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Steven Armstrong volta para a Ford América do Sul para coordenar reestruturação da empresa na região

Projeto envolve o fechamento de três fábricas brasileiras, a instalação de uma linha de montagem no Uruguai e continuidade das operações na Argentina


REDAÇÃO AB

O inglês Steven Armstrong, que foi presidente da Ford Brasil de 2012 até 2016, quando foi substituído por Lyle Watters, está de volta à América do Sul, desta vez designado para coordenar a reestruturação da empresa na região, que envolve o fechamento de três fábricas brasileiras (Taubaté, Camaçari e Horizonte/Troller) e pagamentos de indenizações a 5 mil funcionários demitidos, centenas de fornecedores e concessionários, que segundo estimativa da própria companhia vão somar US$ 4,1 bilhões. Segundo comunicado divulgado na quarta-feira, 28, Armstrong assume seu novo posto já no próximo sábado, 1º de maio.

Na mesma data, o brasileiro Daniel Justo, atual chefe de finanças (CFO) da Ford América do Sul, passa a ser o novo presidente da empresa no Brasil e região, reportando-se a Armstrong e substituindo Lyle Watters, que a partir de 1º de julho assumirá o recém-criado cargo de diretor geral da divisão de veículos de passageiros da fabricante na China – coincidentemente, o mesmo país onde Armstrong estava há 18 meses, no comando da joint-venture Changan Ford.

Em sua nova posição, de acordo com o comunicado da empresa Armstrong será o responsável por “avaliar a conclusão da reestruturação dos negócios da Ford na América do Sul”, o que além do fechamento de fábricas no Brasil envolve a instalação de uma linha de montagem do utilitário Transit no Uruguai e a continuidade das operações da fábrica na Argentina, que segue produzindo a picape Ranger. O inglês também vai liderar a análise de alocação de capital pela companhia na Índia. O executivo vai se reportar a Kumar Galhotra, presidente do grupo de mercados internacionais e Américas, e a Dianne Craig, que se tornou presidente do grupo de mercados internacionais da Ford em fevereiro.

Em janeiro passado a Ford comunicou sua decisão de interromper todas as suas operações de produção no Brasil e, desde o início do ano, vem negociando com trabalhadores, fornecedores e concessionários. A ideia é comercializar apenas SUVs, picapes e veículos comerciais produzidos em outros países, com uma rede de distribuidores mais enxuta e, segundo a montadora, em uma operação mais lucrativa para todos. As fábricas de automóveis em Camaçari (BA) e de motores em Taubaté (SP) tiveram suas atividades encerradas, mas ainda permanecem produzindo peças de reposição nos próximos meses, enquanto a pequena planta da Troller em Horizonte (CE) tem previsão de ser fechada até dezembro, para cumprir com obrigações legais assumidas no programa de incentivos fiscais do regime automotivo do Nordeste. Até o momento não surgiu nenhum interessado em assumir as unidades industriais da Ford no País.

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