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Stellantis projeta crescer 20% em vendas na região este ano

É o porcentual mais alto entre todos os mercados de atuação, o dobro do que é esperado para a Europa


PEDRO KUTNEY, AB

O Grupo Stellantis – fusão da PSA com FCA concluída em janeiro passado – projeta que em 2021 a América do Sul será a região em que a empresa apresentará o maior crescimento: 20% de expansão nos volumes em relação a 2020. É o porcentual mais alto entre todos os mercados de atuação, o dobro do que é esperado para a Europa (+10%) e muito acima das previsões para as demais regiões (América do Norte +8%, China +5%, Oriente Médio e África + +3%, Índia e Ásia-Pacífico +3%). As estimativas da companhia foram divulgadas no início de março em conjunto com os resultados financeiros de PSA e FCA no ano passado, na última vez que as duas empresas divulgaram balanços separados.

Em visita esta semana às fábricas da Stellantis herdadas da FCA no Brasil, o CEO do grupo Carlos Tavares explicou que a diferença tão elástica de estimativa de crescimento está ligada às fortes variações que os mercados sul-americanos estão sujeitos, que ele diz já conhecer muito bem em seus 40 anos trabalhando na indústria automotiva, primeiro na Renault, onde chegou ao posto de chefe de operações globais (COO), e a partir de 2013 quando assumiu a presidência do Grupo PSA.

“Já conheço bastante bem a América do Sul. A região tem grande potencial de crescimento, mas sempre é muito volátil. Isso quer dizer que quando tem um ponto baixo, sempre vem um ponto alto na sequência”, explica Carlos Tavares.

O CEO da Stellantis afirmou que alguns fatores indicam esse “ponto alto” no horizonte dos mercados da América do Sul. O primeiro é a perspectiva de vacinação da população, que além de aos poucos debelar a pandemia de Covid-19, também traz otimismo. “Esta é uma região onde as pessoas costumam ser mais otimistas, logo que reconhecem uma situação melhor adiante aumentam o consumo e o crescimento vem”, avalia.

Tavares também sustenta que a Stellantis está pronta para aproveitar o crescimento vislumbrado para a região, com quatro marcas (Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën) de veículos produzidos localmente em cinco fábricas no Mercosul, três no Brasil (Betim/MG, Goiana/PE e Porto Real/RJ) e duas na Argentina (El Palomar e Córdoba), que juntas poderiam produzir algo como 1 milhão de unidades/ano se houvesse demanda para tanto.

“Temos uma posição confortável no Mercosul com várias fábricas e fornecedores locais, além de trabalho eficiente das equipes, produtos que têm obtido bons resultados e um forte programa de lançamentos de veículos novos, incluindo três só este ano. Já aprendemos a lidar com a volatilidade da região e temos uma abordagem otimista”, avalia Tavares. “O que pode mudar nos próximos anos, para o bem ou para o mal, são políticas industriais e tarifárias que podem ajudar ou prejudicar os negócios. Nossa intenção é criar valor e evitar cortes”, ponderou.

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