Fiat suspende produção na fábrica de Betim (MG) em função da falta de componentes para a produção de veículos

Montadora vai conceder férias coletivas para parte dos funcionários relacionados a produção de veículos, não atingindo unidade de motores ou engenharia


REDAÇÃO AB

A Fiat anunciou em comunicado oficial na quarta-feira, dia 14, que vai conceder férias coletivas a parte dos funcionários da fábrica de Betim (MG) em função da falta de componentes para a produção de veículos. A empresa divulgou que dará 10 dias de férias para cerca de 1,9 mil funcionários que trabalham no segundo turno da linha de montagem. A pausa começa na próxima segunda-feira, dia 19, e vai até o dia 29.

A medida afeta apenas os trabalhadores da produção de veículos e não atinge a unidade de motores nem a engenharia, que continuará com as atividades normalmente. A fábrica de Betim produz todos os modelos da marca Fiat, com exceção da picape Toro, que é fabricada em Goiana (PE).

Essa não é a primeira vez que a fábrica mineira precisa suspender parte da sua linha de montagem por problemas de abastecimento de peças: a unidade havia interrompido o segundo turno em Betim por 10 dias em março deste ano. No entanto, ela foi uma das poucas fábricas do Brasil que não foram afetadas pelas medidas restritivas tomadas no fim de março e início de abril, que chegou a paralisar 30 unidades de 14 montadoras, segundo informações da Anfavea.

A Stellantis, dona da marca Fiat, também não é a única que tem enfrentado no Brasil a falta de insumos, especialmente semicondutores, que são usados nos microprocessadores presentes em qualquer veículo, que vão de motores e transmissões até itens de conforto, como ar-condicionado ou bancos com ajustes elétricos. A Honda chegou a paralisar suas atividades em duas oportunidades este ano, enquanto a GM foi atingida de maneira ainda severa: teve que suspender até junho a produção de Onix em Gravataí (RS).

O desabastecimento de semicondutores tem se tornado um problema de escala global, que tem preocupado as lideranças de todas as montadoras do mundo, que ainda não sabem quando a crise deve acabar. Alguns especialistas do setor automotivo estão prevendo que essa escassez pode se estender por anos, como afirmou uma reportagem da agência Automotive News (leia aqui).

Leia a seguir o comunicado oficial da Fiat. “A fim de adaptar o ritmo de produção às condições atuais de volume e regularidade de fornecimento de componentes, o Polo Automotivo Fiat, de Betim, MG, concederá férias por 10 dias a parte dos trabalhadores do segundo turno de produção, a partir de segunda-feira, 19 de abril, com retorno programado para o dia 29. A medida envolve cerca de 1,9 mil empregados. A empresa continua em contato e em negociação com seus fornecedores para normalizar os fluxos de suprimentos”.

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