CNT se preocupa com um possível aumento da porcentagem de biodiesel no diesel comercializado no País

Manifestação ocorre após críticas de produtores à redução do biodiesel no combustível para conter aumento de preços


REDAÇÃO AB

Depois de os produtores de óleos vegetais reclamarem da redução de biodiesel na composição do óleo diesel – vai passar dos atuais 13% para 10%, medida tomada pelo Governo Federal para evitar o aumento de preço do combustível –, a CNT (Confederação Nacional do Transporte) emitiu um comunicado no qual deixa clara sua preocupação sobre um possível aumento da porcentagem de biodiesel no diesel comercializado no País, no futuro.

O comunicado é endossado por Anfavea, Fenabrave, Sindipeças, Fecombustíveis, IBP, Abicom, Brasilcom e SindTRR, entre outras entidades, que representam mais de 200 mil empresas, de acordo com a CNT. O documento afirma que o aumento de biodiesel vai acarretar custos mais elevados no transporte de cargas e de passageiros, com reflexos em toda a sociedade. Além disso, a porcentagem maior de biodiesel no combustível poderia ocasionar danos a máquinas e motores, redução da vida útil destes e piora no desempenho.

As entidades lembram que a partir de 2022, novos limites de emissão de poluentes entrarão em vigor (fase P8 do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores – Proconve), com a adoção de tecnologias mais modernas, as quais não foram testadas com percentuais mais altos de biodiesel.

“A evolução do percentual de mistura implicará em maiores custos para o transporte de cargas e de passageiros e consequente aumento de preços de produtos para toda a sociedade. Também lançará o país em um cenário de estagnação tecnológica, impactará no desenvolvimento da indústria automotiva e de equipamentos e comprometerá a prestação de serviços”, diz o comunicado da CNT.

"Estudos recentes apontam que teores elevados de biodiesel promovem aumento das emissões de óxidos de nitrogênio, hidrocarbonetos e monóxido de carbono, com impactos negativos que afetam a saúde humana e o meio ambiente, além de elevar o consumo de combustível, gerando ainda mais emissões e custos adicionais que são transferidos a toda a população", explica o informe.

Por fim, o texto afirma que o aumento compulsório de biocombustíveis no óleo diesel só deve ser adotado após uma análise ampla e criteriosa, que garanta a viabilidade técnica e a segurança não só para os produtores de biodiesel como para os usuários, e que as entidades seguem comprometidas com a preservação ambiental no País.
 

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