entre outros; Downstream – Trata-se da logística de distribuição e transporte dos produtos da refinaria até os locais de consumo.

 

Produtos do segmento
Segundo Parreira, da Parker, existem vários sistemas e elementos de filtração em uma plataforma de petróleo principalmente na produção e exploração: tratamento de águas de injeção, fluidos de completação, tratamento de águas oleosas, processos de dessalinização para obtenção de água potável, entre outros. A Parker possui extensa linha de produtos para filtração e separação de processos UpStream, que são a parte da cadeia produtiva que antecede o refino do petróleo, envolvendo exploração, perfuração, produção e transporte para beneficiamento. De acordo com ele, são soluções que abrangem as mais altas demandas para o segmento de petróleo: geração de nitrogênio, tratamento de ar e gases, hidráulica, processos, purificadores de água por osmose reversa e filtração de diesel para motores. 
Segundo Carolina da 3M, "O sistema de filtração geralmente mais trabalhado em plataformas de petróleo é o de água de injeção". Carolina explica ainda que a empresa tem soluções convencionais e de alta vazão para otimizar o set up, troca e descarte e dispõe ainda de um vasto portfólio de produtos para esta aplicação, principalmente plissados de alta vazão (high flow). "Nossa planta no Brasil nos permite ajustar meios filtrantes específicos e dimensões do produto para adaptar-se à necessidade com equilíbrio entre performance x tamanho", diz. Entre as vantagens, além da performance, este produto otimiza parada e melhora também questões de ergonomia. Hoje a empresa tem produtos homologados para água produzida e água de injeção que demonstraram aumento razoável no tempo de campanha do produto de cerca de três vezes superior.
Na Brasil Off-shore, a 3M apresentará seu portfólio de alta vazão e também novos produtos que contam com sinergia entre tecnologias desenvolvidas pela empresa para tratamento superficial dos meios filtrantes, conferindo propriedades únicas de retenção.
Comparação entre quantidade de cartuchos de alta vazão e sistemas convencionais:

Quanto às novidades no setor, no ano passado a Parker lançou o TwinZapp, novo equipamento que não requer uso de cartuchos ou componentes químicos para tratamento de água emulsificada. De fácil instalação e baixo custo de manutenção, pode ser usado em plataformas de exploração e também em projetos work-over, toda intervenção no poço que corrige alguma falha mecânica ou alteração do projeto original. Outro produto é o novo contador de partículas para uso em soluções de água/glicol, chamado icountBSplus, indispensável para programa de manutenção preventiva em sistemas que necessitam deste tipo de fluido.

Contato das empresas:
3M: www.3m.com.br
Parker: www.parker.com.br
Reed Exhibitions Alcantara Machado: www.reedalcantara.com.br