Mercedes-Benz do Brasil confirma que vai interromper temporariamente as atividades de suas fábricas
Automotive Business -
Montadora alemã se junta a VW e Scania na paralisação temporária; saiba como estão as demais fabricantes do País
REDAÇÃO AB
A Mercedes-Benz do Brasil confirmou na terça-feira, 23, que vai interromper temporariamente as atividades de suas fábricas localizadas em São Bernardo do Campo (SP) e Juiz de Fora (MG), por conta do novo avanço nos casos de contaminação pela Covid-19 no País. Com isso, a montadora se junta a Volkswagen e Scania, que já haviam anunciado medidas similares.
No caso da Mercedes-Benz, a suspensão começa a vigorar no dia 26 de março com retorno previsto para o dia 5 de abril. Além disso, a partir de 5 de abril a empresa vai conceder férias coletivas para grupos alternados de funcionários, de acordo com o planejamento das fábricas, o que vai permitir à empresa manter protocolos de distanciamento físico. Cada grupo, com cerca de 1,2 mil trabalhadores, ficará fora por 12 dias. O revezamento poderá se estender até o fim de maio, dependendo da evolução da pandemia.
A interrupção das operações tem como objetivo contribuir para aumentar o índice de isolamento físico para tentar conter o avanço da pandemia no País. Vale lembrar que somente o Estado de São Paulo contabilizou mais de 1 mil mortes no intervalo de 24 horas entre os dias 22 e 23 de março. A medida também foi negociada com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que vem trabalhando junto à direção das empresas da região nesse sentido. Segundo o sindicato, o aumento de casos de contaminação se refletiu nas fábricas.
“O pessoal está bastante preocupado, a maioria já perdeu parentes, amigos, inclusive colegas de trabalho”, diz Max Pinho, coordenador do comitê sindical na Mercedes-Benz.
Já a General Motors, em compensação, disse, em resposta enviada à agência de notícias Reuters, que atualmente não vê motivos para interromper suas operações no País, mesmo com o avanço nos casos de contaminação pela Covid-19. “Nossos protocolos têm se mostrado eficientes na prevenção de infecções e pesquisas internas mostram que nossos trabalhadores se sentem mais seguros nas fábricas do que em suas próprias casas e comunidades”, justificou a montadora. “Com isso, não vemos nenhum motivo que nos leve a alterar nosso cronograma de produção neste momento”, completou a mensagem.
Ainda de acordo com a Reuters, Edson Rosso, representante sindical da fábrica da GM em Gravataí (RS), disse que os funcionários daquela unidade não têm reclamações sobre como a empresa tem tratado os protocolos de saúde de seus trabalhadores. Rosso, contudo, lamentou que a montadora tenha suspendido a produção na fábrica devido à falta de semicondutores. As outras duas plantas da GM no Brasil – em São Caetano do Sul e São José dos Campos, ambas em São Paulo, seguem operando normalmente.
Confira a seguir como está a situação de cada montadora, até o momento:
GENERAL MOTORS: fábrica de Gravataí (RS) parada por falta de insumos (semicondutores). Unidades de São Caetano do Sul e São José dos Campos seguem trabalhando normalmente.
GRUPO STELLANTIS: até o momento, todas as fábricas do grupo (Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën) – Porto Real (RJ), Betim (MG) e Goiana (PE) – seguem produzindo.
HYUNDAI BRASIL: informou que interrompeu a produção na fábrica de Piracicaba (SP) durante um dia no início de março, mas para organizar a continuidade da produção e o fluxo de entregas de veículos diante do cenário atual de forte demanda. Desde então, mantém o ritmo normal.
JAGUAR LAND ROVER: a fábrica de Itatiaia (RJ) segue operando normalmente, com reforço nas medidas de higiene e de segurança implementadas. Os responsáveis pela planta informaram que monitoram a evolução da pandemia.
MERCEDES-BENZ: vai suspender as operações das fábricas de São Bernardo do Campo (SP) e de Juiz de Fora (MG entre os dias 26 de março e 5 de abril.
MITSUBISHI: informou que, por enquanto, a produção na fábrica de Catalão (GO) segue normal.
RENAULT: empresa diz que analisa a situação da pandemia diariamente, mas que segue operando.
SCANIA: vai suspender a produção na fábrica de São Bernardo do Campo (SP) entre os dias 26 de março e 4 de abril.
TOYOTA: segue operando com suas três fábricas no Brasil (São Bernardo do Campo, Sorocaba e Porto Feliz, todas em São Paulo).
VOLKSWAGEN: primeira montadora a anunciar a paralisação temporária, por conta do aumento nos casos de Covid-19, vai interromper suas atividades nas três unidades que possui no País (São Bernardo do Campo e Taubaté, em São Paulo e São José dos Pinhais, no Paraná) entre os dias 24 de março e 5 de abril.