ZECA CHAVES, AB

Durante oito anos, o Centro de Treinamento (CT) da Volkswagen em São Paulo foi motivo de orgulho da empresa, pois era o maior da marca na América Latina. Quem passa hoje na Avenida Washington Luís, porém, não vê mais nenhum sinal de que ali já funcionou uma imponente unidade da VW projetada para treinar 4,4 mil profissionais da rede de concessionárias por mês, ou quase 53 mil por ano.

Inaugurado em 2013, o CT de São Paulo encerrou as atividades em agosto do ano passado e foi acompanhado pelo fechamento de outros centros de treinamentos que a VW tinha no Brasil, como Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Goiânia (GO), São José do Rio Preto (SP), Curitiba (PR) e Brasília (DF).

Segundo a Volkswagen, esse fechamento geral nada tem a ver com os efeitos da pandemia, pois a decisão já teria sido tomada antes. O objetivo da medida seria transferir todas as atividades para um novo centro de treinamento a ser inaugurado dentro da fábrica de Anchieta, ainda sem data confirmada.

Também teria pesado na decisão o aumento da digitalização do processo de treinamento. A Volkswagen afirma que 60% dos cursos voltados para a capacitação do pessoal das concessionárias atualmente são feitos de modo online.

Uma grande vantagem, sem dúvida, será na redução de custo, já que os locais onde os CTs são instalados costumam ser alugados. No caso do grande prédio de São Paulo, que ocupava uma área de 7,7 mil metros quadrados, o aluguel era de R$ 680 mil mensais, segundo a apuração da reportagem. Apesar de fechado desde agosto, o imóvel só foi entregue definitivamente no fim de janeiro.

O custo na época da implantação no CT de São Paulo foi de R$ 10,5 milhões e fazia parte de um investimento maior em uma rede de oito centros de treinamentos, que totalizava R$ 20 milhões. O local oferecia todo o equipamento e tecnologia que existia nas melhores concessionárias do Volkswagen no País, permitindo treinar mecânicos, gerentes de oficina e vendedores. Havia salas separadas para o trabalho em motores, transmissões, geometria de suspensão e eletrônica, todos com sistema sistemas de exaustão de gases, além de uma instalação para profissionais de Tecnologia da Informação (TI) que comportava até 15 funcionários. Havia também um auditório para até 400 pessoas e estacionamento que comportava até 135 veículos.

Enquanto o novo centro de treinamento não começa a operar dentro da fábrica, todos os treinamentos que não forem digitais serão realizados nas concessionárias da rede ou nas unidades do Senai espalhadas pelo Brasil.

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Com colaboração de Mário Curcio