REDAÇÃO AB

Parece que o velho problema da Tesla em conseguir entregar lucro está ficando para trás. A montadora americana de carros elétricos registrou no primeiro trimestre deste ano um lucro recorde, de US$ 438 milhões, de acordo com balanço financeiro divulgado pela empresa na segunda-feira, dia 26.

Esse já seria um número excelente para uma empresa que registrou mais de 10 anos de prejuízo – só em 2019 a perda foi de US$ 862 bilhões. O resultado, no entanto, é ainda mais expressivo porque representa um aumento de 2.637% acima dos US$ 16 milhões de lucro do primeiro trimestre do ano passado.

Outro bom número é o aumento da receita de 74%, que subiu de US$ 5,99 bilhões em 2020 para US$ 10,39 bilhões em 2021, resultado que se deve em parte pelo aumento expressivo nas vendas: a Tesla conseguiu entregar ao público 184.877 veículos, um recorde para o período.

Uma boa parte dessa receita total, porém, deve-se ao lucro que a Tesla teve com o Bitcoin, já que Elon Musk, CEO da empresa, havia investido US$ 1,5 bilhão em criptomoedas, em fevereiro passado. Só a valorização do Bitcoin foi responsável por um saldo positivo de US$ 101 milhões.

Outra fonte de receita importante da empresa foi a venda para seus concorrentes de créditos referentes a emissão de poluentes, já que se trata de uma montadora que produz carros com zero emissão. A receita dessa área representou US$ 518 milhões, um aumento de 46% sobre o ano passado.

Apesar de um cenário tão favorável, as ações da Tesla registraram uma queda de 3,1%, indicando que os investidores esperavam um resultado melhor (estimava-se um faturamento de US$ 10,48 bilhões) e também porque a empresa não divulgou uma previsão de entrega específica para 2021, já que a Tesla sempre teve dificuldade na produção a ponto de não conseguir atender à demanda do mercado.