Mercado de veículos usados segue em crescimento

Venda de automóveis e comerciais leves teve um aumento de 4,5%, enquanto os caminhões tiveram alta de 10,9%


MÁRIO CURCIO, PARA AB

A venda de automóveis e comerciais leves usados em março somou 915,5 mil unidades, resultando em pequena alta de 4,5% sobre fevereiro. A comparação com março do ano passado aponta alta de 38,9%. O movimento no trimestre somou perto de 2,7 milhões de unidades de segunda mão, 13,9% a mais que em iguais meses do ano passado. Os números foram divulgados pela Fenabrave, entidade que reúne as associações de concessionários.

Os caminhões registraram a maior alta entre os usados. Foram 34,3 mil em março, representando 10,9% a mais que em fevereiro e 51,1% sobre março do ano passado. A cada caminhão novo emplacado no mês, outros 3,2 usados trocaram de mãos (nos veículos leves essa razão foi de 5,2 para 1). No trimestre, os caminhões usados somaram 92,1 mil unidades. O volume foi 26% maior que o observado em iguais meses do ano passado.

SÓ ÔNIBUS RECUAM NO TRIMESTRE

O mês de março teve 3,4 mil ônibus de segunda mão negociados, resultando em pequena alta de 7,8% sobre fevereiro e de 6,2% sobre março do ano passado. A cada ônibus novo lacrado no mês, só 2,3 usados foram vendidos, a menor proporção entre os segmentos. Os ônibus também foram os únicos a registrar queda de vendas no trimestre. Tiveram 9 mil unidades negociadas no período, 13,1% a menos que em iguais meses do ano passado.

MERCADO AQUECIDO PARA AS MOTOS

O mês de março teve 268,4 mil motos negociadas, resultando em pequena alta de 2% sobre fevereiro e de 35,5% sobre março do ano passado. A cada moto nova emplacada, 4,3 usadas trocaram de mãos. No trimestre foram negociadas 778,8 mil unidades, alta de 17% sobre iguais meses de 2020.

A procura por motos usadas está aquecida por dois motivos: o aumento da demanda por serviços de entrega e também porque faltam produtos de baixa cilindrada nas concessionárias. Alguns modelos enfrentam filas de espera de dois meses (leia aqui). A produção de motos se concentra em Manaus (AM) e enfrentou problemas a partir de janeiro por causa da Covid-19, resultando em desabastecimento de parte da rede de revendas.

SÃO PAULO PERDE PARTICIPAÇÃO EM USADOS

Por causa do aumento de 207% do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) praticado nos veículos usados em São Paulo desde a segunda quinzena de janeiro, o Estado perdeu participação nas transações desse segmento. Antes do aumento, segundo a Fenabrave, 39% das transações de usados ocorriam dentro de São Paulo.

"Elas recuaram para 24% em fevereiro e para 23% em março", afirma o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior

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