Indústria siderúrgica melhora seu nível de produção

E recupera o nível anterior ao início da pandemia da Covid-19


Concentrada em abastecer o mercado local, a indústria siderúrgica melhora seu nível de produção, e recupera o nível anterior ao início da pandemia da Covid-19. O Brasil foi o país que mais contribuiu para a melhora do desempenho da demanda de aço, com um aumento de 8,8%, e o quinto mês consecutivo acima de 2 Mt mensais, nível que não era registrado desde junho de 2018. A Argentina também apresentou uma alta de 10,8% no consumo de janeiro, em comparação com dezembro de 2020.

O consumo de aço continua crescendo devido à recuperação da demanda, ao aumento do índice de produção industrial e da manufatura, e à recomposição dos estoques, tanto dos consumidores finais quanto da cadeia de distribuição. O consumo de aço em janeiro de 2021 subiu pelo nono mês consecutivo, 0,8% em comparação com o mês anterior, totalizando 6,09 milhões de toneladas (Mt), ou seja, 12,7% mais do que em janeiro de 2020. Com isso, recupera o nível anterior ao início da pandemia da Covid-19, de acordo com dados divuldgados pela Associação Latino-americana do Aço (Alacero), no dia 16 de abril(sexta-feira).

As perspectivas de curto prazo se mostram favoráveis ao fortalecimento da demanda de aço na região. Há alguns dias, o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou a atualização de abril das suas previsões para este ano, que apontam que a economia global crescerá 6%, os países desenvolvidos 5,1%, as economias emergentes 6,7% e a América Latina 4,6%; na região destacam-se o Brasil, com uma taxa de 3,7%, e o México, com 5%.

Brasil — O Brasil foi o país que mais contribuiu para a melhora do desempenho da demanda de aço, com um aumento de 8,8%, e o quinto mês consecutivo acima de dois milhões de toneldas mensais, nível que não era registrado desde junho de 2018. A Argentina também apresentou uma alta de 10,8% no consumo de janeiro, em comparação com dezembro de 2020.

As importações registraram um aumento de 5,7% na comparação com janeiro de 2020. As exportações do mês caíram 27,3% em relação ao mesmo período do ano passado, porque a indústria está se concentrando em abastecer o mercado local de maneira prioritária. Este último resultado foi 12,4% inferior a dezembro do ano passado, e representou só 11,4% da produção regional em janeiro, abaixo da participação de 15,6% em 2020.

Como consequência desse desempenho, houve um agravamento do déficit da balança comercial, que já tinha sido registrado em novembro e dezembro. Em janeiro, as importações representaram 35% do consumo regional, contra 33% observados durante 2020.

— Enfrentamos um período de incertezas e estamos no processo de conseguir o equilíbrio entre a demanda e a produção. No entanto, neste momento devemos cuidar das condições do mercado diante da ameaça crescente das importações e do aumento do déficit comercial — disse Francisco Leal, diretor-geral da Alacero.

A produção acumulada de aço bruto até fevereiro foi de 10,21 milhões de toneladas, representando um aumento de 3,9% na comparação com o mesmo período de 2020. O acumulado da produção de aço laminado cresceu 3,4%, atingindo 4,18 Mt em fevereiro, 2% acima do mês anterior. — A recuperação macroeconômica deverá se acelerar na segunda metade do ano, e esperamos que a produção mantenha sua curva ascendente e que o consumo sustente seu crescimento em nível regional, com o déficit comercial sob controle — acrescentou Leal.

Perfil — Associação Latino-americana do Aço (Alacero) — é a entidade civil sem fins lucrativos que reúne a cadeia de valor do aço da América Latina para fomentar os valores de integração regional, inovação tecnológica, excelência em recursos humanos, segurança não trabalho, responsabilidade empresarial e sustentabilidade socioambiental. Fundada em 1959, é integrada por mais de 60 empresas produtoras e afins cuja produção é de perto de 60 milhões de toneladas anuais. A Alacero é reconhecida como Organismo Consultor Especial pelas Nações Unidas.

Publicidade